2008-12-07

A SAUDADE É TÃO TRISTE...

Com um agradecimento ao Stefano, transcrevo parte de uma entrevista à "Agência Eccesia":

http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=65017&seccaoid=6&tipoid=31
AE – Nessa localidade de vidreiros onde o sindicalismo estava implantado, Monsenhor Luciano Guerra saiu dos parâmetros daqueles que acusavam a Igreja de estar colada à ditadura?

LG – Não saí… Até admirava Salazar porque o meu pai também o admirava e com razão. O meu velho pároco também o admirava devido aos melhoramentos das estradas e outras coisas.

AE – E a questão da liberdade…

LG – A liberdade é para os intelectuais e para aqueles que tinham aspirações de governar. O povo só sentiu a miséria antes de Salazar e o progresso depois de Salazar. No entanto demorou tempo demais. Ele levantou Portugal de uma miséria muito grande e as pessoas tinham medo de voltar a essa miséria. O 25 de Abril veio, mas por muito heróis que tenham sido os nossos militares eles revoltaram-se por razões salariais e não por razões políticas. Simplesmente, o fruto estava maduro.

AE – No entanto, a hierarquia da Igreja teve membros que não pactuavam com esta forma de governar?

LG – Esses vieram mais cedo porque, talvez, não tivessem comungado com o povo. Não compreenderam a situação. Não é uma questão de liberdade porque o Salazar veio libertar muita gente.

AE – E a guerra colonial?

LG – Salazar concebeu a possibilidade de uma unidade entre nós e as províncias ultramarinas. Errou… O seu isolamento não o deixou perceber a realidade exterior. Faltou-lhe viajar. No entanto, também achamos que Mouzinho de Albuquerque foi um herói e ele defendia o colonialismo.

Afinal, eles ainda "andem" aí...

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