2009-03-20

O PAPA E O PRESERVATIVO

Segue-se um comunicado que a Associação Ateísta Portuguesa remeteu à comunicação social:

Assunto: A viagem de Bento XVI a África


COMUNICADO

À Comunicação Social

Bento XVI declarou, no início da sua primeira visita ao continente africano, que "não se resolve o problema da SIDA com a distribuição de preservativos" e que, "pelo contrário, (a sua) utilização agrava o problema".

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) repudia solenemente estas graves e falsas afirmações e, sabendo que 67% das pessoas infectadas com SIDA vivem na África subsariana, lamenta a viagem do Papa católico a África e os consequentes prejuízos irreparáveis na luta contra a dramática epidemia.
Estas afirmações do Papa, ao arrepio dos conhecimentos científicos, em colisão frontal com as recomendações dos organismos internacionais, nomeadamente a OMS, e com grave prejuízo dos esforços das autoridades sanitárias para debelarem o flagelo, contribuem para tornar mais dramática a situação e mais difícil o seu controlo.
Com estas palavras, a visita do Papa a África torna-se numa calamidade que contribui para a degradação das condições sanitárias e para o recrudescimento da epidemia da SIDA. As crenças de Bento XVI contrariam os conhecimentos epidemiológicos e as suas declarações agravam os perigos de comportamentos sexuais de risco e da propagação da SIDA.
A reprovação do preservativo, o meio mais eficaz de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, é moralmente injusta e cientificamente insustentável. Ao defender dogmas religiosos sem considerar a tragédia humana que daí resulta, o Papa declara-se como um dos responsáveis pelo agravamento da epidemia e pela sabotagem dos esforços dos organismos de combate à SIDA.
Deste modo, a AAP condena, em nome da paz, da liberdade e da felicidade humanas, o comportamento imoral do Papa e apela a que a representação do Vaticano nas organizações internacionais de saúde seja suspensa até à retractação, sem subterfúgios, destas alegações inadmissíveis.
Finalmente, a AAP exorta a Conferência Episcopal Portuguesa a demarcar-se das infelizes e graves afirmações papais sob pena de se tornar cúmplice da sabotagem no combate à SIDA.


Bastavam a África a fome, as epidemias e o tribalismo. Era escusada a viagem papal.


Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 06 de Março de 2009

Carlos Esperança

(Presidente da Direcção)



Um comentário:

dor@ disse...

Mais uma vez o papa abre a boca e fala besteira.
Perdeu mais uma chance de permanecer calado. Faria, com isso,um grande favor à ele e à humanidade.
Aproveito o espaço para uma frase, que sempre acho oportuna, em se tratando destes casos:-
"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota, do que falar e acabar com a dúvida..."
(Abraham Lincoln)