2010-11-04

NÃO BLASFEMARÁS!

Apesar da minha idade, ainda há coisas que me vão deixando perplexo. Isto porque, afinal, todos os dias são apresentadas provas ou, pelo menos, indícios, de que Jeová não é assim tão poderoso como isso. Ou então, que há gente ainda mais papista que o Papa.
Vamos por partes. Vamos supor que eu estou em determinado local, onde também está um membro do Governo. Eu, numa ocasião de fúria, chamo "porco" a esse membro do Governo. Provavelmente, e porque se trata de um crime, o membro do Governo faz com que eu seja punido. Parece-me não ter lógica nenhuma que, por exemplo, o motorista ou o porteiro tratem do meu castigo. O ofendido é o membro do Governo, ele é que tem de ser ressarcido da ofensa. Mas vamos supor que o membro do Governo não fica ofendido, ou está-se borrifando para a ofensa: que legitimidade têm, o porteiro ou o motorista, para me castigarem?
Foram hipóteses. Vamos a factos: um jogador do Sampdória foi suspenso por blasfémia. Foi Jeová, que o suspendeu? Não, embora a notícia não especifique quem foi a entidade aplicadora do castigo. E a pergunta é: com que legitimidade? Por ter ofendido Deus? E quem garante que Deus se sentiu ofendido? Quem garante que Deus que, em princípio, está acima das rasteirices,terrenas, não se borrifou para o insulto, tal como o membro do Governo? Já agora: será que Deus não teria poder para castigar o ofensor? Não seria mais giro ser aplicada, logo, a justiça divina? Dir-me-ão: "Ah, e tal, ele será castigado no Juízo Final". Tudo bem, admitamos que sim. Mas será justo ser punido DUAS vezes pelo mesmo facto? Isso não é ilegal?

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