2008-12-27

"TORCE PALAVRAS"

Assumo que não pedi autorização ao Ludwig Krippahl para publicar este delicioso e preclaro texto; mas parto do princípio de que não se sentirá ofendido por difundir as suas ideias. Aliás, acho que é isso que se deve fazer às ideias esclarecidas e esclarecedoras: divulgá-las o mais possível.





A teologia safa-se pelo domínio da ambiguidade, e Anselmo Borges deu uma bela lição disto no DN de dia 20. A Associação Humanista Britânica está a organizar uma campanha publicitária a favor do ateísmo, com o slogan «Deus provavelmente não existe. Agora deixe de se preocupar e goze a vida» (1). Anselmo Borges diz que é uma ideia interessante porque obriga «as pessoas a pensar nas questões essenciais, e Deus é uma dessas questões decisivas.» (2)

Questões são perguntas. Como é que surgiu o universo? O que nos causou? Como podemos saber? O Anselmo torce o sentido de "questão" e mete uma resposta pela porta do cavalo. Porque Deus não é uma questão. O deus do Anselmo é apenas uma de muitas tentativas de responder estas perguntas. E levanta uma questão importante. Porque é que há de ser o deus dele e não um dos outros? Para responder a isto, a teologia torce as palavras conforme dá jeito.

«Afinal, também há razões para não crer, mas, quando se pensa na contingência do mundo, no dinamismo da esperança em conexão com a moral e na exigência de sentido último, não se pode negar que é razoável acreditar no Deus pessoal, criador e salvador, que dá sentido final a todas as coisas. Numa e noutra posição - crente e não crente -, entra sempre também algo de opcional.»

Crer ou não crer é uma escolha. Mas a palavra "razões" é usada aqui de duas formas subtilmente diferentes. Quando somos razoáveis baseamo-nos em razões partilhadas. Quando usamos razões só nossas não somos razoáveis aos olhos dos outros. É razoável largar o pote se está demasiado quente mas não por me dar na gana ou por medo que dê azar. As razões para não crer em Deus vêm do que observamos à nossa volta. Cada criança que fica sem pernas por pisar uma mina dá uma razão forte para rejeitar o tal ser benevolente que lhe podia ter segredado "cuidado, aí há minas"*. A imensa indiferença do universo perante o nosso sofrimento torna razoável a descrença. Mas a crença em Deus, como o próprio Anselmo admite, vem apenas de desejos pessoais como a esperança e a exigência de um sentido último, e não é por desejos que se forma uma opinião razoável acerca do que existe ou não existe.

Depois, o amor. «Agora que está aí o Natal, é ocasião para meditar no Deus que manifesta a sua benevolência e magnanimidade criadoras no rosto de uma criança. Jesus não veio senão revelar que Deus é amor, favorável a todos os homens e mulheres» (mas não às crianças que pisam minas).

Usamos a palavra "amor" para referir o que sentimos por alguém ou para referir esse alguém. Esta ambiguidade é ideal para a teologia. No primeiro sentido "Deus é amor" dá uma evidência directa que Deus existe. Todos sentimos amor e os crentes amam Deus. O sentimento existe. E torcendo a palavra para o outro lado concluem que o objecto desse amor também existe. É um disparate atraente. É disparate porque o objecto do nosso amor pode nem se parecer com aquilo que julgávamos amar. Mas é atraente porque preferimos esquecer essas experiências dolorosas e fingir que não é assim. O amor não só cega como enfraquece as ideias.

E quando torcem o amor com a ciência têm uma combinação perfeita. «A existência de Deus não é objecto de saber de ciência, à maneira das matemáticas ou das ciências verificáveis experimentalmente.» Ou seja, a existência de Deus não é ciência por não ser de cariz experimental. E Deus é amor, que sabemos não ser científico. Mas isto só encaixa torcendo as palavras. Porque o amor é experimental; é experimentando-o que o conhecemos e é pela experiência quotidiana que sabemos quem amamos e quem nos ama. E o amor só não é científico porque nos falta uma teoria detalhada. Falta-nos as palavras para modelar o amor. Falta-nos o logos do amor.

Mas isso é o que a teologia finge ser. O logos de Deus que, segundo dizem, é amor. A teologia é a teoria do amor inventada por celibatários que baralham as palavras e negam a experiência. Não admira que mesmo ao fim de tantas voltas não tenham chegado a lado nenhum.

*A desculpa para isto é a vontade livre. É um argumento válido, e aceito-o. Mas apenas nos casos em que a própria criança pôs lá a mina.

1- CNN, 23-10-08, Atheists Run Ads Saying God 'Probably' Doesn't Exist
2- Anselmo Borges, DN, 20-12-08, "Provavelmente Deus não existe"

Em simultâneo no Que Treta!

CARTA ABERTA AO ZÉ RODRIGUES

Caro Zé Rodrigues:


Vi-te, hoje, na televisão. O que, só por si, nem sequer é motivo para te escrever. Afinal, apareces na televisão todos os dias – mais dia, menos dia, é claro. Mas hoje, a tua aparição foi especial: é que tu fizeste um – aliás maroto – piscar de olho, e disseste: "Para si, em especial, um grande 2009". Ora, como eu era a única pessoa do meu extenso agregado familiar que estava defronte do televisor, deduzi que estavas a falar comigo. Cabe aqui dizer que disseste por extenso: doismilenove. O que só te fica bem, porque os portugueses cada vez percebem menos de números… Mas isso é outra conversa.

Para já, não tinhas necessidade de me tratares por "você". Entre colegas – tu és escritor e eu também sou – não há necessidade disso.

Sim, Zé Rodrigues, também sou escritor, embora escreva outro tipo de livros. Mas eu é mais livros de cheques. Ah, e também obrigo os funcionários bancários a escrever. Tipo "Informo Vª. Ex.ª de que o seu cheque foi devolvido por falta de provisão" bom, mas isso também é outra conversa. Eles tratam-me por Vª. Ex.ª., o que acaricia o meu ego. Ah, e também apareço na televisão, quando tenho a câmara de vídeo ligada ao aparelho respectivo.

Pois esta minha carta tem o único objectivo de te elucidar. Tu estás, agora, a lançar-te no campo das letras, passe a publicidade, mas eu já ando metido em letras há muito tempo. Olha, tu ainda eras espermatozóide, e já eu as assinava (as letras) com uma pinta que nem imaginas. Bom, mas isso é, também e ainda, outra conversa.

O ano de 2009 não pode ser grande. Desculpa lá, mas fazes-me lembrar aqueles comentadores desportivos "O Quim marcou um grande golo". Ora, todos sabemos que os golos são, todos do mesmo tamanho. Que é, exactamente, o tamanho da bola que entra na baliza. Pois com os anos passa-se a mesma coisa, com uma excepção, a qual acontece de quatro em quatro anos. De facto, ano que se preze tem 365 dias.

Ora, acontece esta coisa incrível: como podes TU, Zé Rodrigues, desejar um "grande" 2009 (ou, se quiseres, doismilenove), a um ano que, ainda por cima, vai ter menos um dia que o doismileoito (ou, para quem souber a numeração árabe, 2008)???

Vamos ter juízo, rapaz! De contrário, ainda corremos o risco de ver o outro Zé, o Pinto de Sousa, desejar aos portugueses um Ano Novo cheio de prosperidades…

2008-12-26

AS BEATAS

As beatas

Elas envelhecem com pequenos passos
Como de cãezinhos ou de gatinhos
As beatas
Elas envelhecem tão depressa
Que confundem o amor e a água benta
Como todas as beatas
Se eu fosse diabo ao vê-las por vezes
Eu acho que me faria castrar
Se eu fosse Deus ao vê-las rezar
Eu acho que perderia a fé
Pelas beatas
Elas procissionam em pequenos passos
De pia de água benta em pia de água benta
As beatas
E patati e patata
As minhas orelhas começam a assobiar
As beatas
Vestidas de negro como o Senhor Padre
Que é demasiado bom com as criaturas
Elas beatizam-se de olhos em baixo
Como se Deus dormisse sob os seus sapatos
De beatas
No sábado à noite depois do trabalho
Vê-se o operário parisiense
Mas nada de beatas
Porque é no fundo das suas casas
Que elas se preservam dos rapazes
As beatas
Que preferem encarquilhar-se
De vésperas em vésperas, de missa em missa
Muito orgulhosas de terem conservado
O diamante que dorme entre as suas pernas
De beatas
Depois morrem em pequenos passos
Em fogo lento, em montinhos
As beatas
E enterram-se em pequenos passos
De manhãzinha num dia frio
De beatas
E no céu que não existe
Os anjos fazem depressa um paraíso para elas
Uma auréola e duas pontas de asa
E elas voam… com pequenos passos
De beatas
(Jacques Brel, 1962; tradução livre de Ricardo Alves)

Les bigotes

Elles vieillissent à petits pas
De petits chiens en petits chats
Les bigotes
Elles vieillissent d’autant plus vite
Qu’elles confondent l’amour et l’eau bénite
Comme toutes les bigotes
Si j’étais diable en les voyant parfois
Je crois que je me ferais châtrer
Si j’étais Dieu en les voyant prier
Je crois que je perdrais la foi
Par les bigotes
Elles processionnent à petits pas
De bénitier en bénitier
Les bigotes
Et patati et patata
Mes oreilles commencent à siffler
Les bigotes
Vêtues de noir comme Monsieur le Curé
Qui est trop bon avec les créatures
Elles s’embigotent les yeux baissés
Comme si Dieu dormait sous leurs chaussures
De bigotes
Le samedi soir après le turbin
On voit l’ouvrier parisien
Mais pas de bigotes
Car c’est au fond de leur maison
Qu’elles se préservent des garçons
Les bigotes
Qui préfèrent se ratatiner
De vêpres en vêpres de messe en messe
Toutes fières d’avoir pu conserver
Le diamant qui dort entre leurs f…s
De bigotes
Puis elles meurent à petits pas
A petit feu en petit tas
Les bigotes
Qui cimetièrent à petits pas
Au petit jour d’un petit froid
De bigotes
Et dans le ciel qui n’existe pas
Les anges font vite un paradis pour elles
Une auréole et deux bouts d’ailes
Et elles s’envolent… à petits pas
De bigotes
Jacques Brel (1929-1978)

2008-12-24

EXPRESSODASNOVE.PT

"A Igreja é um escândalo, uma vergonha,
uma nódoa! Não tem salvação"
Afirma o professor Armando Medeiros em exclusivo a este jornal. E pergunta: “A que propósito é que aquele sujeito, Bento não sei quantos, anda coberto de jóias e pratas? A que propósito é que o tesouro do Vaticano tem um valor incalculável?”

E o Natal no meio de tudo isto?
Queres que eu diga o que é o Natal para mim?

Quero…
Para mim é uma data de calendário com a mesma importância que o 15 de Agosto, ou outra…

Mas o Natal é a maior festa do ano e a maior festa do mundo…
Maior em que sentido?

Maior no sentido em que mobiliza mais gente…
De que maneira?

Ao nível do consumismo, por exemplo…
Para fazer o bem?

Depende...
Então, deixa-me ser eu a dizer: é a maior festa do ano porque é a que mobiliza mais gente. Para fazer o bem?

Não.
Tu falaste em consumismo...

O Natal é o maior negócio do ano…
É o maior negócio do ano. Exactamente. Para quem compram as pessoas? Para os necessitados?

Compram para as suas famílias e crianças…
E para os necessitados?

Algumas fazem-no…
Fazem-no? Como? Limpam os sótãos e dão o que não vestem…

Aliás, muitos dos que o fazem só o fazem na altura do Natal… São apenas solidários no Natal. É uma forma de aliviarem a consciência.
Por um lado, praticam caridade, ficam aliviados, mas, por outro lado, ganham uns pontos na caderneta do santo que estiver de serviço nesse dia!

Como achas que deveria ser o Natal, tendo em conta a realidade da sociedade em que vivemos?
Julgo que o Natal devia ser, na realidade açoriana, como tudo na realidade açoriana devia ser, mas não é: comedido, modesto, simples. Quem tem pouco, pouco gasta.

Mas as empresas fazem tudo para que as pessoas comprem coisas… caso contrário não conseguiriam sobreviver.
As empresas que vão para o Diabo!

As pessoas reagem aos apelos do mercado, são impulsivas…
Recebem apelos para comprarem metralhadoras para as crianças!

Exactamente.
E jogos de computador, em que só ganha quem provocar mais desastres de automóvel e quem provocar mais mortes. É isso?

É isso, sim. Mas a solução que propões é bastante irrealista…
Não vejo como poderia ser de outra maneira. Os senhores padres nas igrejas continuam a copiar, nas suas homilias, as páginas na Bíblia que falam da viúva de Caim e das Bodas de Canã…

A Igreja não devia ter um papel de moderação na festa do Natal?
A Igreja é um escândalo, uma vergonha, uma nódoa!

Porquê?
Porque assim se tornou…

Que faz a Igreja para ser uma nódoa?
Olha, por exemplo, só oficialmente chamo ao Papa “Sumo Pontífice”. Em família, chamo-lhe “mijo” de Papa! Diz-me uma coisa, Eduardo: a que propósito é que anda aquele gajo coberto de ouro, quando metade do mundo morre de fome?! E a história do rico só entrar no céu pelo buraco da agulha?!

A Igreja não distribui riquezas materiais…
A que propósito é que aquele sujeito, Bento não sei quantos,
anda coberto de jóias e pratas?! A que propósito é que o tesouro do Vaticano tem um valor incalculável?

A Igreja precisa de dinheiro para manter os templos… e para pagar os salários aos sacerdotes, que são muitos milhares por esse mundo...
A Igreja poderia melhorar o Natal começando por modificar a ideia que deu da pessoa que foi Jesus Cristo. É porque, primeiro, devia ser ensinado aquilo que eu dizia aos meus alunos: não há nada que prove, nada, coisa nenhuma, que prove que Cristo tenha sido, realmente, mais filho de Deus do que eu, ou tu! Ele até foi dado a conversas que nada tinham a ver com o filho de Deus. Disse Ele às mulheres de Jerusalém: “Não choreis, que muito mais hão-de chorar os vossos filhos!” Se isto não é uma ameaça, cheira a isso. E Ele disse também: “Quem não é por mim é contra mim!” Se isto não é intolerância, cheira a isso. Estas afirmações perdoam-se a um visionário que foi, sem dúvida, magnífico, e que transformou a face do mundo, mas são afirmações que não se perdoam a um Deus.

Ele terá dito isso enquanto homem…
Mas admite-se que o tenha dito?!

O discurso bíblico que chegou até nós foi “filtrado” pela Igreja…
Um puto de 14 anos lê o Velho Testamento e fica mais assustado do que depois de ter lido o Barba Azul! Porque o Velho Testamento fala em horrores, vinganças e caprichos…

A Bíblia espelha a cultura humana. Ainda hoje, vivemos numa sociedade de horrores…
Ora bem.

Olha para o Iraque, olha para o Médio Oriente, olha para África...
Aos nossos meninos, na catequese, ensina-se-lhes que no princípio havia um jardim onde um sujeito e uma sujeita foram expulsos por terem desobedecido ao comerem uma peça de fruta. E, depois, diz ainda a Santa Bíblia que Adão e Eva geraram Abel e Caim e que Abel gerou este e que Caim gerou aquele... mas onde está a senhora Abel? E onde está a senhora Caim? É muito esquisito, o Deus dessa Bíblia. Violento, intolerante, vomitando pragas...

É um Deus... esquizofrénico. Fala-me do teu Deus, do verdadeiro Deus…
O verdadeiro Deus, para mim... é o que encontro nas Furnas e nas Sete Cidades. Chego às Furnas e às Sete Cidades e digo: “Imaginem toda esta beleza... uma imensa extensão de cinzas e esterilidade. Isto não é revisitar a criação?...”. As Furnas são uma catedral verde, onde encontro o Deus primeiro, a força primeira…

Mas, hoje, de que forma é que se encontra esse Deus na sociedade? As pessoas não ligam muito ao Deus das Furnas e das Sete Cidades…
São-Lhe absolutamente indiferentes!

E porquê?
Porque aquilo que julgam saber de Deus vem-lhes dos padres. E os padres são uma nódoa...

Não sabem ensinar Deus.
As nódoas não ensinam. Deixam marcas de gordura.

Não vais à missa? Por que será que os padres são incapazes de se envolver mais na comunidade em que vivem? Far-lhes-á falta a livre expressão da sua vida sexual?
(Risos) Eles estão fartos de se exprimir a esse nível, pelo amor de Deus!

Será que se tornam egoístas e distantes por não serem livres afectivamente e emocionalmente?
São um poço de frustrações…

De onde virá a sua frustração?
De darem por si a fazer o que nunca quiseram fazer…

Não podem amar uma mulher, nem um homem. Não podem dar larga aos seus sentimentos...
Sejam honestos. Demitam-se. Ou seja lá o que for que fazem os padres honestos, que não estão dispostos a continuar uma fraude.

Talvez seja uma questão de educação. Os padres são educados de uma certa maneira. Ah, e as mulheres não podem ser padres…
Graças a Deus!

Talvez pudessem ser elas a salvar a Igreja!…
A Igreja não tem salvação possível. E a católica está moribunda. No fundo, que formação e que paciência e que crença há-de ter um sacerdote se o próprio Vaticano cria uma vacina chamada desobriga? Vai-se uma vez por ano, na Quaresma, fazer uma confissão e fica-se despachado para o ano todo! Mas que coisa é esta? Com a validade de um ano?! E olha que sei do que estou a falar porque vivi e ensinei um ano na Terceira e fui muito amigo do padre Edmundo Machado Oliveira, que deu o nome ao orfeão. Tínhamos longas conversas e ele confiava-me muitas vezes o seu desencanto.


EDUARDO BRUM


23 de Dezembro de 2008

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Avisos e Anúncios

2008-12-23

UMA CURIOSIDADE...

Sabe donde vem a palavra "cretino"?
Leia o que diz a Wikipédia: "A palavra cretino provém de uma palavra do dialeto franco-provençal, "crétin", que significava cristão. O seu atual uso resulta do costume de usar a expressão «pobre cristão» ou «cristão», no sentido de «inocente», para designar os loucos e débeis mentais."
Por outras palavras: dizer cretino ou dizer cristão é a mesma coisa.

2008-12-22

CÁRITAS - CARIDADE

Ano de 2008. Dia, 22. Mês, Dezembro.

Estou na Rua Latino Coelho, na cidade do Porto. Saio do supermercado "Minipreço" (passe a publicidade) e dirijo-me ao carro, estacionado mais acima, com as últimas compras natalícias. Reparo que na paragem de autocarro ali existente, uma senhora aguardava transporte. Chamou-me a atenção um saco de papel forte, onde eram transportados alguns géneros alimentícios. "Um cabaz de natal", concluiu a minha mulher. Era. No passeio defronte fica uma delegação da Cáritas Diocesana, e dali vão saindo pessoas carregando sacos iguais, pelo menos na aparência, àquele que tinha visto na paragem de autocarro.

As pessoas que vão saindo da "Cáritas" nem tentam esconder a sua condição humilde. Com roupas modestas e, algumas vezes, escassas, transportam o que, provavelmente, irá ser o seu aconchego natalício. Único aconchego, quiçá.

Eis senão quando, uma senhora me chama a atenção. Veste de forma que contrasta flagrantemente com os demais. Casaco comprido de corte razoável, cabelo loiro bem penteado, sapato de tacão alto. "Pobreza envergonhada", penso ingenuamente. A senhora sai da porta e empunha o telemóvel. Naturalmente, não sei a quem telefona nem o que diz. Mas deduzo. E acerto. Porque deixo-me estar o tempo suficiente para ver que um automóvel se aproxima e que a senhora nele entra.

Dias antes, eu tinha dado aquela que, neste preciso momento, passou a ser a minha última contribuição para o Banco Alimentar Contra a Fome.

2008-12-21

AS DEZ PROFECIAS TECNOLÓGICAS…

…NÃO CUMPRIDAS


 

A revista de informática T3 publicou um ranking com as dez piores profecias tecnológicas de sempre. Na lista figuram nomes bem conhecidos como Bill Gates, que, em 2004, garantiu que o «spam» iria acabar brevemente.

Aspiradores movidos a energia nuclear e cartas enviadas por foguetes foram outras promessas que ficaram pelo caminho.

Fique com as dez piores profecias tecnológicas de sempre:

«O iPod nunca terá sucesso», disse Alan Sugar, fundador da Amstrad, em 2005

«Não é necessário um computador em cada casa», afirmou Ken Olsen, fundador da Digital Equipment, em 1977

«Os aspiradores impulsionados por energia nuclear serão uma realidade em dez anos», garantiu Alex Lewyt, presidente da fabricante de aspiradores Lewyt, em 1955

«A televisão não vai durar muito, porque as pessoas cansar-se-ão rapidamente de passar todas as noites a olhar para uma caixa de madeira», pressagiou Darryl Zanuck, produtor da 20th Century Fox, em 1946

«Nunca se irá fabricar um avião maior do que este», proclamou um engenheiro da Boeing, sobre o 247, que tinha capacidade para dez passageiros, em 1933

«Estamos no limiar do correio via foguete», disse Arthur Summerfield, director-geral do Serviço Postal, em 1959

«Ninguém vai precisar de mais de 640 Kb de memória no seu PC», assegurou Bill Gates, em 1981

«Os norte-americanos precisam do telefone, mas nós não. Nós temos mensageiros de sobra», disse Sir William Preece, director da oficina britânico dos Correios, em 1878

«O spam estará resolvido em dois anos», afirmou Bill Gates, em 2004

«Vai-se acabar por provar que os raio-X são uma farsa», adivinhou Lord Kelvin, presidente da Royal Society, em 1883


 

In
"Diário Digital"

FELIZ SOLSTÍCIO

O solstício de inverno acontece neste exacto momento, às 12 horas e 4 minutos.

É o instante em que a ponta norte do eixo de rotação da Terra se encontra inclinada 23º44′ para fora da órbita da Terra (ver o lado direito da imagem de baixo). No solstício de verão, a ponta norte do eixo de rotação da Terra encontra-se inclinada para dentro da órbita da Terra (ver o lado esquerdo da imagem de baixo).

O sinal mais evidente do solstício é a menor duração do dia no hemisfério norte (e a menor duração da noite no hemisfério sul). Outra evidência é a menor altura a que o sol «sobe», no mesmo hemisfério, relativamente à linha do horizonte (durante o seu «movimento» diário).

O dia mais curto do ano e a noite mais longa do ano marcam o início de um novo ciclo, com dias que se alongarão sucessivamente durante os próximos seis meses, até ao solstício de verão, quando o sol estará no seu máximo de altura no horizonte.

Bom ano!


(in Diário Ateísta)

O SABER E O PODER

Quem, como o autor destas linhas, frequentou a catequese, ouviu, certamente, estas afirmações – aliás repetidas até à náusea: Deus é omnipotente, omnisciente e omnipresente. Bom, quanto a omnipresente, nada a objectar. Mas quanto a omnisciente E omnipotente, vamos devagar, que a coisa não é assim tão simples.

Uma das falácias mais empregue pelos crentes é a de que "a Deus nada é impossível". Faz-me lembrar outras falácias que fui ouvindo ao longo dos anos, do tipo "um polícia só não sabe aquilo que não quer" ou "eu só não levei para a cama as mulheres que eu não quis". Dizer que "a Deus nada é impossível" é tão falacioso como afirmar que Deus não pode criar um ser ainda mais poderoso.

Parece, pois, que a melhor forma de tentar resolver o problema é deixar os dogmatismos de lado e caminhar pela zona racional. A qual nos levará, inevitavelmente a esta conclusão: falando de Deus, e admitindo, por hipótese académica e absurda, que Deus existe, o poder e o saber são incompatíveis.

Vamos supor que Deus sabe que amanhã vai haver um terramoto. Não interessa onde, não é importante. Vai haver um terramoto, ponto final. Deus sabe isso, aliás, Deus sabe tudo. Será que Deus pode evitar esse terramoto? Qualquer crente que se preza afirmará, sem sombra de dúvida: "Claro que pode, se quiser. A Deus nada é impossível!" Peço desculpa, mas eu afirmo: não pode. Vejamos: Deus sabe que vai haver um terramoto. Para que o poder de omnisciência se justifique, o terramoto tem
de existir. Claro que Deus, todo-poderoso, pode evitar o terramoto, mas isso iria entrar em conflito com o seu saber. Naturalmente, apresenta-se-nos outra hipótese: Deus sabe que vai haver terramoto, mas vai evitar esse terramoto. Ah, pois… Mas então, teremos de alterar as premissas: o que Deus sabe é que iria haver um terramoto, que não haverá graças à intervenção divina. Por outras palavras: Deus sabe que, afinal, não haverá terramoto. Porque, repito, se Deus sabe que vai haver terramoto, é porque vai haver mesmo.

Deus queira que não…

2008-12-20

FELIZ NATAL



Por tudo quanto é sítio, ouvimos que o Natal é, por excelência, a época de dádiva, de solidariedade. É a época em que nasceu Aquele que veio para nos salvar. Nesta época, os pobres sentem mais aconchego, os desvalidos da sorte aquecem o estômago. Aqueles que podem - e, principalmente, aqueles que querem - multiplicam-se em ações solidárias, distribuindo comida e agasalhos pelos esquecidos de Deus. Nesta época, principalmente, as crianças são especialmente lembradas. Nas igrejas reza-se, com refinado fervor, pelas crianças de África, para que tenham um Natal com menos fome. Nas empresas, os empregados reunem-se com os patrões e/ou chefes, numa salutar convivência; empresas há que promovem idas ao circo, dos filhos dos funcionários.
E uma lágrima teimosa assoma ao canto do meu olho esquerdo, que é o do lado do coração, e rola suavemente pela minha face que acusa, já, alguns sinais de anos vividos.
Em resumo: o Natal é a época, por excelência, de lavagem de consciências. E ainda bem! Quero dizer, ainda bem que o Natal é só um dia no ano. Porque sempre sobejam 364 dias (365 de quatro em quatro anos), para nos esquecermos das crianças com fome, do frio que passam os sem-abrigo, para os patrões poderem, olimpicamente, esquecer-se dos empregados (mas lembram-se quando é para os despedir), para as rezas poderem continuar nas igrejas mas sem provas da sua eficácia, para os chefes continuarem a exercer o poder sobre os subalternos esquecendo-se, provavelmente, da época em que também eram, eles próprios, subalternos.
Além disso, ainda ninguém conseguiu explicar-me DE QUE é que eu fui "salvo" por alguém que, provavelmente (e não há quaisquer provas disso) nasceu há mais de dois mil anos... quando eu só nasci há pouco mais de sessenta.
Trezentos e tal dias num ano compensam, plenamente, a hipocrisia de um dia só. De qualquer modo, nem custa assim tanto lavar a consciência em um dia do ano; nos restantes 365 ela pouco uso tem...
Feliz Natal.

2008-12-18

AS PERPLEXIDADES...

Somos um país de perplexidades. E devemos estar felizes por isso, porque não há nada pior do que viver num país onde nada acontece. É o chamado "marasmo contemplativo do quotidiano medíocre", como dizia um colega meu (não sei se ainda diz, que há muito que não o vejo).
Por alturas de Junho/Julho, os preços do petróleo subiram para preços impensáveis. Logo tudo o que era "istas" (taxistas, camionistas, logistas, etcistas) quis ver aumentados os seus benefícios: aumento de bandeirada, subsídios ao gasóleo, e por aí fora. E o consumidor viu os seus magros rendimentos a serem acometidos de tísica galopante.
O petróleo já está ao preço da uva mijona, de tal modo que os "sheiks" e outros pobretanas já querem reduzir a produção. Estão a mexer-lhes no bolso. Mas, mesmo assim, os preços vão aumentar "por causa do preço dos combustíveis". É o pão, é a electricidade, e o que mais adiante se verá. Então essa do pão ainda é mais escandalosa: o preço dos cereais baixou cerca de 40% (quarenta por cento!!!).
Entretanto os socretinos vão assobiando alegremente para o lado, certos que estão de conseguir cavar, mais ainda, o fosso entre pobres e ricos.
Que é para isso que eles estão vocacionados.

2008-12-16

"PORTO DIZ ADEUS À ÓPERA"





Antes de mais: não estou mandatado por ninguém, nem me atrevo a tentar, sequer, substituir quem é muito mais capaz e tem muito mais - perdão: tem todo! - o direito de puxar pelos pergaminhos. Em resumo: não escrevo em nome de ninguém.
Mas acho que a minha inteligência e a de todos os portuenses, principalmente os que apreciam a boa música e não alinham em pimbalhadas de carreira, ainda que adornadas com ágatas. Mesmo que haja padres a fazer borga. E a minha inteligência, que é por ela que falo, não merece ser insultada, de tão pequenina que é.
O "Jornal de Notícias", na sua edição de 16 de Dezembro de 2008, na sua página de Cultura, insere o título que acima transcrevi. A notícia, que pode e merece ser lida, resume-se em maia-dúzia de palavras: o ministério da cultura (?) recusou, ao Círculo Portuense de Ópera (CPO), um subsídio anual de 250 mil euros.Essa recusa de verbas impediu o CPO de realizar DOIS espetáculos de ópera, em 2008. De acordo com fonte governamental, esse apoio foi atribuído à Casa da Música (CdM), e "já contempla verbas para a ópera", adiantou ao JN o gabinete de comunicação.
Salvo o muito e devido respeito por melhor opinião, a fonte do MC não se limita a estar inquinada; ela jorra mentira atrás de mentira.
Quem não tem a memória muito curta (e os macrocéfalos lisboetas acham que, no Porto, a memória é inexistente) há-de lembrar-se de que, quando foi inaugurada a CdM, houve grande celeuma. Mais: alguma comunicação social denunciou o enorme fiasco que foi fazerem a CdM sem um fosso para orquestra, sem um palco devidamente dimensionado, e sem poço para cenários. O que, desde logo, inviabilizava todo e qualquer espectáculo de ópera.
Que não, berraram as virgens ofendidas; a CdM não foi construída a pensar em ópera. Eu repito: não foi construída a pensar em ópera. Ou seja, ópera não é música. "O bacalhau quer alho" é, provavelmente, música erudita...
Então, não está vocacionada, mas retira-se o subsídio a uma entidade que tem mostrado grande valor em espectáculos operáticos (sou suspeito, já aviso; é que eu faço parte do Coro) e entrega-se esse dinheiro a uma entidade que não está vocacionada nem tem condições... para que essa entidade faça ópera???? Considera-se a CdM uma "estrutura capaz" de produzir ópera????
No fundo, eu compreendo: as eleições aproximam-se. A cultura não dá, nunca deu, votos. Quem quer votos, aposta no futebol ou na religião. Católica, de preferência. Por isso é que até houve um ministro (ou seria secretário de estado?) que gostava de ouvir os concertos para violino de Chopin (!), tal é o cuidado com que escolhem os responsáveis pelo pelouro (eu ia escrever "poleiro", mas emendei a tempo). O desgraçado do Frederic deve der andado às voltas no túmulo, a tentar lembrar-se de quando terá escrito os "concertos para violino"...
Se fosse um padre ou um vendedor de pneus usados a dirigir o CPO, outro galo cantaria...
Mas é tudo uma quastão de tentar.

2008-12-15

O VATICANO CONTRA A CIÊNCIA, UM ERRO SECULAR


Publicado em 13/12/2008 pelo(a) wiki repórter luferom, Brasília-DF

Vaticano: séculos de erros. - Foto: web

O Vaticano, que até hoje não se conforma que a Terra gire em torno do Sol e não o contrário, continua inimigo da ciência e sonha com o retorno ao obscurantismo da Idade Média, em que o ser humano só tinha duas opções: ser cristão ou arder na fogueira.

Que fazer? Séculos e séculos mostraram que os católicos sempre erraram ao investir contra o progresso científico, mas eles insistem em não aprender a lição. Prova disso é essa "jóia" lançada pela Santa Sé no dia 12 deste mês, um documento sob o título em latim (latim, outra excrescência) Dignitas Personae, em português, Dignidade da Pessoa. Como é fácil desvirturar o sentido das palavras!

Tal documento nada mais é que um index de procedimentos terapêuticos condenados pela Igreja. A lista é extensa. Ficam proibidas para os católicos a fertlização in vitro, a investigação com células estaminais embrionárias, pílulas do dia seguinte, clonagem reprodutiva ou com fins terapêuticos, diagnóstico genético pré-implantatório para evitar defeitos genéticos, criopreservação de embriões ou ovócitos para fertilização artificial, interferência no número de embriões implantados para prevenir gravidez múltipla, recurso à injecção intracitoplásmica de espermatozóides para ultrapassar problemas de fertilidade masculina, manipulação genética para qualquer forma que não seja tratamento médico.

À certa altura, o documento revela o real temor do Vaticano com esses procedimentos, ao afirmar que o homem não pode substituir o Criador. Bingo! Ato falho que qualquer psicanalista de botequim diagnostica: a cúpula da Igreja morre de medo que a ciência prove a mistificação da teoria creacionista e mande os chamados textos sagrados para o lixo da história.

Para alguns religiosos, a crença em Deus só subsiste enquanto ele for o que teólogos mais esclarecidos chamam de "deus das lacunas". Ou seja, atribui-se a Deus tudo que a razão humana não pode explicar. No passado, o Sol e os trovões eram considerados deuses, hoje sabemos que um é uma estrela, os outros são fenômenos metereológicos. E cada vez mais as lacunas, aquilo que o ser humano não pode explicar, estão se estreitando, para desespero da corte papal.

A proibição da Igreja ao tratamento médico com céclulas-tronco, além de retrógrada, é inútil. Se o filho de um católico fervoroso for acometido de uma doença grave e um médico disser que poderá ser curado ao ser tratado com células-tronco, adivinhem qual será a decisão deste pai.

Quem acertar, ganha como prêmio uma viagem ao Vaticano, com direito a beijar a mão do papa.

MAIS UMA CURA DO CANCRO

Um amigo, que se usa o pseudónimo "Cáestou", enviou-me a mensagem que se segue. Vale a pena ler, bem como a resposta que enviei. Só lamento é que os jornais andem tão distraídos, que nem disseram nada à gente.


VEJAM MESMO O VIDEO...

Cura do Cancro - vamos torcer para que seja verdade!

Agradeço a atenção dos médicos a quem envio.



VAI ACABAR A FARRA DOS LUCROS DOS LABORATÓRIOS...
É POR ISTO QUE A NOTÍCIA ESTÁ RESERVADA A PEQUENOS CÍRCULOS


Cura do cancro!


Um médico italiano descobriu algo simples que considera a causa do
câncer.


Inicialmente banido da comunidade médica italiana, foi aplaudido de
pé na Associação Americana contra o Cancro quando apresentou a sua
terapia.


O médico observou que todos os pacientes de cancro têm aftas. Isso já
era sabido da comunidade médica, mas sempre foi tratada como uma
infecção oportunista por fungos - Candida albicans.


Este médico achou muito estranho que todos os tipos de cancro
tivessem esta característica, ou seja, vários são os tipos de tumores
mas têm em comum o aparecimento das famosas aftas no paciente.


Então, pode estar ocorrendo o contrário - pensou ele. A causa do
cancro pode ser um fungo. E, para tratar esse fungo, usa-se o
medicamento mais simples que a humanidade conhece: bicarbonato de
sódio.


Assim ele começou a tratar os seus pacientes com bicarbonado de
sódio, não apenas ingerível, mas metódicamente controlado sobre os
tumores.


Começaram a acontecer resultados surpreendentes. Os tumores de
pulmões, próstata e intestino desapareciam como num passe de mágica,
juntamente com as aftas. Desta forma, muitíssimos pacientes de
câncer foram curados e hoje comprovam com os seus exames, resultados
altamente positivos do tratamento.


Para quem se interessar mais pelo assunto, siga o link (em inglês): -
não deixem de ver o vídeo, no link abaixo.


O médico fala em italiano, mas tem legendas em português.


http://www.curenaturalicancro.com/


<http://www.curenaturalicancro.com/>


Lá estão os métodos utilizados para aplicação do bicarbonato de sódio
sobre os tumores. Quaisquer tumores podem ser curados com esse
tratamento simples e barato.


Neste, o "site" é em Português. Clicando-se nas bandeirinhas no alto
da página, muda-se o idioma:


http://www.cancerfungus.com/simoncini-cancro-fungo.php


<http://www.cancerfungus.com/simoncini-cancro-fungo.php>


Neste endereço, o vídeo, onde o médico italiano mostra a evolução do
tratamento até a completa cura em 4 casos:


http://www.cancer-fungus.com/sub-v1pt/sub-pt.html


Parece brincadeira, não é? Mas foi notícia nos EUA e nunca chegou por
aqui.
Bem que o livro de homeopatia recomenda tratar tumores com borax, que
é o remédio homeopático para aftas.


Afinal, uma boa notícia em meio de tantas ruins.

A minha resposta:

Caro "Cáestou", bom dia.
Li atentamente esta mensagem, mas confesso que não vi os vídeos.
De vez em quando aparecem assim umas coisas na net. Ainda não consegui vislumbrar a intenção, mas a verdade é que há "novidades bombásticas" que a comunicação social ignora completamente. E a verdade é que uma notícia destas merece honras de primeira página, aberturas de telejornais, banda de música e fogo de artifício. No mínimo.
Estou (infelizmente) em condições de lhe dizer o seguinte: a única coisa que me provocou aftas, foi o tratamento contra o cancro. Ou seja, a quimioterapia. Antes disso, e já com o cancro a manifestar-se, não tive nem uma afta. Aliás, se as tivesse tido, e dada a persistência natural, certamente que me dirigiria a um médico. Provavelmente o cancro teria sido detectado mais cedo.
Já houve mais "curas" do cancro. Uma delas é a folha de Graviola, como pode ver aqui. Isso e lojas chinesas que tiram os órgãos aos clientes, produtos com LSS, fotografias de aviões "antes" do 11 de Setembro, e por aí fora, circulam na net à velocidade do boato.
Desde logo, e tanto quanto tenho conhecimento, acerca do cancro pouco mais se sabe para além de que é um crescimento anormal das células. O "porquê" desse crescimento, para além de haver factores que para ele podem contribuir é, segundo julgo, desconhecido. O que dificulta a cura. Principalmente, nunca ninguém me respondeu a esta pergunta: se todos temos (e temos!) factores cancerígenos e comportamentos que facilitam o aparecimento e desenvolvimento dos tumores, por que razão há crianças que já nascem com cancro no cérebro?

Um abraço cordial.

2008-12-12

ESTA JUSTIÇA...!!!


Em 1833 era assim que eram tratados os estupradores.

(Só espero que nenhum juiz do "processo Casa Pia" se lembre de ler este blogue...)
Faça clique sobre a imagem, para aumentar.


Retirado do blogue do Ricardo Dabo.

2008-12-10

"A CURA PELO CURA"

Indecentemente roubado ao "Diário Ateísta", e da autoria de Ludwig Krippahl.
Deliciem-se com este suculento naco de prosa.

O novo acordo de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Igreja Católica, no sentido de regular a assistência religiosa nos hospitais, levanta sérias preocupações a dois níveis. Por um lado, porque se aparenta justificar numa suposta eficácia terapêutica que terá a participação de padres católicos no processo de recobro. Por outro lado porque representa uma intromissão inaceitável do Estado nesta matéria tão pessoal que é a religião.

A Sra. Ministra da saúde Ana Jorge anunciou em Fátima que o acordo com a igreja católica se justificava porque a saúde «não é só o tratamento físico», mas a «espiritualidade entra neste campo global»(1). No entanto, mesmo que o bem estar dos doentes não resulte só da terapia e da medicação, não é verdade que exija uma espiritualidade no sentido de crença religiosa ou dependência do sacerdócio. Muitos doentes encontrarão todo o conforto e consolo nos seus familiares, nos seus amigos e na competência e empenho dos técnicos de saúde que os acompanham. A religião não é uma componente necessária da terapia.

Além disso, a espiritualidade religiosa não é necessariamente o catolicismo. Só se justificaria por razões médicas celebrar este acordo específico com a Igreja Católica se houvesse evidências concretas que esta religião não só é eficaz no recobro dos pacientes como é mais eficaz que as outras religiões que não estão cobertas por este acordo. Não há indícios que assim seja.

Quanto ao direito de acompanhamento religioso este acordo tenta resolver um problema inexistente. O direito de receber apoio espiritual já está garantido nas visitas hospitalares, nas quais o doente pode receber familiares, amigos ou sacerdotes da sua religião sempre que tais visitas não comprometam a sua recuperação. Por isso o que parece estar em causa neste acordo não é o direito à assistência religiosa mas sim quem financiará este encargo, se a Igreja Católica ou se o contribuinte. O que põe em causa outros direitos do doente.

Põe em causa o direito do doente, enquanto doente, que o Ministério da Saúde promova uma utilização eficiente dos recursos de que dispõe. E estes não são tão abundantes que o salário de um capelão não faça falta para equipamento, técnicos de apoio, de enfermagem ou médicos. Põe em causa o direito do doente, enquanto crente, que o Estado não se intrometa na religião nem favoreça umas em detrimento de outras. E põe em causa o direito do doente, enquanto contribuinte, que o seu contributo para o Estado seja usado com justiça para ajudar aqueles que mais precisam em vez de subsidiar a Igreja Católica, uma das organizações mais opulentas de Portugal.

A "PERFEIÇÃO" DE ADÃO


Uma das bandeiras das várias religiões é que tudo o que Deus criou é perfeito. Esta verdade é, especialmente, proclamada pelas crenças evangélicas, com destaque para as Testemunhas de Jeová (TJ). Isto porque, ao que tenho visto, a malta católica dedica-se pouco à leitura da Bíblia. As TJ lêem e, além de lerem, ainda a interpretam. Da maneira que mais lhes convém, mas interpretam.
E quando confrontados com contradições, apresentam os argumentos mais incríveis - tudo fruto da sua interpretação dos textos bíblicos.
Faz-me lembrar aquele padre da aldeia que clamava ser, a obra de Deus, toda perfeita. Ao fundo, o inevitável bêbedo que, além disso, ainda era marreco. Que não se conteve: "Ó sr padre. Tudo é perfeito? E a minha corcunda?" O padre era raposa velha: "Pois, meu filho. Mas repara: que corcunda tão perfeita!"
Pois bem: as TJ, quando confrontadas com a "perfeição" do Homem - doenças, fome, ódio, intolerância, etc - deitam as "culpas" para Adão. Porque, afirmam, Adão era perfeito, mas tornou-se imperfeito quando pecou. Curiosamente, nem reparam na blasfémia que pronunciam.
Desde logo: uma coisa perfeita não pode tornar-se imperfeita. Só que... O que é uma coisa perfeita? Onde está a perfeição, para podermos fazer comparações?
Qualquer religioso que se preze é capaz de garantir que "perfeito, só Deus". E aqui começa a barbaridade: Se só Deus é perfeito, será que esse mesmo Deus ia fazer um ser que seria, pelo menos, tão perfeito como ele? Claro que não. E aquele "pelo menos" está ali a mais: ou é perfeito ou não é. Ponto final. E para ser perfeito, tinha que ser Deus. Outro deus.
Adão era, supostamente, perfeito. Dizem os crentes. Vamos admitir que sim. Aliás, até vamos admitir que a "criação" humana descende de Adão e Eva. É uma hipótese absurda e académica, mas é uma hipótese. Ainda segundo os crentes, Adão pecou porque Deus lhe concedeu o "livre arbítrio". E aqui entramos na segunda barbaridade. Vejamos:
  • Adão era perfeito.
  • Eva, na sua "santa ingenuidade", convenceu Adão a desobedecer a Deus.
  • Adão tinha o "livre arbítrio", ou seja, podia escolher livremente entre obedecer a Jeová ou comer da fruta (não tem nada a ver com o "apito dourado"...).
  • Adão decidiu comer a fruta. Livremente, decidiu pecar. Foi a imperfeição que o levou ao pecado, e não o contrário.
Aliás, custa-me admitir como é que um crente pode aceitar que Deus, o Omnisciente, tenha cometido um erro tão crasso, como seja o de fabricar um ser imperfeito, como foi Adão. Mas, claro, eles não admitem. Preferem a falácia: ele era perfeito, mas tornou-se... etc, etc.
Já agora: Deus, o omnisciente, sabia, ou não, que Adão iria desobedecer-lhe? Se não sabia, não é omnisciente; se sabia e não se importou (a obra é dele) é um sacana.
Com deuses destes, não precisamos de demónios para nada.

2008-12-08

COGITAÇÕES PROFUNDAS

Segundo tem vindo a ser noticiado, Joseph Ratzinger, também conhecido por "O Bento 16" ou "O Papa", votou contra uma decisão da ONU, que pretendia que a homossexualidade fosse descriminalizada em todo o mundo. Lembremo-nos de que em vários países, nomeadamente de religião muçulmana, o homossexualismo é punido com a morte. No Irão, o presidente Mahmoud Ahmadinejad gabou-se, ainda não há muito tempo, de que no seu país não havia homossexuais. Pois não. Em Portugal, dentro de poucos anos não haverá analfabetos. Quando eles morrerem todos... No Irão, e noutros países, oficialmente não há homossexuais.
De qualquer modo, isso diz bem do valor que o Vaticano dá aos direitos humanos. A vida de uma pessoa pouco valor tem, se essa pessoa contrariar as vontades de um hipotético e improvável deus.
Uma das muitas falácias difundidas pelas várias religiões, é a de que a homossexualidade é uma opção de vida. Isto é, uma pessoa opta por ser homossexual, como pode optar por ser médico, electricista ou... padre. Por isso, a homossexualidade é "pecado".
Quem tem um pouco de cultura (e não é preciso muita, garanto) rapidamente chegará à conclusão de que a homossexualidade é tudo o que quiserem, menos uma opção de vida. Basta parar para pensar um pouco. Só que o Vaticano não quer isso, isto é, não quer que as pessoas pensem. E não quer, porque as pessoas poderiam chegar a conclusões incómodas. Por exemplo:
  • Somos filhos de Deus, ou seja, criaturas de Deus; então,
  • Se alguém nasce homossexual, então é essa a obra de Deus. Ou seja, a criatura de Deus é "defeituosa".
  • Mas a verdade é que "tudo o que Deus faz é perfeito". Então, torna-se mais fácil dizer que a homossexualidade é uma opção de vida e, naturalmente, "pecado".
  • Permanecer na ignorância e cultivar preconceitos é muito mais cómodo.
Numa página apropriada da Internet coloquei a seguinte pergunta: "

Você acredita MESMO que homossexualidade é opção, e daí o castigo de Deus? Ou a pessoa nasce homossexual?

Vale a pena ir até lá e ler algumas respostas... Elas patenteiam a intolerância, a ignorância voluntária e o preconceito ainda existente.
E vale a pena ler uma das respostas, que eu publico abaixo, tal como foi escrita. Nem uma vírgula mudei.

Engraçado como héteros adoram dar pitaco no tema... se são héteros, como sabem que um homossexual optou por algo? É incrível como atirar pedra no telhado do vizinho e sair correndo é "engraçado", mesmo que cause prejuízo imensurável...

Vou optar por ser escurraçado pela minha familia e dormir ao relento!!

Vou optar ser motivo de piadas e humilhaçoes na rua, no colégio, na igreja, em casa.

Vou optar em me recluir em guetos, com medo de ser agredido por estar demonstrando carinho por outro cara.

Vou optar em virar pros meus pais e dizer: não subirei ao altar perante nossa família, pois "optei" em não sentir prazer com o sexo oposto.

Vou optar em por meu emprego em risco e em afastar de mim meus amigos e colegas que admiro.

Vou optar em me esconder de tudo e de todos, até de mim mesmo, pois me sinto bem assim, mentindo a todo tempo e fingindo que não tenho nenhum sentimento.

Será que uma pessoa opta por lutar contra toda uma sociedade pra poder beijar, amar e construir sua vida com alguém que ama?
Será que é opção, não poder viver dignamente, lutando contra um conceito arcaico que é impregnado por pessoas fanáticas?

Opção é ser feliz ou se render à idéias fúteis e vazias como muitas que tive o desgosto de ler em sua pergunta.

Pra quem se baseia na bíblia, leiam Levítcus e reflitam antes de criticarem alguém... seguir a escritura ao pé da letra é se enterrar vivo, pois tudo é condenado e condenável.

Grande abraço.

E ah, abaixo vai Levíticus para aqueles que quiserem constatar o que eu digo...

2008-12-07

A SAUDADE É TÃO TRISTE...

Com um agradecimento ao Stefano, transcrevo parte de uma entrevista à "Agência Eccesia":

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=65017&seccaoid=6&tipoid=31
AE – Nessa localidade de vidreiros onde o sindicalismo estava implantado, Monsenhor Luciano Guerra saiu dos parâmetros daqueles que acusavam a Igreja de estar colada à ditadura?

LG – Não saí… Até admirava Salazar porque o meu pai também o admirava e com razão. O meu velho pároco também o admirava devido aos melhoramentos das estradas e outras coisas.

AE – E a questão da liberdade…

LG – A liberdade é para os intelectuais e para aqueles que tinham aspirações de governar. O povo só sentiu a miséria antes de Salazar e o progresso depois de Salazar. No entanto demorou tempo demais. Ele levantou Portugal de uma miséria muito grande e as pessoas tinham medo de voltar a essa miséria. O 25 de Abril veio, mas por muito heróis que tenham sido os nossos militares eles revoltaram-se por razões salariais e não por razões políticas. Simplesmente, o fruto estava maduro.

AE – No entanto, a hierarquia da Igreja teve membros que não pactuavam com esta forma de governar?

LG – Esses vieram mais cedo porque, talvez, não tivessem comungado com o povo. Não compreenderam a situação. Não é uma questão de liberdade porque o Salazar veio libertar muita gente.

AE – E a guerra colonial?

LG – Salazar concebeu a possibilidade de uma unidade entre nós e as províncias ultramarinas. Errou… O seu isolamento não o deixou perceber a realidade exterior. Faltou-lhe viajar. No entanto, também achamos que Mouzinho de Albuquerque foi um herói e ele defendia o colonialismo.

Afinal, eles ainda "andem" aí...

OS PRESÉPIOS PRESIDENCIAIS

Os órgãos de comunicação social têm vindo a dar à estampa a tradicional exposição de presépios da colecção particular da primeira-dama, Maria Cavaco Silva. Parece que é uma tradição, mas eu (confesso) nunca prestei atenção aos locais onde, anualmente, essa exposição tem lugar. Desta vez, porém, fixei: É no Museu da Presidência.

Face à minha notória ignorância, não comento. Mas pergunto:

  • Há só um Museu da Presidência, ou há um museu para cada presidente?
  • Como me parece que a primeira hipótese é a verdadeira: o Museu da Presidência pertence ao presidente em exercício, ou ao Estado?
  • Como me parece que a segunda hipótese é verdadeira: oEstado Português é laico, ou confessional?
  • Como me parece que a primeira hipótese é verdadeira: com que direito uma senhora ocupa um espaço que pertence a um Estado laico, com uma exposição particular que pertence, indubitavelmente, ao mundo confessional?
Claro que posso estar enganado. Mas acho que serei corrigido.

2008-12-05

O TRIBUNAL DE CONTAS...




Dizia eu que o Tribunal de Contas informou que os custos da Construção da Casa da Música (Porto) sofreram uma "derrapagem" de cerca de 77,2 milhões de euros - isto para além de ter ultrapassado, largamente, os prazos previstos. Ou seja, o habitual "fartar vilanagem" tão português.
Eu não sei o que os leitores pensam do Tribunal de Contas; mas eu penso bem. Isto porque é graças ao Tribunal de Contas que vamos ficando a saber estas coisas que, até, já não nos espantam. Fazem parte da nossa querida democracia, e na nossa cultura. Mas é sempre bom a gente ir sabendo. E é essa a única utilidade que eu vejo no Tribunal de Contas.
Porque, no fim de contas, o Tribunal das ditas (Contas)... Bom eu ia escrever asneira. Em vez disso, só vou perguntar:
1) - Há responsáveis?
2) - Se há, o que lhes vai acontecer?
3) - Se não há, para que serve o Tribunal de Contas? Para nos dizer o que já sabemos? Ou seja, que há mais quem se governe do que quem governe?

2008-12-03

GOOGLE "AJUDA" TERRORISTAS

Referido no "Peopleware".


É uma informação avançada por várias agências noticiosas. Durante o rescaldo do ataque a vários alvos turísticos ao sul da cidade de Bombaim, foram descobertos vários mapas com esquemas de ataques planeados e riscados meticulosamente utilizando o Google Earth.


Várias informações vão sendo avançadas após os interrogatórios ao terrorista capturado e após as muitas investigações feitas no terreno. Sabe-se por exemplo que os terroristas utilizaram tecnologia de posicionamento global (GPS) com indicações precisas obtidas com auxilio do Google Earth, onde colocaram pontos de ataque à cidade de Bombaim.

Além das acusações à passividade das autoridades do Paquistão, onde de certa forma permitem que o seu território de Caxemira seja utilizado para “formar” e preparar grupos terroristas, as autoridades indianas viram-se também para a exposição que o Google Earth permite aos seus locais sensíveis de defesa.

Não é novo este método e nem é novo este coro de protestos, já anteriormente várias nações se queixaram da exposição que os seus territórios têm, com um vasto leque de informações pormenorizadas aos olhos desta tecnologia.

O facto dos alvos serem turísticos, logo expostos em muitas brochuras informativas não retira toda a estratégia militarmente montada por este grupo de terroristas, que tinham um planos de ataque assente em vários pontos meticulosamente estudados e armadilhados.

Comentário:

Na verdade, a tecnologia sempre existiu. Pelo menos, desde que o Homem descobriu que lascando pedra podia criar armas e utensílios. E desde sempre esse mesmo Homem (homo homini lupus - o homem é o lobo do homem) utilizou essa tecnologia para o mal. O mal está intrinsecamente ligado ao homem que, além de animal religioso é, também (se calhar por isso mesmo), um animal guerreiro.
Não quero, de forma alguma, denegrir a actualidade da notícia; ela serve, pelo menos, para despertar consciências. E quando Einstein disse que a 4ª Guerra mundial ia ser com paus e pedras estava, apenas, a falar na tecnologia que o Homem será obrigado a usar, porque as outras já se terão ido.
Mas mesmo os paus e pedras são tecnologia. Se já o foram, por que não voltarão a ser?

2008-12-02

AFINAL, EXISTE


Durante séculos especulou-se acerca do que seria o "quadrado perfeito". Existe, ou não? É possível, ou só existe na imaginação dos geómetras e matemáticos?
Este blogue está em condições de poder afirmar: O PERFEITO QUADRADO existe mesmo!
Podem confirmar aqui.

REFLEXÕES NATALÍCIAS...

Aproxima-se o Natal.
Tradicionalmente, o Natal está associado ao nascimento de Jesus. Há toda uma envolvente religiosa em torno da quadra que, no entanto, está a voltar às suas verdadeiras raízes: o paganismo. Cada vez mais o Natal se está a tornar menos uma festa litúrgica e mais uma festa para os comerciantes.
O Natal é uma festa pagã, e Jesus - o Jesus histórico - terá nascido em 3 de Março, SEIS ANOS depois da data que é atribuída. O "Jesus divino" nunca existiu. Pelo menos nunca ninguém conseguiu provar a sua existência.
Antes da Era Comum, a que muitos chamam, erradamente, "antes de Cristo", já se festejava o " Natalis Solis Invictus ", ou seja, o nascimento do sol invicto. Vamos até à Wikipédia:

"Sol Invictus (Sol Invicto, em latim), também conhecido pelo nome completo, Deus Sol Invicto (Deus Sol Invictus), era um título relígioso que foi aplicado a três divindades distintas durante o Império Romano tardio. Ao contrário de outros, o culto agrário de Sol Indiges ("Sol na Terra"), o título Deus Sol Invictus foi formado por analogia ao título imperial pius felix invictus ("pio, feliz, invicto"). O título foi introduzido pelo Imperador Heliogabalo, durante a sua tentativa abortada de impor um deus Elagabalo Sol Invicto, o deus sol da sua cidade natal Emesa na Síria. Com a morte do imperador em 222 d.C., contudo, o seu culto esvaneceu-se. Em segundo instante, o título invictus ("invicto") foi aplicado a Mitra em inscrições de devotos. Também, aparece aplicado a Marte. Finalmente, o imperador Aureliano introduziu um culto oficial do Sol Invicto em 270 d.C., fazendo do Deus Sol, a primeira divindade do império. Contudo não oficialmente identificado com Mitra, o Sol de Aurélio tem muitas características próprias do Mitraísmo, incluíndo a representação iconográfica do deus com juventude sem barba. O culto de Sol Invicto continuou a ser uma base do paganismo oficial até ao triunfo da cristandade - antes da sua conversão, até o jovem imperador Constantino tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial. Do culto ao Deus Sol, atualmente só permanece a data, 25 de Dezembro, que era o dia de adoração dos romanos a este deus saído das cavernas e cujo dia de celebração os cristãos aproveitaram para consagrar como sendo o dia do nascimento de Cristo por ele ter sido declarado "a luz do mundo", sendo assim, para contento do Imperador recém-convertido declarado o tal dia, mas não há nenhuma relação do Catolicismo com o Mitraísmo.
Com efeito, à medida que os dias iam sendo mais pequenos e as noites maiores, os antigos pensavam que os espíritos da noite iam derrotar o sol. Por isso, costumavam pendurar, nas árvores, cordas ou fitas com pedras que, com o vento, balançavam e faziam barulho, "afugentando" os espíritos. Agora, você já sabe como foi "inventada" a árvore de Natal.
Na boa tradição romana, as religiões dos adversários nunca foram combatidas. O que quer dizer que os cristãos não foram perseguidos pela religião, mas pelo uso que faziam dela: a subversão. Aliás, a história ensina-nos que os cristãos sempre fizeram mau uso da religião. Basta que nos lembremos das Cruzadas, da Santa Inquisição, e das "piedosas" Missões.
Assim, quando Constantino “criou" a igreja católica, não impôs o cristianismo; pelo contrário, pegou nos rituais pagãos e adaptou-os ao cristianismo. Por exemplo, e contrariando a Bíblia que diz que Jeová descansou ao sábado, instituiu o descanso semanal ao domingo - dia que os pagãos dedicavam ao sol (donde acha que vem o nome inglês "Sunday", e o alemão "Sontag" - dia de sol?). Do mesmo modo, e porque no 1º Concílio de Nicéia, ficou decidido que Jesus era filho de Jeová, igualmente ficou decidido que teria nascido a 25 de Dezembro - data em que os pagãos festejavam o " Natalis Solis Invictus ". Ou seja, o Solstício de Inverno. Não nos esqueçamos que a 25 de Dezembro e de virgens, nasceram, muito antes de Jesus, de alcunha "Cristo": Hórus, filho de Isis Meri; o seu nascimento foi acompanhado por uma estrela a Este; que por sua vez, foi seguida por 3 reis; aos 12 anos, era uma criança-prodígio; aos 30 anos foi batizado por Anup; tinha 12 discípulos; curou enfermos, andou sobre as águas; foi traído por Tifão, crucificado e enterrado; ressuscitou 3 dias depois. Isto aconteceu 3000 anos Antes de Cristo.
Esta história repete-se com Atis da Frígia, nascido da virgem Nana a 25 de Dezembro; Krishna, na Índia, nascido de uma virgem; Dionísio, da Grécia; Mitra, da Pérsia.

2008-11-29

O MUNDO SERIA PACÍFICO DE TODOS FÔSSEMOS ATEUS

Com os meus agradecimentos ao blogue "IN GO(L)D WE TRUST"

BUENOS AIRES, 29 NOV (ANSA) - O escritor português José Saramago declarou à imprensa argentina que "o mundo seria mais pacífico se todos fôssemos ateus".
Os deuses foram inventados porque "precisávamos deles", já que "tememos a mort
e", acrescentou o prêmio Nobel de Literatura em declarações à revista Ñ de Buenos Aires.
"Não deveria surpreender por que os fãs do Real Madrid não podem nem pensar nos torcedores do Barcelona. Se isso acontece com algo tão rudimentar quanto o futebol, o que não ocorreria se eu creio em um deus e não posso suportar a essência de alguém que acredita em outr
o", questionou Saramago.
Esse tipo de confronto "é a prova de que no fundo somos bastante estúpidos, com todo o respeito. Por isso às vezes digo que o mundo seria mais pacífico de todos fôssemos ateus". (ANSA)

2008-11-24

A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

Já tive ocasião de referir que frequento um portal - "Yahoo! Respostas" - com preferência para o sector 'Religião e Espiritualidade'. Apesar de ser ateu, gosto de saber aliás: tento saber, até agora sem resultados, o que leva as pessoas a acreditar em algo que nunca viram, o que não é grave, mas em algo cuja existência nunca foi provada. E, aqui, o caso merece estudo. É o chamado "study case", que eu também sei umas coisas de inglês. Essa pesquisa leva-me, não só a ler a Bíblia dita sagrada, mas também a fazer perguntas aos crentes.
Pois bem. Uma das bandeiras empunhadas pelos religiosos é que "a Bíblia é a palavra de Deus". Até aí, tudo bem. Mas, para mim não chega. Daí que eu tenha perguntado, muitas vezes: "Mas, onde é que diz que a Bíblia é a palavra de Deus?" E a resposta é, invariavelmente, "Está na Bíblia". Ou seja, estamos perante uma situação de "pescadinha-de-rabo-na-boca". Inconsequente, ainda para mais.
Porque quem ler o "D. Quixote de La Mancha", por exemplo, também acaba por encontrar citações onde se afirma que D. Quixote existiu . Repare-se o modo como o livro começa: "Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, vivia, não há muito tempo, um fidalgo, dos de lança em cabido, adarga antiga, rocim fraco e galgo corredor". E a minha pergunta é: Pela lógica dos crentes, temos de admitir que D. Quixote existiu mesmo, ou isso só vale para a Bíblia?
Por isso, e para tentar esclarecer-me, lancei, no referido portal, a pergunta: "Em que parte da Bíblia diz que a Bíblia é a palavra de Deus?" Isto porque, tendo procurado na dita Bíblia, nada encontrei a respeito. Mas pode ser distracção minha, quiçá alguma iliteracia.
Não vou fazer muitos comentários. Mas vou fazer "copy/paste" das respostas dadas pelos crentes, t.c.p. religiosos (nota: se alguém disser que os erros de ortografia são meus, eu nego!):

-Em toda ela, aproveite e leia, mas vá desarmado e vá para aprender e praticar
se vc ler vc vai descobri - leia a biblia e vc vai ver os escritores semdo orientado pelo propio Deus e o espirito santo de Deus como
joao

paulo

lucas
mateus
daniel

isaias
zacarias
amos

jonas
jeremias
em fim todos os profetas e a postolos se vc le o livro de apocalips por exemplo vc vai ver deus falamdo com joao e dizendo escreve tudo que ver joao

entemdeu


- Leia a Bíblia é um ótimo livro Como se diz o manual do ser humano. para um bom entendedor um ponto é Francisco. - Leia a Bíblia toda. E preste atenção.

- Em nenhum lugar. Lá está a palavra de Deus também. Mas a palavra não está somente lá. Se ao orar, e a pessoa receber no coração uma resposta de Deus, isso é a Palavra de Deus também. Em uma pregação, conversas, leitura de livros cristãos, podemos receber também a palavra de Deus.
Acredito na bíblia, mas não de uma forma fundamentalista. O velho testamento, por exemplo, tem que ser lido com uma visão diferente. Se vc aplicá-lo na prática, começará a obedecer leis judáicas. O NT é muito importante, pois lá estão as palavras de Jesus. É o meio que temos para se chegar a Ele. Mas não devemos tentar encontrar solução para tudo que passamos na vida através da bíblia. Jesus disse que seríamos guiados pelo Espírito Santo. Querer achar tudo na bíblia é limitar o poder e abrangência de DEUS. Precisamos de muita oração e discernimento para caminhar. Precisamos ter Fé, crer e buscar a presença do Espírito Santo.

- 2 Timoteo 3:16, 17 "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra." (Este foi o único. Mas esqueceu-se de explicar em que Timóteo se baseou para fazer tal afirmação. Terá sido o próprio Jeová que lhe disse? Ou quis imitar o Miguel de Cervantes?)

- O Verbo de Deus se fez carne, através de Jesus, para nos ensinar sobre toda a Palavra. Jesus é a Luz do Mundo. A Luz veio para os seus, mas eles preferiram as trevas. O Evangelho é a Luz de Deus para o mundo, através do Senhor Jesus. (Este, então, nem conseguiu compreender a pergunta. )


Elucidativo, não?