2012-02-22

A fé da senhora ministra


A senhora ministra da Agricultura tem fé.  É uma pessoa de fé, o que só lhe fica bem, quanto mais não seja para condizer com o Estado. Mas ninguém tem nada com isso. As "feses" são coisas do foro íntimo das pessoas, e não me parece bem andar por aí a fazer propaganda.
Mas prontos, a senhora ministra tem fé de que a chuva não tardará aí.  Julgo que até já se inscreveu nos "Alunos de Apolo" para aprender a dança da chuva, mas isto sou eu a julgar.
Portugal não carece de governantes com fé. Para termos ministros com “fé”, não precisávamos de eleições, que tanto dinheiro custam aos contribuintes; pedíamos ao Vaticano, que coisa que lá não falta é homens com fé. E mulheres também. Até nos podiam mandar daqueles corruptos que há por lá que, isso sim, é coisa de que estamos carentes.
Não precisamos de “feses”; precisamos que chova. E na falta de chuva, precisamos de ministros que resolvam o problema. Nem que seja através da dessalinização da água do mar.
Não posso esquecer-me de que há uns anos, algures no Alentejo, um padre pretendeu organizar uma procissão, por causa da seca. Voltávamos ao tempo das “danças da chuva”, para que Manitu fizesse cai água. Pois bem, tudo preparado, eis que a procissão teve de ser cancelada… por causa de um tremendo aguaceiro.
Manitu jogou por antecipação.
A nossa ministra declarou, "urbi et orbi" que a fé vai resolver o problema da falta de chuva.
E não se demitiu.
Nem ninguém a demitiu.

(Em simultâneo no "Diário Ateísta".)

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