2008-01-06

AS MISSAS SALVADORAS

Desde há cerca de dois mil anos, mais coisa menos coisa, que uma sinistra entidade denominada ICAR se vem dedicando, metódica e impunemente, à lavagem cerebral de todos os que, caindo nas suas garras, delas não têm forças - ou acabam por não querer - para delas se livrar. Sem o menor retraimento, vão impingindo pombas a fecundar virgens, virgens a parir naturalmente, aparições que só alguns conseguem ver, milagres, santos às multidões - com destaque para JP2, o maior fabricante de que há memória - virgens de todas as espécies e feitios. E os cofres do Vaticano vão-se enchendo, com a graça de Deus. Só que quando tudo parece correr na paz do senhor, há-de aparecer alguém a borrar a pintura. É a chamada "areia na engrenagem". No caso concreto, são os padres abusadores de menores. Infelizmente, é uma fauna que está longe de se encontrar em vias de extinção; pelo contrário, parece que se multiplica, mais depressa que os pães da anedota. De tal modo que ainda não há muito tempo os cofres do Vaticano se viram espoliados em largas somas de dinheiro, pago em indemnizações às vítimas. E a história é de tal modo escabrosa que, há dias, o bispo de Tenerife se viu na necessidade de mandar mais um pouco de areia para os olhos (dos crentes, entenda-se), transferindo a culpa para os jovens abusados. Mas era pouco. Mesmo sendo "culpados", os jovens ainda podiam pedir chorudas indemnizações. Então, que fez o Vaticano? Determinou severos castigos para os prevaricadores? Não. Primeiro, instituiu o "Decálogo Básico Universal". Mas ainda era pouco. Vai daí, um cardeal encontrou a fórmula milagrosa: missas. Sim, é verdade. Missas pelas vítimas. Sinceramente, como não sou psicólogo não sei quais os efeitos, nas vítimas, dos abusos sexuais cometidos, ainda para mais, por aqueles que, teoricamente, têm o dever de protecção - para além de outros; não sei, mas imagino. Por isso, nunca poderei saber de que modo as missas poderão minimizar ou extinguir esses efeitos. Não poderei saber, mas posso imaginar: ZERO! Esta atitude pia e cardinalícia nem sequer me merece comentários. Fiquei de boca aberta, ainda a mantenho, e só consigo comentar com a boca fechada. Por isso, em vez de comentar, pergunto:
- Então, sempre é verdade que há padres que abusam de menores?
- Quais serão os efeitos das missas que passarão a ser rezadas?

- O que diz o bispo de Tenerife acerca do assunto? Porque, se há jovens que até provocam, eles também têm direito a missa?
- Não seria mais viável rezar missas para que a padralhada perdesse a potência sexual? Ou será que o poder de Deus não chega a tanto?
- E não se pode exterminá-los?

Um comentário:

Anônimo disse...

Penso que a abordagem a esta questão deve ser efectuada numa óptica mais alargada. Só assim é possível constatar que na ICAR, e noutras religiões, existe uma vocação intrínseca para a sexualidade e, por isso mesmo, a questão da pedofilia não é estranha, antes surge como elemento complementar.
É assim: Não andam todas as religiões a foder (pode-se dizer foder, não pode?)o pessoal há séculos?
Então?...