2010-04-22

O VERDADEIRO CULPADO

Estou a ver e ouvir o noticiário. Fala-se de Leandro, o menino que alegadamente se suicidou depois de, alegadamente, ter sido vítima de "bullying". E estes "alegadamente" têm toda a propriedade, aqui, porque parece que se concluiu que não havia "bullying" e, por outro lado, o jovem terá morrido acidentalmente.
Mas a verdade é que estamos no tal estado de direito. Ou seja, uma criança morreu fora da escola, numa altura em que devia estar na escola. Por isso, há que arranjar um culpado, porque estas coisas não podem ficar impunes. E a nossa justiça, além de célere é eficaz.
Ora, como estamos em Portugal, o culpado NUNCA é o director, o gestor, o administrador nem nenhuma dessas personalidades terminadas em "or". Nem em "istro", nem em "ado". Neste caso, como em muitos outros, já se arranjou o culpado do costume: é o porteiro. Aliás, os culpados do costume são sempre os porteiros, os contínuos, as empregadas de limpeza, os motoristas, etc. Não tarda nada, o porteiro ainda vai ser convenientemente acusado de homicídio involuntário. E é bem feito que assim seja. É que o gajo, além de ser porteiro é preto.

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