2007-11-16

A BÍBLIA "VERSUS" O CRIACIONISMO?

Por razões profissionais sou, periodicamente, “obrigado” a contactar com uma “Testemunha de Jeová”. Naturalmente, esses contactos acabam por desviar para a inevitável conversa acerca da Bíblia e quejandos. Já tentei, algo delicadamente, dar a entender que esse tipo de conversa não me interessava, mas a verdade é que a criatura não entendeu – ou não quis entender – a mensagem. Pelo que só me restou um caminho: “armar-me” e confrontá-lo. Como resultado, as conversas acabam sempre com a frase lapidar “a Deus nada é impossível” porque, devidamente encurralado, o homem não tem mais por onde fugir. Claro que para me “armar”, tive de recomeçar a ler, com mais atenção, a Bíblia. E é aqui que eu quero chegar.

Antes de mais, e para evitar pensamentos duvidosos: sou evolucionista convicto.

De acordo com as “Testemunhas de Jeová”, “um dia para Deus são mil anos para o Homem”; feitas as devidas contas, “um ano para Deus são trezentos e sessenta mil anos para o Homem”. Ou seja, os seis dias da “criação” demoraram, nas contas humanas, dois milhões cento e noventa mil anos. Não sei o que diz a Teoria da Evolução acerca do assunto, mas o número parece-me razoável.

De acordo com o que tenho lido por aí, primeiro apareceram as plantas, depois os animais e, finalmente, o “Homem-macho”; mais tarde, cerca de cinco mil anos depois apareceu o “Homem-fêmea” ( “Homem” no sentido de ser humano, note-se). Não há muito tempo, li uma interessante – tão interessante como discutível, aliás como todas as teorias – teoria, segundo a qual a “perninha” que falta ao cromossoma Y do homem para completar o cromossoma X da mulher é, nada mais nada menos, que a “costela de Adão”.

Evoluindo, o ser humano foi-se “despindo” de pêlos e passou a cobrir-se com peles. E este pormenor, “peles” não deve ser desprezável, já que ele é referido em Gén. 3:21. O que põe Deus a fazer o papel de magarefe e curtidor de peles.

Se seguirmos a Bíblia, verificamos que tudo o que acabo de descrever se encontra ali relatado, e que, no fim de contas, a mesma acaba por defender a Teoria da Evolução; só que, enquanto esta defende o “acaso” como responsável pelo aparecimento das coisas, a Bíblia remete para um improvável “deus” essa mesma responsabilidade.

O que me leva a perguntar: será que Darwin foi mesmo o “pai” da Teoria da Evolução? Não será o “Génesis” uma forma algo rudimentar e ingénua da Teoria evolucionista?

Respostas, esperam-se.

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