2008-09-29

AS LEGENDAS

Por obrigações profissionais (sou, por profissão, espectador de televisão e utilizador informático, ambas em regime de voluntariado) de vez em quando dou uma espreitadela aos programas televisivos que preenchem parte das manhãs do nosso (dos meus colegas, entenda-se) quotidiano.
Enquanto apresentadores e convidados vão dizendo de sua justiça (algumas vezes, autênticas barbaridades, mas isso não vem ao caso) vão passando, em rodapé, legendas correspondentes a mensagens SMS que alguns colegas do sector "espectadores de televisão" (na variante "utilizador de telemóvel" em vez de "utilizador informático" vão enviando. A SESSENTA CÊNTIMOS MAIS IVA, cada mensagem, é bom que se note. Para dizerem preciosidades do género "querida, hoje sonhei contigo" ou "a sopa estava salgada" ou "não te esqueças de que a tua sogra é minha mãe". Mensagens que as televisões repetem até à náusea, o que dá a entender que a) ou não há tantos espectadores como isso, b) ou ainda há muita gente que não tem telemóvel ou c) ainda há muita gente com juízo. Há mais hipóteses, mas estas chegam, para já.
Ora, isto pressupõe várias coisas: uma delas, é que, afinal, a crise não é assim tão grande. Pelo menos, para alguns dos meus colegas. O outro pressuposto é que o remetente da mensagem sabe que o destinatário passa a manhã a espreitar as legendas televisivas, à espera que chegue alguma para si, e perde, estupidamente, as úteis referências das "bibás", "lilis", "cinhas" e quejandos, que vão proliferando pelas pantalhas. O que é uma perda. Além disso, é indiciador de forte concorrência na área dos "espectadores de televisão", o que é mau para a profissão. Basta analisar a lei da oferta e da procura.
Porque, mandar uma mensagem para o éter sem ter a certeza de ela ser recebida por quem de direito... é sinal de que a pobreza não é só de dinheiro.
Confesso que, há tempos, ainda me senti tentado a mandar uma mensagem dessas para a minha namorada. Seria uma mensagem simples, mas que iria exprimir o meu eterno amor por ela. Como deixei de fumar, sempre tinha uma verba excedente que cobria a despesa inerente. Mas tive medo. Não de que ela não visse - que ela veria, de certeza - mas de que o marido estivesse em casa e também visse. E o gajo é cá um calmeirão...

2008-09-25

DAS ESTATÍSTICAS

Alguém disse - e eu assino por baixo - que a estatística é a arte de mentir com precisão. Eu vou um bocadinho mais longe: a estatística é a arte de mentir dizendo a verdade.
Confuso? Paradoxal? Não me parece.
Portugal atravessa algumas crises. Destas, destaco a segurança. Assaltos todos os dias, com armas, enfim, o "far west" à portuguesa. Na Assembleia da República alguns, deputados, pretendendo traduzir a inquietação popular (as eleições aproximam-se...) interpelaram o primeiro-ministro acerca do assunto. Este respondeu que Portugal tem polícias que cheguem. Parece que é verdade: Portugal, segundo uma estatística recentemente vinda a lume, é um dos países europeus com mais polícias por cidadão.
Só que isto faz-me lembrar a estatística do frango, segundo a qual, se eu comer um frango e o leitor não comer nenhum, comemos, estatisticamente, meio frango cada um.
Que me importa que haja muitos polícias, se eles não andam pelas ruas? Se o leitor tiver coragem, dê um passeio, depois das oito da noite, pelas ruas da cidade; depois, diga-me quantos polícias viu.
Que me importa que haja muitos polícias, se eles estão a atender telefonemas, a dobrar ofícios, a lamber envelopes?

TENTATIVAS E FRUSTRAÇÕES

Há pouco, no noticiário matinal da RTP, uma jornalista dissertava acerca de uma "tentativa frustrada" de roubo de uma caixa Multibanco.
Confesso, desde já, que a língua portuguesa não é o meu forte, embora a tenha começado a aprender logo no berço. Talvez por isso algumas expressões me causem perplexidade.
Vou tentar raciocinar: quando se tenta fazer uma coisa, ou se consegue fazê-la, ou não. No caso em apreço na notícia, os malandros (perdão: presumíveis malandros) tentaram roubar a caixa Multibanco. Como não conseguiram, o roubo foi frustrado. Parece-me que é assim.
Mas a jornalista acha que não. E diz que o que foi frustrada foi a tentativa. Ou seja, nem sequer houve tentativa, já que esta foi frustrada.
E eu pergunto: o que foi a PJ lá fazer, uma vez que não houve crime? Nem tentativa, já que ela foi frustrada?
Ou sou eu que estou mal?

2008-09-22

UMA NOVA RELIGIÃO?


Segundo o jornal electrónico "Tudo Rondonia" (www.tudorondonia.com), algumas mulheres ameaçam abandonar a Igreja Católica se esta não lhes reconhecer igualdade, relativamente aos homens.

Tudo bem. É uma atitude bonita. Esquecem-se, as " teólogas feministas (da Espanha)" de que já assim era antes de qualquer uma delas ter nascido, e mesmo antes de alguém ter decidido que elas iriam ser católicas.
Pois é. É esse o problema. A posição das mulheres “teólogas feministas” é contraditória. Problema delas, que se meteram na aventura. Desde sempre, e até prova em contrário, Deus é macho. De uma ponta a outra da Bíblia é legível que os machos é que geraram, sendo que as fêmeas… nem se sabe bem qual o papel delas, para além de copularem com o pai, serem transformadas em estátuas de sal ou darem o “fruto proibido” a comer aos homens. Já era assim antes de as “teólogas feministas” (que raio de contradição) quererem inventar uma nova religião. Quanto a isso, tudo bem, que há lugar para todos. Mas… a mãe, a filha…? A espírita santa???? A “bispa”? A “cardeala”? A “mama” em vez de “papa”? Pois.. não é "mama", é papisa. Foi a filha que foi crucificada? Ainda não perceberam que vão ter de reinventar tudo? E a trabalheira que isso vai dar? Uma bíblia novinha em folha, pois claro.A começar pelo Génesis, obviamente.
Valha-me a pilinha do menino-Jesus, que é benta…

2008-09-21

OS COMBUSTÍVEIS

Só um político incompetente, ignorante e ingénuo é capaz de pensar que, em Portugal, liberalizar os preços seja do que for significa que esses preços baixam. Para nosso azar, temos políticos que conseguem reunir as três virtudes que acima enumerei.
A nossa História (a verdadeira, e não aquela que nos é ensinada na escola) está recheada de episódios que mostram a ancestral e atávica apetência para enriquecer rapidamente, sem muito trabalho e, se possível, à custa dos outros.
Seja-me perdoada a redundância: enriquecer, só mesmo à custa dos outros. Só se pode ser rico se houver pobres. E quanto mais ricos forem uns, obviamente mais pobres serão - terão de ser - os outros. Acho que nem o senhor de La Palice era capaz de chegar a tão brilhante conclusão. Adiante.
Deixando para trás as conquistas e os consequentes saques, mais o ouro do Brasil, situemo-nos numa época mais recente: os milhões da então Comunidade Europeia que, tendo destinos bem definidos, acabaram nos bolsos de alguns. Prática que continua a ser seguida, felizmente.
Aquando do Euro-2004, e porque se previa uma grande, procura alguns estabelecimentos de café aumentaram escandalosamente os preços. A procura parece não ter correspondido às expectativas, mas nem por isso os preços baixaram. Aliás, não baixaram mesmo depois de ter acabado o Euro 2004.
Em Junho findo, uma "crise" desencadeada por um "lock-out" ilegal mas deixado impune, fez disparar os preços de alguns bens. Normalizada a situação, era de esperar, legitimamente, que os preços desses bens voltassem a baixar. Foi o que se viu.
Durante algum tempo, os preços do crude dispararam até valores que só existiam na imaginação (mas passaram a existir na realidade). Tudo quanto era movido a combustível quis ver - e viu! - aumentados os preços dos serviços e/ou produtos. Os táxis, por exemplo. Mas os combustíveis baixaram. Não tanto como o crude, mas baixaram. E os preços?
Ainda no mês de Junho, com os preços do crude em alta, uma garrafa de gás butano custava 21,25€; em Agosto, com os preços a baixar, custava 21,45€. Ou seja, mais vinte cêntimos. 40$00 em moeda portuguesa.
Não se pode, em consciência, exigir que a Galp proceda de maneira diferente.
Ela é portuguesa.

2008-09-12

CARTA DE UM CRIMINOSO

Esta é a cópia de uma carta que um velho "conhecido" (das minhas andanças policiais) fez seguir para o Ministro. Na cópia não se refere qual foi o ministro, nem o "Ourinas" (é esse o 'username' do rapaz) mo disse. Deu-me a cópia, pediu anonimato e zarpou, não sem antes me dizer que podia dar o uso que entendesse ao documento. Vou publicá-lo em jeito de copy/paste, o que quer dizer que os erros ortográficos NÃO são da minha responsabilidade.

Ecelentíssimo Senhor Menistro:
Num sei se salembra de mim. Mas eu sou um gajo famoso, que até apareci num livro chamado "O Retrato de Judite". Eu tenho uma historia de crime munto grande, e estava a comprir pena. Inda me faltavam uns anecos pra
sair, e parece que ouve uma alteraçom ao código penal, ou lá o que é, e os guardilhas puserame na rua. Os gêpês, num sei se está a ver. Quando o juiz acabou de ler a sentença eu até estava a dormir. Adormeci quando ele ainda ia no 52º crime, e só acordei quando os gêpês me levaram para a ramona. E então eu estava feliz da vida na cana, quer dizer na prisa, quando me puzeram na rua. E isso é um problema para mim, porque queria voltar ao crime e num posso. E num posso por causa da concorrencia, que é muita porque muitos gajos foram, quer dizer, vieram para a rua como eu. E anda toda a gente a gamar e a fazer carros e bancos e cardenhos, quer dizer, casas, e eu, népias.
Senhor ministro, isto anda mau até para um honesto gatuno como eu. Veija lá que ainda á dias roubaram cento e trinta bicos, quer dizer, euros de uma bomba de gazoza!  Quer dizer, nem a gamar um gajo se governa. Eu já tentei uns assaltos, mas haviam sempre gajos que tinham chegado antes de mim. Se isto continua, sr. menistro, o crime ainda acaba por acabar. E se acabar o crime, quem vai dar trabalho aos polícias, e aos juizes, e aos gêpês e a essa gente toda? Sim, como é que vai ser? E o sr menistro lá terá que arranjar emprego.
Senhor menistro, faça alguma coisa a bem da criminalidade. Olhe que anda muita gente a roubar, e acaba por não chegar para todos.  Depois, quando já não houver nada para roubar, como é que vamos fazer, com este desemprego? 
Acho que o melhor é voltar a pôr uns gajos na prisa, para eliminar o ecesso de concorrencia.
Pode comessar pelos colarinhos brancos, que eu num me importo. Até podem ser autarcas e tudo.
Um seu criado,
Ourinas.

O PAPA VAI A FRANÇA


Mais concretamente, a Lourdes, a fim de, alí, rezar pela paz do mundo.
Eu acho bem. Sinceramente. Só quem não quer é que não vê que o mundo está roto, e que chove nele como na rua.
Mas a verdade é que há quem não concorde. Alguns acham que o Papa podia, simplesmente, rezar lá no Vaticano, que sempre poupava uns tostões. 
Mas não é bem assim.
Vejamos, por hipótese: você, leitor, está a cozinhar um belo “Bacalhau à Brás” e, de repente (desgraça das desgraças!) verifica que não tem salsa. Sim, que a salsa é importante no “Bacalhau à Brás”. Então, que faz? Pois bem, provavelmente, vai pedir um raminho de salsa à vizinha do 2º Esq.º. Certamente que não está à espera que a tal vizinha (aliás boa como o milho) adivinhe que você precisa de salsa, não é verdade?
Pois o B16 faz a mesma coisa. Vai a casa da vizinha, neste caso Lourdes, pedir, não o raminho de salsa, mas a paz no mundo. Sim, que a senhora, tal como a boazona do 2º Esq.º, não é obrigada a adivinhar que não há paz no mundo.
Ora essa!!!
E quanto a poupar uns tostões... não me consta que lhe custe a ganhar o dinheiro. Aliás, e se calhar, ele até vai à conta do governo francês (perdão: do contribuinte francês), que sempre fica mais barato.

2008-09-11

A LÍNGUA PORTUGUESA...

Alguém disse - e eu assino por baixo - que a língua portuguesa é muito traiçoeira. Também acho. Mas o pior são as pessoas que contribuem para essa "traição".
Vou tentar explicar: Há poucos momentos, o "pivot" da RTP dizia, no noticiário da hora de almoço, que (e cito de memória) o jogo de ontem entre as equipas de Portugal e da Dinamarca se saldou por uma derrota para a
equipa nacional. Fiquei na dúvida... Afinal, qual das duas equipas foi derrotada? A portuguesa, ou a dinamarquesa? Porque, na verdade, as duas equipas são nacionais. Na minha modesta opinião, claro. E eu tenho muito orgulho na modéstia das minhas opiniões.
Aliás, parece que o Dicionário Pro da Língua Portuguesa (Porto Editora) é da mesma opinião. Não sei é se é tão modesta como a minha (o que será difícil, convenhamos. Eu acredito que tenho a mais modesta de todas as modestas opiniões). Vejamos o que diz:

"NACIONAL

adjectivo 2 géneros
1. da nação; pátrio;

2. referente a nação;

3. que pertence à nação ou ao Estado;

4. que representa a nação ou o país;

5. que é natural de um país;

6. produzido ou feito num país;


substantivo 2 géneros
pessoa natural de um país;


(Do lat. natióne-, «nação» +-al)"
(Fim do copiar/colar)

Ora, vasculhando bem, como é meu apanágio, não consigo vislumbrar onde se diz que"nacional" significa "português".  Pelo que, naquela altura, fiquei sem saber qual das duas equipas tinha ganho.
Mais grave: fiquei sem saber qual das duas equipas tinha sido derrotada! E toda a gente sabe que ser 
derrotado é muito pior que ganhar. Nem que seja a feijões... Porque, na minha mais que modesta opinião, ambas as equipas são nacionais
Tão nacionais como, por exemplo "A Marselhesa" ou "A Portuguesa". Ambos são hinos nacionais.

...Ou sou eu que estou errado?

2008-09-05

DÚVIDAS METAFÍSICAS

“Lembrei-me destas questões que gostaria de ver respondidas pela ASAE:

Se as hóstias forem feitas com trigo transgénico, o sacerdote não deveria informar os fiéis? 

O vinho da eucaristia não deveria ser armazenado em garrafas rotuladas?

A lavagem que o sacerdote faz do cálice não deveria ser feita pelo menos com um detergente, ou com água a não sei quantos graus? 

A patena onde se colocam as hóstias para consagração também não deveria ser limpa? 

As hóstias não deviam ser entregues em embalagens individuais?

O sacerdote não deveria usar pinças ou luvas para entregar as hóstias?

Quando se comunga de duas espécies, também se serve vinho a quem aparente possuir anomalia psíquica ou esteja embriagado? 

Os menores de 16 anos também podem comungar das duas espécies, e assim beber vinho? 

No rito da adoração da cruz, o santo lenho não deveria ser esterilizado após cada ósculo? 

No Domingo de Ramos, onde é que a malta vai buscar os ramos de palmeira ou de oliveira? 

As peças do Presépio não deveriam ter a marca ‘CE’? 

O incenso espalhado pelos turíbulos pode ser de ópio ou cannabis?

A água da pia ou fonte baptismal não deveria desinfectada com cloro, ou coisas assim? 

Os bebés não deveriam estar de touca? 

Como é que se controla a qualidade da água benta que é aspergida pelo híssope

E por fim: Os vasos dos santos óleos não deveriam ser embalado em embalagens munidas com sistema de abertura que perca a sua integridade após utilização e que não sejam passíveis de reutilização?"

Nota: Estas dúvidas que afligem os crentes foram-me enviadas por um amigo (MPM). Não sei responder-lhe. Pode ser que um padre nos esclareça.

Nota - 2: Devida e legalmente roubado ao "Diáriio Ateísta"

O LAICISMO DO SR. PRESIDENTE




O presidente Cavaco Silva, contrariando a própria Constituição que ele mesmo jurou defender e cumprir, persiste na atitude de praticar turismo religioso à custa do contribuinte. De visita a um dos países mais fanaticamente católicos, o sr. presidente não se coibiu de oferecer uma imagem da senhora de Fátima ao padre que recebeu o pio casal. Presidencial, diz o periódico.
A Constituição da República Portuguesa, no seu artº 41.º, define claramente a separação entre a religião e o Estado; mas o sr. presidente teima em misturar.
Quero, com isto, dizer que o sr. Aníbal Cavaco Silva, enquanto cidadão, tem todo o direito d
e fazer corridas no joelhódromo de Fátima, beijar aneis episcopais, tomar banhos de água-benta (que ele, certamente, consegue distinguir da água normal, como bom católico que é), oferecer bonecos a representar alegadas virgens ao padre da freguesia ou ao padre de Cracóvia (desde que sejam pagas do próprio bolso, e duvido que tenha sido o caso), ir vestido de anjinho nas procissões, etc. São direitos que a Constituição consagra a qualquer
 cidadão. Mas não me parece que o Presidente da República, enquanto tal, tenha esses direitos.
Mas estou aberto ao contraditório...

2008-09-04

SERÁ QUE CONCORDA?

Acabo de ler, no "Diário Digital", um interessante artigo acerca de uma proposta de lei do Governo de Andaluzia . Trata-se, em breves palavras, de proibir a "distanásia", isto é, a teimosia clínica em prolongar a vida de um doente em caso de doença terminal e irreversível (passe a redundância). Por outras palavras, e se não erro: eutanásia passiva.
Ora, a linhas tantas, verifica-se que o Padre Feytor Pinto (por quem nutro particular antipatia) concorda plenamente com a idéia. Vai mais longe, ao afirmar que prolongar desnecessariamente a vida de um doente é «tão incorrecta como a eutanásia» (sic).
Ora, parece-me que estamos em dois campos que só aparentemente são antagónicos: na verdade, entre deixar morrer e matar piedosamente, não vejo qualquer diferença, sob o ponto de vista ético. Em termos médicos, evidentemente. Por isso, a dúvida que me assaltou: será que o Padre Feytor Pinto é a favor da eutanásia? Será que vou ter de rever a minha posição perante ele?

2008-09-01

"GAYS" CATÓLICOS...?

O “Correio da Manhã”, na sua edição online, noticia que “para quebrar preconceitos” o líder da Juventude Socialista vai participar no I Encontro Ibérico de Gays Católicos.

Ora, como bom ateu que tento ser, entendo que toda a gente tem direito a ter uma religião - ou a não ter nenhuma. Mas não consigo entender como pode, uma pessoa (e, aqui, incluo as mulheres), professar uma religião que, manifestamente e sem o mínimo pudor, a despreza. Como pode um “gay” (eu ainda prefiro a palavra homossexual. Gay significa alegre, e eu duvido que haja alegria nessa situação. Mas já tenho ouvido e lido acerca de dramas…) como pode, pois, um homossexual professar umareligião (curiosamente, acho que qualquer religião) que o condena, aprioristicamente, às ditas “chamas do inferno” (algumas até os/as condenam à morte, liminarmente. No Irão, por exemplo, “não há homossexuais”. Pois não…)?

Com a ironia que o caso merece, acho que está na hora de os homossexuais criarem a sua própria religião. Parece que não custa muito, a julgar pela parafernália existente…

Ou então, tornem-se ateus. Pelo menos, terão solidariedade, tolerância e compreensão.