2008-10-27

TAMBÉM OS HÁ ESCLARECEDORES E RACIONAIS

Frequento um portal de perguntas e respostas. Para quem estiver interessado, o portal chama-se "Yahoo! Respostas". Com mais frequência, acedo ao sector "Religião e Espiritualidade. E choca, muitas vezes, verificar não só a ignorância de muitos crentes (eles querem ser chamados de "religiosos"), mas também a sua fúria quando não conseguem uma resposta cabal a uma pergunta... mais "difícil". Porque a maior parte das vezes, verifica-se que os "religiosos" não conhecem a religião que professam. Há dias perguntei onde estava o "livre arbítrio" quando se diz "amanhã vou ao cinema, se Deus quiser". Nem um respondeu!
Felizmente que, de vez em quando, há uma lufada de ar fresco.
A pergunta, foi "Onde na Bíblia está escrito que só há salvação na Igreja Católica?"

A resposta foi dada por um crente.
Ela aqui vai, depois de obtida a devida autorização por escrito.



Bom dia.

Não há.
Salvação só em Jesus.

"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4 : 12)


A ICAR foi desviando-se da fé genuína e foi cada vez mais se distanciando da essência de Cristo.

Veja:

A igreja antes e depois do Século IV

O Vaticano não é igreja, mas sim um organismo político-religioso que arrogando certas prerrogativas se interpõe entre Deus e os Católicos, conservando-os sob sujeição; certos teólogos vêem no Vaticano “O espírito do império romano com roupagens do cristianismo”.
Em sucessivos concílios depois do século IV, os papas sancionaram muitos dogmas desconhecidos pelos Cristãos dos primeiros 500 anos e estranhos ao Novo Testamento. A Igreja primitiva desconhecia até então a Transubstanciação, o Purgatório, o Celibato, a Infalibilidade papal, o Culto à Maria, a Veneração de Imagens, o uso de água benta, velas, etc.
Viveram nos 4 primeiros séculos milhões de Cristãos, entre eles homens veneráveis conhecidos como “pais da igreja”.

Anote as datas em que viveram alguns deles:

Lino viveu no ano 65
Cleto no ano 69
Clemente no ano 95
Justino no ano 100
Santo Inácio no ano 110
Higino no ano 139
Papías no ano 140
Policarpo no ano 155
Santo Irineo viveu no ano 180
Origines no ano 220
Urbano no ano 223
São Cipriano no ano 247
São Vicente por volta do ano 310
São Silvestre no ano 314
São João Crisóstimo no ano 250
Santo Antão no ano 356
São Jerônimo, tradutor da Bíblia, viveu no ano 340
São Genaro e São Sebastião viveram no ano 384
Ambrósio no ano 397
Santo Agostinho, bispo de Hipona, viveu no ano 420.

Agora anote as datas na quais dogmas foram introduzidos na igreja

Ano 431 – a igreja começa a cultuar Maria, mãe de Jesus.
Ano 503 – decretam a existência do purgatório.
Ano 783 – iniciam a veneração de imagens.
Ano 933 – a igreja constitui a “Canonização”.
Ano 1074 – instituído o Celibato.
Ano 1190 – começam a conceder perdão e favores espirituais por dinheiro.
Ano 1208 – começaram na missa, a “levantar” a hóstia para ser adorada.
Ano 1215 – o papa Inocêncio III, por decreto, instituiu a Transubstanciação
Ano 1414 – o vinho na Ceia do Senhor começou a ser negado aos fiéis.
Ano 1476 – começam a cobrar “Missas de intenção”.
Ano 1850 – impõe o dogma sobre a Assunção de Maria.
Ano 1854 – impõe o dogma da imaculada conceição de Maria.
Ano 1870 – declaram o papa infalível.

Essas informações foram introduzidas, como se observa, depois do século IV, quando aquelas pessoas, pais da igreja, que souberam guardar a fé, já não existiam.
Verifica-se que a Igreja Católica não é legítima quando relacionada com o Novo Testamento e com a fé dos primeiros Cristãos.


Algumas alterações estranhas as Sagradas Escrituras:

Ano 304 d.C. – Os bispos começaram a ser chamados de papa.
Ano 310 d.C. – Introduzidas orações pelos mortos.
Ano 320 d.C. – Começaram a acender velas.
Ano 325 d.C. – Constantino celebra o primeiro concílio das igrejas.
Ano 375 d.C. – Adoração de “Santos” (ídolos).
Ano 381 d.C. – A Igreja Cristã recebe o nome de Católica.
Ano 394 d.C. – Culto cristão é substituído pela missa.
Ano 416 d.C. – Começaram a batizar crianças recém-nascidas.
Ano 431-432 d.C. – Instituído culto à Virgem Maria, mãe de Jesus.
Ano 503 d.C. – Começa a existir o purgatório.
Ano 593 d.C. – Foi instituída a doutrina do purgatório.
Ano 606 d.C. – Supremacia papal.
Ano 709 d.C. – Costume de beijar o pé do papa.
Ano 787-788 d.C. – Adoração e culto às imagens de escultura.
Ano 830-840 d.C. – A Igreja começa a utilizar ramos e a tal “água benta”.
Ano 933-993 d.C. – Instituída a canonização de “santos”.
Ano 1074 d.C. – Instituição do Celibato.
Ano 1090 d.C. – Introduzido o terço.
Ano 1140 d.C. – Sete Sacramentos.
Ano 1184 d.C. – Inquisição. Efetivada posteriormente.
Ano 1190 d.C – Instituída a venda de indulgências (permissão para pecar).
Ano 1200 d.C. – A Ceia do Senhor é substituída pela hóstia.
Ano 1215 d.C. – Instituída a Transubstanciação.
Ano 1216 d.C. – Instituída a Confissão.
Ano 1316 d.C. – Introduzida a Ave Maria.
Ano 1415 d.C. – O cálice que era da Santa Ceia ficou apenas para o clero.
Ano 1439 d.C. – Decretado o purgatório.
Ano 1546 d.C. – Introduzidos livros apócrifos na bíblia. (Tobias, Judith, Sabedoria, Macabeus I e II, Eclesiástico e Baruque).
Ano 1854 d.C. – Anunciada conceição imaculada da virgem Maria.
Ano 1950 d.C. – Ascenção da virgem Maria.



No ano 933, quando instituída a “canonização”, essa distinção que a igreja tem, concedida inclusive por ato de bravura, como matar protestantes e maçons. Anchieta, por exemplo, em 9 de fevereiro de 1558, na baia de Guanabara ajudou os índios a enforcarem o holandês protestante Jacques Le Balleur e afogarem seus companheiros no mar.


A TRANSUBSTANCIAÇÃO (hipotética transformação do pão e vinho no corpo e sangue de Cristo) foi proclamada pelo papa Inocêncio III, ano 1215. Os cr
  • 4 horas atrás

Fonte(s):

Nos primeiros séculos a Igreja lutou contra os concílios dos papas, mantendo as doutrinas Cristãs originais.
São Cipriano, bispo de Cartago (249-258), alertava: “não recebe opinião diferente das sagradas Escrituras, seja de quem for!” São Jerônimo (340-420) dizia o mesmo: “Se estiver escrito nas sagradas Escrituras recebemo-lo, se não estiver escrito não receberemos, o que eles apresentam como tradição a Palavra de Deus o vergasta!” (Ver Adv. Creseon, pág. 40 e In. Agg. Proph. Cap. 1 n.2)


Bíblia: “Só a Deus adorarás e só a Ele servirás”... “em espírito e em verdade”...
ICAR: as imagens tem prioridade por sere os “esteios” da igreja. No rosário há 166 contas, sendo 150 para as “Ave Maria” e apenas 16 para os “Padre Nosso”.

Bíblia: Só há um Deus e um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” e Pedro afirmou: “debaixo do céu não há outro nome, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”... (1ª Timóteo 2:5 a Atos 4:12).
ICAR: Maria, mãe de Jesus é tida como “Medianeira” e até bispos e padres se fazem mediadores e perdoadores de pecados como se fosse possível substituir Cristo. Agem como impostores.

Não se pode ser mais esclarecedor

2008-10-26

A UXORICIDA

"Quando chegares à conclusão de que o mundo está louco, toma cuidado: o louco és tu".
Não sei quem disse isto. Mas se clicarem AQUI, verão que o dito é verdadeiro.

2008-10-25

LOUVADO SEJAS...

Para os que não costumam ver a SIC; para os que gostam dos "Gato Fedorento; para os que detestam os "Gato Fedorento"; para todos, uma lufada de ar fresco.

REZEM-LHE PELA ALMA

Há, em Portugal (e não só), uma tradição que, em pleno Séc. XXI começa a adquirir contornos de curiosa e... troglodita. Trata-se de, a propósito das efemérides das instituições, mandar rezar missa pelas almas dos respectivos funcionários. Os falecidos, evidentemente.
Desde logo, isso levanta diversas questões, que sei que não vou esgotar neste 'post'. Nem isso eu pretendo.
Vamos a ver:
Desde logo: os funcionários falecidos eram TODOS católicos? Não haveria, no meio deles, alguns islâmicos, mesmo que disfarçados para não serem discriminados? Não haveria hindus, judeus, budistas, por exemplo? Não haveria ateus? E aqui o caso assume alguma gravidade, porque, como é consabido, o ateu não tem alma. Podem correr e saltar; não tem, ponto final. E continuo à espera de alguém que consiga provar-me o contrário. Ninguém pode ter uma coisa que não existe, é das mais elementares leis da física. O que quer dizer que alguém (o padre) esteve a ganhar dinheiro por uma coisa que disse que fez, mas não fez: rezar por uma coisa que, na verdade, não existe. E ainda que existisse, duvido de que o ateu quisesse que lhe rezassem por ela. Pelo menos, sem autorização dele, ateu.
O "rezar missa pela alma" é uma afronta a Deus. Na verdade, toda a família católica que se preza, manda rezar missa pelos respectivos defuntos ao fim de uma semana (missa do 7º dia) ao fim de 30 dias (missa do mês) e ao fim de um ano (missa do ano). Algumas vão ao ponto de mandar rezar missa pelo aniversário natalício, pelo aniversário do casamento, pelo aniversário do curso... O mandar rezar tantas missas, implica que não se confia no poder e misericórdia do Criador. Em primeiro lugar, porque Ele sabe perfeitamente que a alma precisa de ser salva, não é preciso ninguém lembrar-Lhe. Estão a passar-Lhe um atestado de incompetente, depois admirem-se se Ele ficar chateado. Mas, partindo do princípio de que o Criador está, em determinada altura distraído, pronto, vá lá, reze-se uma missa. Mas... todos os anos????
Outra questão, é que há instituições que mandam rezar missa pelos que morreram em serviço e pelos que morreram ao serviço. Ou seja, pelos que morreram por causa do serviço (em combate, por exemplo) e os que morreram enquanto estavam ao serviço (por exemplo a aguardar o despacho do director-geral com vista à reforma). Esquecem-se dos aposentados que também morreram (é um direito que lhes assiste), o que é uma discriminação inqualificável. Felizmente que há grupos de aposentados vivos, que se reúnem e mandam rezar missa por TODOS os falecidos e fica o assunto resolvido. Embora com manifesta desvantagem para os aposentados falecidos, que sempre ficam com uma missa a menos...
Outro aspecto é: reza-se PORQUÊ? Ora, pela alma ou, mais exactamente, pela salvação da alma. Está bem. Mas... salvar a alma, DE QUÊ? É que, da forma como as coisas estão, não há salvação possível.
Eu explico.
Há uns anos, havia um lugar chamado Purgatório. Era para onde iam as almas que tinham de se purificar antes de ir para o Céu. E as pessoas rezavam para que as almas estivessem pouco tempo naquele local, ou para que Deus aliviasse as suas penas - metiam "cunhas", portanto. João Paulo II declarou, "urbi et orbi", que o Purgatório não existe. Aliás, nem o Inferno. Então, isso só significa que todas as almas vão para o Céu, direitinhas, já que não há mais para onde ir.
Só que Bento XVI resolveu "abrir", novamente, o Inferno (que tinha sido declarado extinto pelo antecessor). Então, ficamos com Céu e Inferno. E, neste caso, a situação assume foros de burla (por onde anda a ASAE e/ou a PJ?). É que do Inferno ninguém se safa, por mais missas que se rezem; e quem está no Céu não precisa de missas para nada. Mas a Igreja continua a rezar (o que não é grave) e a cobrar (o que é gravíssimo) por autêntica "banha da cobra".
Depois, levanta-se outra questão: Não consegui ver, em nenhuma das bíblias que tenho, qualquer referência a "missa". Nem no Antigo Testamento nem no Novo. O que me leva a crer que as missas são invenção da Igreja tendo em vista o seu fabuloso negócio. Negócio de contornos bem obscuros, acrescento.
Com efeito. Vamos supor que dez famílias pretendem mandar rezar uma missa pelos respectivos defuntos. Vão ao padre, e encomendam. O padre recebe dinheiro das DEZ famílias, marca o dia e a hora da missa e celebra UMA missa, durante a qual vai lendo, num papel, os nomes dos falecidos. Cobrou DEZ, rezou UMA.
O mesmo para casamentos e baptizados. Podem ser dez crianças. O padre faz UM baptizado, e cobra DEZ. Embora eu compreenda que a actual crise deva ter inflacionado o preço da água-benta.
Por isso, aqui vai o meu conselho. As famílias que pretendam mandar rezar missa pelos falecidos, verifiquem, nos locais apropriados, quem morreu no mesmo dia. Reunam-se. Mandem celebrar UMA missa por alma de todos. Fica muito mais barato. Com o dinheiro que sobra podem, perfeitamente, depois da missa, ir comer um bom "cozido à portuguesa".
Vejamos o que diz o blogue "www.gotquestions.org" acerca do assunto: Para os crentes, o estado pós-morte é estar “ausente do corpo e habitando com o Senhor” (II Coríntios 5:6-8; Filipenses 1:23). Note que não diz “ausente do corpo, no purgatório com fogo purificador”. Não, por causa da perfeição, completude e suficiência do sacrifício de Jesus, nós estamos imediatamente na presença do Senhor após a morte, completamente purificados, livres do pecado, glorificados, perfeitos e finalmente santificados.
Está na Bíblia. Dizer missa, para quê?
Com esta Igreja, não vamos a lado nenhum.
Rezem-lhe pela alma.

2008-10-24

VAMOS (OUTRA VEZ) AO CIRCO?

Parafraseando um ditado espanhol, eu não acredito em coincidências, mas que as há, há.
Todos os anos, quando se aproxima o Natal, o circo é o espectáculo que não pode faltar em qualquer cidade, vila ou aldeia dignas dos respectivos nomes. Aproxima-se o Natal na versão 2008, e não tardarão anúncios de circos espectaculares, com linces da Malcata, pulgas amestradas e outros números de perder a respiração.
Mas também se aproximam eleições. Estas. na versão 2009. E outro espectáculo já se anuncia: o levantamento, pela enésima vez, do processo de Camarate - onde, entre outros, morreu Francisco de Sá-Carneiro.
Confesso que de política nada percebo - e cada vez menos, à medida que os anos vão passando. Mas uma coisa não posso deixar de me aperceber: tal como o circo aparece todos os anos, o "processo de Camarate" aparece em todas as eleições.
Cá por mim, prefiro o circo...

2008-10-23

SEGURANÇA AERO-PORTUÁRIA


Notícias vindas a lume em vários meios de comunicação, dão-nos conta de que a União Europeia pretende aplicar um scanner aos passageiros do aviões em vez de, como até agora, se limitar a passar o detector de metais.
Bom. Contra isso, nada. Estou completamente convicto de que ninguém perderá um milésimo de segundo a olhar para as minhas pendurezas. Mas acho que se vai gastar dinheiro estupidamente. Numa época de crise que atravessamos, há que frear as despesas.
Por isso, já enviei um "mail" ao Zé Manel (Durão Barroso para os amigos) a propor 
que essa medida seja substituída por uma sessão de "streap-tease", que começaria pouco antes da zona de controlo e terminaria na sala de embarque. Como temos de estar quase duas horas antes do embarque, dá tempo e mais que tempo para a gente se despir e voltar a vestir. 
Estou convicto de que aumentaria significativamente a frequência de passageiros, com inegáveis benefícios para as transportadoras aéreas. Além disso, muita gente iria perder o
 medo de voar. Ou antes, iria esquecer-se de que tem medo.
A não ser... a não ser que calhasse uma daquelas excursões geriátricas...

INSANIDADE

A insanidade religiosa não tem limites. Está, mesmo, para além da imaginação.
Deixo os comentários para quem ler este artigo. Eu não consigo comentar.

APARIÇÕES

Afinal, os "Gato Fedorento" têm rivais. Estes são os "Cavalheiros do Apocalipse". Vale a pena uma espreitadela.

2008-10-21

A SONY E ALLAH


Este artigo merece a nossa profunda reflexão. Podemos, por exemplo, perguntar se este mundo não seria melhor sem religiões.
Quando eu digo que não tardará muito que o mundo 
ocidental se torne muçulmano, há quem se ria de mim.
Mas depois de ler este artigo, e outros de igual teor, confesso que não consigo ver onde está a piada…
Defeito meu, certamente. Mas continuo a 
afirmar que não está longe o tempo em que teremos de nos virar para Meca, de cu para o ar, cinco vezes ao dia.
Afinal, a poderosa Sony também tem cu. E como quem tem cu tem medo...

2008-10-19

VIAGEM À ILHA DO SAL


Pouco mais há para dizer acerca desta Ilha do Barlavento cabo-verdiano; a 
"Wikipédia" diz tudo. Ou quase.

E este "quase" é muito.

Desde logo, pelas suas características: trata-se de uma ilha desértica, se bem que

 rodeada pelo oceano. Com efeito, uma viagem ao longo da ilha mostra-

nos um solo muito árido, com vegetação rasteira, e onde as únicas plantas de porte razoável são... palmeiras.

A ilha do Sal deve o seu nome à existência de cloreto de sódio em grandes quantidades na cratera de um vulcão. Devido 
ao baixo
 relevo da ilha, o fundo dessa cratera atinge um nível inferior ao das águas do mar. Po
r este facto, a água infiltra-se através das paredes do vulcão, fluindo para a cratera. Aí foram criadas as salinas, cujo sal era exportado para todo o mundo.
Durante muito tempo, o sal foi considerado, em Cabo Verde, o "ouro branco"; agora, ainda para mais com os médicos a recomendarem o corte ao consumo de sal, a extracção deste produto praticamente não tem expressão.
Estas propriedades desérticas, aliadas à grande quantidade de areia que o vento transporta do deserto do continente africano, transformaram o Sal numa ilha de características únicas: Verão durante, praticamente, todo o ano (a temperatura mínima situa-se pelos 22º), com chuva se houver azar (calhou-me a mim...) e com extensos areais de areias finas e douradas. Ou seja, com turismo durante o ano inteiro, com forte migração interna - e externa, pois então. A água que se consome é extraída do mar e dessalinizada; a energia eléctrica é fo
rnecida por geradores. Apesar de tudo, a ilha é considerada em vias de desenvolvimento.
A "riqueza" da ilha provém da pesca, 
principalmente de atum, e do... turismo. Não há (como podia haver?) agricultura, e os bens essenciais provêm das outras ilhas. No entanto, não há aquela "pobreza africana" que estamos habituados a ver na TV: crianç
as com barrigas inchadas, etc.
Parece que há marisco. Eu digo parece, porque não o vi. Há quem tenha visto e, até, comido. Contaram-me, depois, que tinha sido excelente para limpar os intestinos... Mas há cracas. Que eu aconselho vivamente a quem se deslocar
 àquela ilha - embora as cracas também possam ser encontradas na Madeira e, mais abundantemente, nos Açores.
O turista menos informado é surpreendido agradavelmente quendo é abordado por "nativos" que entabulam conversa, dando grandes elogios aos portugueses, que eles consideram ter um "coração muito bondoso". Começam por oferecer-se para nos conduzir até ao "mercado" que, afinal, mais não é do que uma "loja" onde expõem artesanato africano. Ali, como "prenda", oferecem-nos uma peça de artesanato, o que logo nos compromete; sentimo-nos como que "obrigados" a comprar... Felizmente, como tenho experiência de visitas a outros locais africanos, apliquei o "truque": marralhar o preço até ao mínimo possível. E comprei porque quis.
Mais tarde, veio a informação: afinal, não eram cabo-verdianos; eram senegaleses ou guineenses. Na verdade, os cabo-verdianos têm a pele bem mais clara, e o cabelo não é tão encarapinhado.

2008-10-17

O LIVRE ARBÍTRIO (III)

Não concordo com os ateus ou agnósticos que se recusam ou a visitar uma igreja ou a frequentar espaços de religião e espiritualidade na Internet. Porque - e esta é a minha opinião, naturalmente - é, precisamente, a visitar esses espaços, físicos ou virtuais, que conseguimos argumentos contra as razões dos crentes.
Que fique bem claro que não quero entrar em dualismos maniqueístas; respeito as crenças de cada um, e exijo que respeitem a minha descrença. Mas não alinho na falácia "a religião não se discute". Discute, pois! Por muito que custe aos proselitistas.
Tudo isto a propósito (ainda) do «livre arbítrio».
Num fórum que frequento, perguntei o que entendiam, os religiosos, por "livre arbítrio". As respostas variaram consoante os gostos e as cores religiosas, mas uma delas chamou-me a atenção: "É a faculdade que Deus nos deu de traçarmos o nosso destino".
Disparate sobre disparate, obviamente. Mas é assim que as religiões manipulam as mentes...
De acordo com o dicionário da Porto Editora (passe a publicidade), destino é

1. poder superior à vontade do homem que se supõe fixar de maneira irrevogável o curso dos acontecimentos; fatalidade;

2. sucessão de factos que constituem a vida de alguém e que se crê serem independentes da sua vontade; fado;
etc.

Parece, pois, que ninguém pode traçar o destino, quando este é fixado de maneira irrevogável por um poder superior. E ninguém pode determinar factos que são independentes da sua vontade.
Acontece que se esses factos, embora independentes da nossa vontade, são do nosso agrado, chamamos-lhes sorte; se é ao contrário, tomam o nome de azar. Então, parece indiscutível que livre arbítrio é incompatível com destino. Mais: são antagónicos. Ou um, ou outro. Os dois, nunca!
Mas aceito opiniões...
Depois, os religiosos nem são capazes de pensar nesta coisa comezinha: ao falar em livre arbítrio estão a pôr em causa a omnisciência divina.
Vamos lá a ver: Deus é omnisciente. Deus sabe o passado, o presente e o futuro. Principalmente, o futuro. Pelo menos, é o que dizem (também, se assim não fosse não precisávamos de Deus para nada).
Vou tentar expor o meu raciocínio: você, leitor, já sabe aonde vai passar as próximas férias? Claro que não. Se for um verdadeiro crente, fervoroso e temente a Deus, responderá: "Deus é que sabe" ou "Deus sabe se lá chegarei". É assim mesmo. Ou seja, Deus, neste momento, já sabe qual o destino e data das suas férias. Você não sabe, mas Deus já. Óptimo. Isto quer dizer que os seus preparativos para as próximas férias - planeamento, escolha do local, data - serão, sempre, subordinados àquilo que Deus já sabe. Ou já destinou, se quiser. Você vai para onde e quando "Deus quiser".
Você não costuma dizer "amanhã vou ao cinema, se Deus quiser"?
Onde está o seu livre arbítrio?

2008-10-16

ELE NÃO SABIA...

Segundo o insuspeito Correio da Manhã, "Fátima desconhecia ferimento do Papa". E parece, a julgar pelos comentários, que há gente que se admira. Aliás, o próprio jornal considera isto notícia.
Sinceramente, não sei porquê. Como toda a gente sabe, toda a gente sabe que JP2 foi ferido. Só Fátima é que não. E aqui levanta-se a magna questão: que Fátima? A mulher da limpeza, ou os gestores do Santuário? É que se foi a mulher da limpeza, está certo, uma vez que são problemas que não devem ser tratados com esfregona, e a senhora (não a senhora de Fátima, mas a senhora Fátima. Nada de confusões) deve mas é preocupar-se com a higiene; mas se foram os gestores do Santuário, então a coisa é grave. Na altura, JP2 era o patrão daquilo, e parece-me ter havido negligência por parte dos empregados. O homem podia ter morrido...
O Portugal Diário vai mais longe, e esclarece que «foi um segredo bem guardado» o que, nas minhas contas - e eu sou bom em matemática - faz QUATRO segredos de Fátima (não, não é a mulher da limpeza), e não três.
Bom, seja como for, o Santuário, representado pelos seus gerentes, ficou muito mal na fotografia. Acho que se portou um bocado como o marido da anedota: foi o último a saber.
Depois, ainda vêm dizer que falam com Deus...
E há quem acredite, o que é mais grave.

2008-10-15

CRÓNICA DE UM TURISTA APARVALHADO

Este ano decidi passar uns dias em Lisboa. Já lá tinha estado por diversas vezes, mas há muitos anos que lá não ia em visita turística.
Chegado à estação do Oriente, foi uma maravilha!!! Como a minha (pesada) mala dispõe de dois rodísios nada me custou transportá-la até à estação do Metro: elevador, escada rolante... Ah! Lisboa sempre é a capital, e está tudo dito.
Foi um tirinho até à estação da Alameda, e as facilidades continuaram. Seguido de perto pelo rrrrrrrrrrr que as rodas da mala faziam no chão, foi só mudar de comboio que me iria levar até à estação de Roma. Foi aqui que comecei a ficar aparvalhado... Como é que vai ser para levar a mala lá para cima? Nem elevadores nem escadas rolantes, mas uma conclusão científica: as rodas da mala não ajudam nada para subir escadas. Carreguei com ela escada acima, o que equivaleu a DUAS semanas de exercício físico. Pelas minhas convenientes contas, claro. O ginásio vai ter de esperar.
Pensei melhor: nem tudo é negativo. Isto só pode significar que não há inválidos em cadeiras de rodas, e que as mamãs, por qualquer razão que desconheço (só estive três dias na terra dos lampiões, não deu para ver tudo), não necessitam de andar com carrinhos de bebé. Olha, afinal enganei-me... ali vai uma, com um carrinho de bebé, a descer as escadas. Eu bem gostaria de ajudá-la, mas... e a minha mala? Se a largo, ela vai-me pela escada abaixo até ao cais. Ali perto, bem perto, um entroncado "segurança" assobiava para o lado o "Lisboa antiga".
Dia seguinte. Decidimos dar um passeio até Sintra. Estação do Rossio, bilheteira: «Dois bilhetes para Sintra, ida-e-volta, por favor. Um é sénior». O simpático funcionário (ou seria funcionária? Ai esta minha memória...) elucidou-me: «Não vendemos bilhetes sénior de ida-e-volta». «Mas isto não é da CP?» «É». «Mas olha que eu comprei um bilhete sénior de ida-e-volta para o Intercidades». «Pois, não digo que não, mas para Sintra não». «Essa agora! Mas porquê?» (Abro parêntesis para um comentário: há velhotes que são chatos pra burro! Querem saber tudo). «Sinceramente, não sei. Mas é assim...».
Como queria, mesmo ir a Sintra, lá comprei o bilhete só de ida, esperançado em que alguém me deixaria regressar, nem que tivesse de comprar outro bilhete para a volta.
Último dia. Decidimos tomar uma refeição ligeira. Escolhemos a "Companhia das Sandes", na Rua dos Correeiros. Enquanto eu passava os olhos pelas várias opções, minha mulher foi à casa-de-banho. Quando regressou, trazia tristes notícias: «Vi duas enormes baratas; uma no corredor, outra no quarto-de-banho». Não me disse mais nada, que eu não deixei, preocupado que estava em dar corda aos sapatos. Baratas enormes, é sinónimo de baratas bem alimentadas. Provavelmente, alimentadas com o pão que eu iria meter à boca.
A refeição ligeira ficou-se, afinal, por um mero cozido à portuguesa, para mim, e um arroz de pato para ela.
Não fomos à casa-de-banho. Pelo sim pelo não...