2008-08-25

BRINCAMOS AOS BRINCOS?


Tem vindo a vulgarizar-se a moda, cada vez mais frequente, de os papás modernos colocarem brincos (para não falar dos "piercings") nos seus rebentos do sexo masculino - tal como nos do feminino, acrescento. Se, nas crianças fêmeas, a colocação de brincos é entendida como coisa natural, dado tratar-se de tradição enraizada não só em Portugal como em, praticamente, todo o mundo (ainda há quem diga que sem brincos a menina não está "completa", seja lá isso o que for), o mesmo não se pode dizer da colocação de brincos em bebés machos. É, como acima disse, uma moda recente.
Perguntará o leitor: e o que tem a ver com isso? Os pais fazem o que quiserem, o filho é deles.
Pois é. Ou antes: não é.
Desde logo, se um papá decidir dar uma sapatada ao seu rebento, porque ele partiu um vidro quando estava a jogar a bola, ou se aproximou da água, na praia, quando estava a fazer a digestão, estamos perante uma situação de violência sobre menor. Só que o efeito da sapatada desaparece ao fim de algum tempo. Mas o mesmo não se pode dizer do furo praticado na orelha. Esse, é irreversível.
Há o estranho hábito de considerar a esposa e os filhos como propriedade do (ainda) chamado chefe de família. Mas a verdade é que as pessoas não são coisas, logo, não são propriedade de ninguém.
Que se inscreva o/a filho/a num clube de futebol, ou num partido político, ainda é capaz de ser admissível; a pessoa, logo que adquira a suficiente capacidade de raciocínio, muda de partido ou muda de clube.
Mas não me parece possível tapar o buraco da orelha, ou do "piercing", ou mudar de religião.
Por exemplo.

Nenhum comentário: