2009-01-02

AS REZAS DO PAPA


Ninguém, em seu perfeito juízo, se sente feliz com a guerra entre muçulmanos e judeus. Ninguém, excepto, claro, os fabricantes de armamento, mas isso é outra conversa. Pelo que todos, certamente, desejaríamos o fim do conflito israelo-árabe. Com salvaguarda, naturalmente, das excepções já referidas.
Suponho que Joseph Ratzinger, por alcunha "O Bento 16", também não está contente com esta guerra. E digo "suponho" porque, na verdade, são elementos da concorrência que se vão matando alegremente. E nós sabemos, por experiência própria, que nenhum negociante gosta de concorrência, já que quem com ela ganha é o consumidor, e não o negociante. E estes negócios religiosos são complicados...
O certo é que Joseph Ratzinger tem noticiado urbi et orbi que reza pelo fim do conflito. Se é sincero ou não, isso é outra conversa. Mas acho que não é lá muito sincero... Na verdade, os Papas têm o péssimo hábito de rezar a posteriori, quando deviam fazê-lo a priori. Vai daí, eles rezam para que os homossexuais deixem a "vida de pecado", quando deviam rezar para que não nascessem homossexuais; rezam pelas vítimas dos terramotos, quando deviam rezar para não haver terramotos; rezam pelo fim da guerra, quando deviam rezar para que a guerra não tivesse princípio, sequer; rezam pela família, mas não são capazes de constituir uma, nem que fosse para dar o exemplo de como é uma famílioa feliz e bem constituída. E por aí fora. Ou seja, rezam por tudo e por nada. Com a agravante de NUNCA se conseguir ter demonstrado, ainda que minimamente, a utilidade, ou algum resultado obtido com as rezas. Mas é preciso manter acesa a chama do negócio, e o marketing nunca fez mal a ninguém. Embora não lhe ficasse nada mal rezar pelos judeus mortos no Holocausto... que o Vaticano NUNCA condenou.
Eu, se fosse Deus, já tinha desancado em tudo quanto é Papa. Juro! Porque estar a ouvir rezas a torto e a direito, por tudo e por nada, deve chatear um bocado. E logo eu, que com meia-hora de missa já deitava rezas pelos olhos...
Além do mais, acho uma falta de respeito estar a pedir isto e aquilo a Deus. Deus é omnipotente e omnisciente - e embora estas duas situações sejam contraditórias, o exemplo serve-me perfeitamente. Desde logo, Deus sabe que há guerra. E sabe que o seu povo (Êxodo 3:10, por exemplo) está metido nessa guerra. Se Deus quisesse acabar com o conflito, já o teria feito. Se não acabou, ele lá sabe porquê - e quem é o Ratzinger para dizer a Deus o que ele deve, ou não fazer? Um pouco de humildade não lhe ficaria nada mal. Passa na cabeça de alguém, em seu perfeito juízo, escrever bilhetinhos ao PR a dizer-lhe como deve presidir aos destinos da Nação? Depois, há outra questão bem mais importante: Deus gosta de guerras. Quem se der ao trabalho de ler a Bíblia, vai descobrir que Deus é o "senhor dos exércitos"; e os exércitos sempre serviram para fazer guerras. Mais: ele comandou, em pessoa, algumas das guerras bíblicas. Juro que não estou a inventar nada. Vão até lá, e leiam:

Exo 15:3 - O Senhor é homem de guerra; o Senhor é o seu nome.

Exo 17:16 - E disse: Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração.


Finalmente: se a O.N.U. ainda não conseguiu fazer a paz, acham que Deus é que vai fazer isso?

Um comentário:

dor@ disse...

Sou tua "fã de carteirinha".
Seu blog está DEMAIS!!!
Continue assim, "sentando o sarrafo" nesta gente ridicula, que não deixa deus em paz, que pede e pede tanto...afinal, se se tem fé, como dizem ter, porque pedir tanto, né? Deveriam saber que deus sabe o que precisam...e parar com esta baboseira!