2011-05-28

ACHMED, O TERRORISTA MORTO

Suponho que já tem uns anos. Mas continua (cada vez mais?) actual.



CARIDADE, OU VAIDADE?

1 - Alguém, não sei quem, disse algo parecido com isto: "Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita" - isto relativamente a fazer o bem. Traduzido para português decente, os actos solidários (eu não gosto da palavra caridade, prefiro solidariedade) não devem ser exibicionistas. 
2 - Confesso-me um indefectível das novas tecnologias. Assunto que eu possa resolver sem levantar o cu da cadeira, é assunto arrumado. Meter o IRS, fazer uma compra, apresentar uma reclamação, são exemplos de assuntos que eu resolvo sem sair da frente do teclado. Foi, por isso, com enorme satisfação que soube que o Banco Alimentar Contra a Fome tinha criado uma página através da qual podíamos fazer as nossas doações - em géneros ou dinheiro. Mais um assunto que eu poderia, eventualmente, resolver sem sair de casa. Por isso, logo na primeira oportunidade fui espreitar a página onde as doações podem ser efectuadas online. Afinal,  fui encontrar uma feira de vaidades. Para além de constarem os nomes dos doadores, alguns há que, não contentes em ter lá o nome (parece que não há forma de o evitar, por motivos óbvios) não se dispensam de colocar a fotografia. Para que conste. Foi assim que fiquei a saber que a minha vizinha do 3º esquerdo, afinal não é nenhuma pelintra; ela também doou qualquer coisa ao Banco Alimentar. Está lá a fotografia dela.
Para que conste.
Por fim, parece-me haver alguma discriminação. Porque quem faz a doação online tem direito a um recibo para apresentar ao Fisco, para descontar no IRS - para além da publicidade; mas quem doa directamente, por exemplo num supermercado, não tem direito a nada: nem a nome, nem a fotografia, nem a benefícios fiscais.