2011-12-18

Carta aberta ao PC *


*Presidente da Câmara

Exm.º Senhor
Presidente da Câmara Municipal do Porto:
Como é, certamente, do conhecimento de Vossa Excelência, e se o não for pode passar a ser clicando aqui, o Excelentíssimo colega de Vossa Excelência na cidade da Guarda passou a patrocinar a venda de ar puro daquela cidade em frascos. Bom, se não patrocina, pelo menos permite ou, em último caso, assobiou para o lado. O que é facto é que a vereadora do Ambiente daquela Edilidade deu a cara pelo assunto.
Ora, apesar de o empreendimento tresandar a plágio, como se pode ver aqui, não restam dúvidas de que se trata de uma excelente ideia. É minha ideia, não esqueçamos. Estamos, ao que parece, num tipo de empreendimento emergente, como agora se diz, e que contempla um nicho de mercado assaz abrangente, como agora se diz também. Pelo que proponho a Vossa Excelência que a ideia – minha, insisto – seja aproveitada e posta em prática com muito mais possibilidades de êxito do que a que foi levada a efeito na Guarda.
Permita-me que me explique.
O que tem a Guarda para enfrascar? O seu ar puro, naturalmente. Mas mais nada. Mas o Porto, Senhor Presidente, não se limita a ter ar puro; o Porto tem ares de diversas qualidades! E qual delas a melhor.
Senhor Presidente: já se dignou passear pela Ribeira do Porto num qualquer fim-de-semana? Já viu a quantidade de turistas que por ali passam? Já viu como seria belo esses turistas poderem levar, num frasco ou boião, um pouco do genuíno ar da Ribeira, e respirá-lo sofregamente enquanto visionam as fotografias digitais no Picasa 3? Já imaginou como as contas da câmara poderiam ficar equilibradas e, até, apresentar mais-valias financeiras, se a CMP começasse a vender o ar do Parque da Cidade? Mais: Já viu a gama de escolhas que poderíamos ofertar, desde o ar do ar do Parque de S. Roque até ao ar da Praia dos Ingleses? Repare, por favor, nas potencialidades deste negócio: Vossa Excelência e o JNPC enterravam o machado de guerra e, em parceria, proporcionavam a venda de ar do Estádio do Dragão, sim, senhor Presidente, aquele ar com o cheiro a relva pisada misturado com o fumo dos “very-lights” e com uma pitada de suor dos jogadores… Imagine só os lucros fabulosos nos jogos internacionais, nacionais que fossem! Vou mais longe, no meu ambicioso projecto: uma parceria com a C.M. de Matosinhos, para se vender o ar da Petrogal. Não é que seja muito agradável, mas é raro, pelo que o seu preço seria, sempre, em função da procura, que seria elevada, não tenho dúvidas.
Depois… o limite está na imaginação que, como Vossa Excelência sabe, não tem limites. Haveria ar para todos os gostos: desde o ar da Lipor até ao da ETAR; poderíamos enfrascar o cheiro das genuínas e mui portuenses Tripas à Moda do Porto, e das não menos genuínas Francesinhas.
Aqui fica, pois, o meu projecto. Aproveite-o Vossa Excelência da forma como mais lhe aprouver, sendo certo que desde já me comprometo a não cobrar um tostão por direitos de autor, ou de percentagem nos fabulosos lucros que se adivinham, e que farão inveja às CGD, EDP e quejandos.


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