2012-08-16

Estatísticas

Sou um apreciador de estatísticas. Entre outras coisas, porque permitem fazer, com elas, o que quisermos. Por exemplo, manipular a opinião pública e atirar areia para os olhos dos idiotas.
Desde há uns anos que os sucessivos governos, curiosamente pertencentes à mesma área partidária, vêm fazendo crer, à população em geral, que os funcionários públicos são os mamões desta paróquia chamada Portugal. Crença que, naturalmente, desencadeia animosidade. Não é raro ouvir-se dizer, por exemplo, que os funcionários públicos têm a garantia de não irem para o desemprego. Não têm. Com a agravante de que quando vão, são os únicos que não recebem indemnização. Nem têm direito ao Fundo de Desemprego. E são os únicos que pagam ao patrão, para trabalhar.
A comunicação social tinha obrigação de elucidar a opinião pública. Mas, por razões que ,me escapam completamente, não o fazem. Porque não querem. Pelo contrário, tentam envenenar a opinião pública, como se pode ver aqui, aqui e aqui.
Meus amigos, eu também sei fabricar estatísticas. Querem ver como? É simples. Vamos supor que você é porteiro numa empresa privada, e ganha 480 euros; o presidente do conselho de administração dessa empresa, ganha,,, 20.000 euros por mês. Feitas as contas, o porteiro ganha, em média, 10.480 euros. O que até nem é mau, para um porteiro.
São essas contas que o povão é levado a fazer, basta ler os comentários às notícias. Cautelosamente, omite-se que há muitos funcionários públicos a ganhar pouco mais do que o ordenado mínimo.
Um bocadinho de honestidade intelectual, não ficava nada mal.