2008-11-29

O MUNDO SERIA PACÍFICO DE TODOS FÔSSEMOS ATEUS

Com os meus agradecimentos ao blogue "IN GO(L)D WE TRUST"

BUENOS AIRES, 29 NOV (ANSA) - O escritor português José Saramago declarou à imprensa argentina que "o mundo seria mais pacífico se todos fôssemos ateus".
Os deuses foram inventados porque "precisávamos deles", já que "tememos a mort
e", acrescentou o prêmio Nobel de Literatura em declarações à revista Ñ de Buenos Aires.
"Não deveria surpreender por que os fãs do Real Madrid não podem nem pensar nos torcedores do Barcelona. Se isso acontece com algo tão rudimentar quanto o futebol, o que não ocorreria se eu creio em um deus e não posso suportar a essência de alguém que acredita em outr
o", questionou Saramago.
Esse tipo de confronto "é a prova de que no fundo somos bastante estúpidos, com todo o respeito. Por isso às vezes digo que o mundo seria mais pacífico de todos fôssemos ateus". (ANSA)

2008-11-24

A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS

Já tive ocasião de referir que frequento um portal - "Yahoo! Respostas" - com preferência para o sector 'Religião e Espiritualidade'. Apesar de ser ateu, gosto de saber aliás: tento saber, até agora sem resultados, o que leva as pessoas a acreditar em algo que nunca viram, o que não é grave, mas em algo cuja existência nunca foi provada. E, aqui, o caso merece estudo. É o chamado "study case", que eu também sei umas coisas de inglês. Essa pesquisa leva-me, não só a ler a Bíblia dita sagrada, mas também a fazer perguntas aos crentes.
Pois bem. Uma das bandeiras empunhadas pelos religiosos é que "a Bíblia é a palavra de Deus". Até aí, tudo bem. Mas, para mim não chega. Daí que eu tenha perguntado, muitas vezes: "Mas, onde é que diz que a Bíblia é a palavra de Deus?" E a resposta é, invariavelmente, "Está na Bíblia". Ou seja, estamos perante uma situação de "pescadinha-de-rabo-na-boca". Inconsequente, ainda para mais.
Porque quem ler o "D. Quixote de La Mancha", por exemplo, também acaba por encontrar citações onde se afirma que D. Quixote existiu . Repare-se o modo como o livro começa: "Num lugar da Mancha, de cujo nome não quero lembrar-me, vivia, não há muito tempo, um fidalgo, dos de lança em cabido, adarga antiga, rocim fraco e galgo corredor". E a minha pergunta é: Pela lógica dos crentes, temos de admitir que D. Quixote existiu mesmo, ou isso só vale para a Bíblia?
Por isso, e para tentar esclarecer-me, lancei, no referido portal, a pergunta: "Em que parte da Bíblia diz que a Bíblia é a palavra de Deus?" Isto porque, tendo procurado na dita Bíblia, nada encontrei a respeito. Mas pode ser distracção minha, quiçá alguma iliteracia.
Não vou fazer muitos comentários. Mas vou fazer "copy/paste" das respostas dadas pelos crentes, t.c.p. religiosos (nota: se alguém disser que os erros de ortografia são meus, eu nego!):

-Em toda ela, aproveite e leia, mas vá desarmado e vá para aprender e praticar
se vc ler vc vai descobri - leia a biblia e vc vai ver os escritores semdo orientado pelo propio Deus e o espirito santo de Deus como
joao

paulo

lucas
mateus
daniel

isaias
zacarias
amos

jonas
jeremias
em fim todos os profetas e a postolos se vc le o livro de apocalips por exemplo vc vai ver deus falamdo com joao e dizendo escreve tudo que ver joao

entemdeu


- Leia a Bíblia é um ótimo livro Como se diz o manual do ser humano. para um bom entendedor um ponto é Francisco. - Leia a Bíblia toda. E preste atenção.

- Em nenhum lugar. Lá está a palavra de Deus também. Mas a palavra não está somente lá. Se ao orar, e a pessoa receber no coração uma resposta de Deus, isso é a Palavra de Deus também. Em uma pregação, conversas, leitura de livros cristãos, podemos receber também a palavra de Deus.
Acredito na bíblia, mas não de uma forma fundamentalista. O velho testamento, por exemplo, tem que ser lido com uma visão diferente. Se vc aplicá-lo na prática, começará a obedecer leis judáicas. O NT é muito importante, pois lá estão as palavras de Jesus. É o meio que temos para se chegar a Ele. Mas não devemos tentar encontrar solução para tudo que passamos na vida através da bíblia. Jesus disse que seríamos guiados pelo Espírito Santo. Querer achar tudo na bíblia é limitar o poder e abrangência de DEUS. Precisamos de muita oração e discernimento para caminhar. Precisamos ter Fé, crer e buscar a presença do Espírito Santo.

- 2 Timoteo 3:16, 17 "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra." (Este foi o único. Mas esqueceu-se de explicar em que Timóteo se baseou para fazer tal afirmação. Terá sido o próprio Jeová que lhe disse? Ou quis imitar o Miguel de Cervantes?)

- O Verbo de Deus se fez carne, através de Jesus, para nos ensinar sobre toda a Palavra. Jesus é a Luz do Mundo. A Luz veio para os seus, mas eles preferiram as trevas. O Evangelho é a Luz de Deus para o mundo, através do Senhor Jesus. (Este, então, nem conseguiu compreender a pergunta. )


Elucidativo, não?

2008-11-22

CONVERSAS DE CAFÉ (II) - O ZERO À ESQUERDA

Intervenientes (para memória futura): O "Quim Trolha", o "Manel do Pronto-a-vestir" e o "Zé Burocrata", ao deante designados, respectivamente, por "Quim", "Manel" e "ZÉ" (todos sem aspas).

Têm o hábito de se encontrar no café, onde discutem de tudo: religião, política e futebol. Não por esta ordem, necessariamente. Tal como a normalidade das conversas dos homens, depois de passarem por estes três temas, ou só por algum ou alguns, as conversas vão descambar em merda. Mas nem sempre...


Desta vez, para não variar, falava-se de futebol. Designadamente, os últimos e vergonhosos resultados do clube da cidade. O Quim estava furioso, e berrava que o treinador era um "zero à esquerda" e que, por isso, devia ser mandado trabalhar. De preferência para trolha, para ver o que custa.

O Zé, sempre atento a deslizes, perguntou:
- Porquê "à esquerda"?
- Ora - respondeu o Quim - porque o zero à esquerda não vale nada.
- E à direita? - insistiu o Zé.
- Olha! À direita, claro que vale. Por exemplo, à direita do "um" vale dez. Fazes cada pergunta... Nem parece que trabalhas na repartição.
- Pois é por trabalhar na repartição que te posso dizer que o zero tanto vale à esquerda como à direita. Isto é, ZERO! O que passa a valer mais, é o "um" que, com o zero colocado à direita, passa a valer dez. O Zero aumenta o valor do número colocado à sua esquerda mas, só por si, não vale nada. Aliás, qualquer dicionário te dirá que o zero é um "numeral cardinal; primeiro número do conjunto de inteiros não-negativos; algarismo que não designa por si só nenhum valor, mas que, no sistema posicional árabe, decuplica o valor dos algarismos que se encontram à sua esquerda". Ou seja, dizer que o treinador á um "zero à esquerda" é exactamente igual a dizer que é um "zero à direita". Para poupar palavras, o melhor mesmo é dizer que o ministro - perdão! - o treinador vale zero.

2008-11-21

HÁ CADA JUSTIÇA...!



É redundante e não é mais que um chavão dizer que a justiça é relativa. A decisão de um juiz, num caso em que intervenham duas partes, há-de sempre ser desagradável. Pelo menos, para uma delas.
Em Portugal, a justiça não foge à regra. O Código Penal é, sempre, muito severo na óptica dos condenados e/ou advogados, e muito leve para quem sofreu algum tipo de crime. Basta dizer que o máximo de pena que se pode ambicionar não vai além dos 25 anos de prisão. Quer mate uma pessoa, quer cometa um massacre.
Mas há casos que ainda nos (me) vão deixando com a boca aberta, como se não bastassem as idas ao dentista. Um jovem foi condenado a QUATRO penas de prisão perpétua. O que eu acho uma pena exemplar, uma vez que matou quatro pessoas. Ora, assim faz-se justiça: quando acabar uma pena de prisão perpétua cumpre a outra, e assim sucessivamente. No fim, ainda tem de cumprir mais 165 anos de prisão.
Estou convencido de que, cumpridas todas as penas. estará completamente integrado na sociedade e, como ainda é novo, tem toda uma vida à sua frente para ter juízo.

2008-11-20

A MOTORISTA E O POLÍCIA DE TRÂNSITO


Joseph Ratzinger, também conhecido por "bento dezasseis" ou "pastor alemão", resolveu, já que não tinha ninguém para canonizar, dar uma de Prevenção Rodoviária. E deu conselhos que todos já ouvimos mil vezes (sem exagero). Olhem só:

"CIDADE DO VATICANO, domingo, 16 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI exigiu atenção na estrada para evitar acidentes nos quais muitas pessoas perdem a vida. O pontífice falou ao concluir a oração mariana do Ângelus. Com sua advertência, o Papa se uniu à jornada convocada nesse dia por associações de vítimas de acidentes de trânsito, apoiada por uma resolução das Nações Unidas (http://www.worlddayofremembrance.org). A iniciativa, como disse o Papa, busca recordar «de maneira especial aqueles que faleceram como resultado de acidentes de trânsito». «Rezamos por seu descanso eterno e pelo consolo de suas famílias em luto por sua perda», exortou. Dessa forma, pediu «que cada um – condutores, passageiros, patrões – prestem atenção nas palavras de São Paulo na liturgia da Palavra de hoje: “permaneçamos atentos e sejamos sóbrios». «Nosso comportamento na estrada deveria caracterizar-se pela responsabilidade, a consideração e o respeito pelos demais. Que a Virgem Maria nos conduza com segurança pelas ruas e estradas do mundo», desejou."

Começo por dizer que, pela parte que me diz respeito, não entrego o meu carro às mãos da tal “virgem” Maria. Por várias razões.
Em primeiro lugar, não conheço a senhora de lado nenhum, e não entrego o meu carro a uma desconhecida; depois, não sei se a senhora tem a carta de condução actualizada. Porque acho que ela já tem mais de 50 anos. Mais: tenho sérias dúvidas de que a senhora seja portadora de carta de condução, coisa que não existia há dois mil anos.
Finalmente, tenho sérias dúvidas quanto à virgindade da senhora, mas isso é outra conversa.
Assim, o Papa está a incitar à infração.
Não alinho.
Quanto às rezas... falta provar que servem para alguma coisa. Mas o rapaz tem que (se) distrair.

2008-11-14

E DIZ O ROTO AO NU...


Leio, no jornal de hoje, que o "Vaticano critica violação de direitos nas prisões". Leio, comovo-me, e não posso evitar uma lágrima ao canto do olho. Porque o Vaticano tomou uma atitude de extrema nobreza, ao condenar publicamente as violações aos direitos humanos. Esqueceu-se completamente de condenar a Santa Inquisição, mas um lapso acontece a qualquer um.
No "lead" da notícia, refere-se que, e passo a citar, "A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que a 10 de Dezembro completa o seu 60 aniversário, é violada
em todas as prisões do mundo, declarou ontem no Vaticano o cardeal Renato Martino" fim de citação. E a minha comoção aumenta. E arrependo-me do que escrevi acima: afinal, a Santa Inquisição já foi há mais de 60 anos...
Entretanto, na "net", os olhos saltam-me para outra notícia:

"
Igreja Católica expulsa padre casado há vinte anos e pai de cinco filhas". Bom: há qualquer coisa que não bate certo. Então o Vaticano não defende os Direitos
Humanos? Ou só defende quando convém? Para a publicidade hipócrita? É que a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz, no seu artº 16:

1 - A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2 - O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.


Bem sei que o Varticano nunca teve vergonha; mas não vale a pena exagerar. Nós já sabemos - vamos sabendo - o que a casa gasta.

2008-11-13

A OVAÇÃO

Ovação (s.f.):
  • acto ou efeito de lançar ovos.
Ovacionar (v.t.):
  • lançar ovos a.
Ovacionado:
  • aquele ou aquela que é alvo de ovação.
(in "Dicionário do José Moreira, à espera de publicação há mais de 40 anos. Injustiças...)

Segundo leio, ouço e vejo, a ministra da educação e o secretário de estado da dita (educação, que não da ministra) foram ovacionados. Recentemente, mas em dias e locais diferentes, que os ovos estão pela hora da morte.
Segundo se sabe, a ovação foi espontânea ou orquestrada, dependendo dos
pontos de vista. Cá para mim, e tendo em conta a facilidade com que os alunos vão passando de ano, a ovação foi espontânea. Porque, como se sabe, os alunos adquirem conhecimentos suficientes para decidirem pelas próprias e respectivas cabeças. São responsáveis. Espontâneamente trouxeram os ovos de casa, com a mesma espontaneidade com que os arremessaram aos governantes. E com a mesma espontaneidade com que trocam os livros pelas "play-station".
Vou dizer sinceramente que me estou borrifando para a espontaneidade ou manipulação dos alunos; mas estou seriamente preocupado com os ovos. Porque anda uma desgraçada duma galinha a alargar a cloaca para aquilo!!! Mas não só: é natural que, aproximando-se as eleições, os ministros e companhia andem por aí a visitar tudo quanto é coisa. Se a moda pega, deixa de haver ovos, porque a produção não cobre o consumo. Resultado: aumentos de preços.
E vem aí o Natal... Não seria melhor o governo decretar horas extras para as galinhas? Talvez uma requisição civil...

2008-11-07

CUIDADO COM A LÍNGUA!!!

Não, não vou falar no (aliás excelente) programa da RTP 1. Mas nunca é demais insistir em que a língua portuguesa é mais traiçoeira que uma víbora. E quando menos esperamos, e por muito cuidado que tenhamos, está uma casca de banana à nossa espera. Que nós pisamos, alegremente.
Vamos aos factos (fatos).
Há pouco, da TVI, uma "voz off" dissertava eloquentemente acerca da "desgraça" que aconteceu ao BPN. Para "encher chouriços", ia contando a história da instituição bancária e eu, que estava a acabar de comer, comecei a sentir o chamamento do sono. Eis senão quando, o sono foi sacudido. Com voz grave e circunspecta, a "voz off" ia dilucidando que tudo estava a correr no melhor dos mundos, mas "a administração não contava com a entrada, de surpresa, dos investigadores". Algo parecido. Arrotei duas vezes e perguntei: NÃO CONTAVA COM A SURPRESA???? Então, as surpresas são para se contar com elas???

2008-11-06

ACERCA DA ENGENHARIA

Refiro-me à engenharia financeira, naturalmente. Confesso que não sei explicar o que é, mas sei como se faz. Digamos que é uma forma de aumentar os rendimentos através do uso de artifícios que, não sendo fraudulentos, no sentido restrito do termo, acabam por deixar dúvidas quanto à moralidade.
1) - A EDP que, como se sabe, tem vindo a acumular milhões em lucros, tem um sistema que, aparentemente, benificia o consumidor. É o sistema denominado "conta certa", ou coisa assim. A partir de dados registados, efectua um cálculo dos gastos efectuados pelo consumidor. Depois, o consumidor paga, mensalmente, a mesma importância. Ao fim do ano, a EDP acerta contas com o consumidor e, normalmente, acaba por devolver algum dinheiro. O que muito alegra o consumidor que, chegando ao fim do ano, recebe aquele dinheiro com que não contava.
Entretanto, o dinheiro esteve no Banco, a render... para a EDP. Que, naturalmente, não devolve os juros ao consumidor. Multiplique-se pelos milhares de consumidores...

2) - Com a implementação da Internet e o seu constante alargamento aos lares portugueses, algumas empresas acharam - e eu concordo! que era altura de tomar uma atitude ecológica. Desprezando, olimpicamente, o facto de haver plantações de árvores especificamente para o fabrico de papel, e fazendo o possível por ignorar que toneladas de mobílias são feitas, todos os dias, a partir de árvores que NÃO foram plantadas para isso, pretendem salvar a floresta. Como? incentivando os clientes a aderirem às facturas electrónicas. E eu fico emocionado, com uma lágrima ao canto do olho. Porque as empresas vão poupar muitos euros em papel que não compram, e em estampilhas de correio que deixam de gastar. Sem que esse ganho se reflita no custo ao consumidor final, claro.

3) - Toda a gente está de acordo: o Homem (leia-se "o ser humano") está a ver aumentada a sua esperança de vida, e as suas capacidades intelectuais mantêm-se por muitos mais anos. De tal modo que se pretende que o Homem se reforme cada vez mais tarde. 
Quer dizer, parece que não é bem assim... Parece que, afinal, o Homem está a perder as suas capacidades cada vez mais cedo. De tal modo que a primeira renovação da carta de condução era feita aos 65 anos, e agora passa a ser aos 50.
Tenham calma!!! O que se passa é que o Sr. José Sócrates (ou alguém por ele) encontrou maneira de ir buscar mais algum dinheiro. Nem que, para isso, vá passando atestados de senilidade aos portugas. Quer tenham votado nele, ou não.

Pronto. Afinal, parece que já sei definir "engenharia financeira". Mas que demora muito tempo a explicar, lá isso é verdade.

"O PORTO É CURTIDO"

Nós temos o hábito de dizer coisas do género "o Porto é curtido", ou "o Porto é especial" quendo, na verdade, o Porto não passa de uma cidade. Uma cidade de província, normalmente gerida por provincianos. Por isso nunca passará de uma cidade de província.
Vem isto a propósito de uma
 "originalidade" que, quando a mim, se destina a tirar a nossa cidade do marasmo contemplativo e do
 quotidiano medíocre. Inovadores, estes gestores!!! 
Em plena Rua da Alegria, junto ao cruzamento com a Rua Prof.  Correia de Araújo, existe uma passadeira para peões. Facto normalíssimo, como é de compreender. De um lado, a passadeira começa no passeio - e isto nem merecia estas linhas. Não merecia, mas merece porque do outro lado da rua, a passadeira vai desembocar... metade, numa zona ajardinada; e a outra metade, num parque de estacionamento!
Tá bem, já sei que não acreditam. Mas olhem que ainda ontem a passadeira estava no local., como eu descrevo. 
E as fotografias não mentem. Não são montagem, não senhor.  E o parque de estacionamento não é "selvagem"; é um parque devidamente construído, com estacionamento autorizado.
Por onde passarão os carrinhos de bebé e as cadeiras-de-rodas?
Valha-me a pilinha do menino-Jesus, que é benta!!!

2008-11-05

SOBRE O AQUEDUTO

O Aqueduto das Águas Livres ("Aqueduto", para os amigos), foi construído sob os auspícios do rei João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança, mais conhecido por D. João V, que os mais íntimos tratavam por "Magnânimo" t.c.p. "Rei-Sol Português". Nessa altura, Portugal iniciava um período glorioso em termos financeiros período que, graças a Deus Nosso Senhor e ao Santíssimo Sacramento do Altar, ainda se mantém. Basta ver a facilidade com que se construíram vários inúteis estádios de futebol, tão úteis como o Convento de Mafra, como se vai construir o irracional TGV, e como se distribui, largamente, o dinheiro por primos, gestores, amigos, correligionários, primos dos primos, governadores do B.P. e por aí fora. Tudo questão de cartão partidário.
Bom, mas eu dizia que Portugal iniciava o seu período de explendor financeiro. Entre outros, foram construídos o inútil Convento de Mafra e o Aqueduto.
Não sei se, nessa altura, já tinha sido inventado o "princípio dos vasos comunicantes", porque trazer água de Belas para Lisboa, atravessando o Vale de Alcântara, devia ser um bico-de-obra. D. João V resolveu o problema, mandando construir o Aqueduto.
Passear ao longo do monumento, é um exercício de fascínio, enchendo os olhos com uma vista de cortar a respiração. E mais não digo.
O que é curioso é que, perguntando aos lisboetas, não é fácil encontrar quem saiba onde se situa, exactamente, a entrada para o Aqueduto. Ou então, fui eu que tive azar... Porque quem acabou por me dar a indicação certa, foi uma mulherzinha vendedeira de fava-rica, que até tinha sotaque de Trás-os-Montes. Os lisboetas, esses, ficavam a olhar para mim, com cara de... alfacinhas. E a sua expressão era eloquente "querem ver que estes bimbos acham que nós somos obrigados a saber tudo?" Vergonha! Qualquer tripeiro sabe como se faz para subir à Torre dos Clérigos! Falta de bairrismo, é o que é.
Seja como for: da próxima vez que for a Lisboa, visite o Aqueduto das Águas Livres. Não tem que enganar: mete-se num autocarro para Campolide, pergunta onde é a Calçada dos Mestres, e... o Aqueduto aparece-lhe em toda a sua grandeza. Se estiver no Amoreiras, é um saltinho a pé.
Não tem nada que agradecer.