2008-11-05

SOBRE O AQUEDUTO

O Aqueduto das Águas Livres ("Aqueduto", para os amigos), foi construído sob os auspícios do rei João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança, mais conhecido por D. João V, que os mais íntimos tratavam por "Magnânimo" t.c.p. "Rei-Sol Português". Nessa altura, Portugal iniciava um período glorioso em termos financeiros período que, graças a Deus Nosso Senhor e ao Santíssimo Sacramento do Altar, ainda se mantém. Basta ver a facilidade com que se construíram vários inúteis estádios de futebol, tão úteis como o Convento de Mafra, como se vai construir o irracional TGV, e como se distribui, largamente, o dinheiro por primos, gestores, amigos, correligionários, primos dos primos, governadores do B.P. e por aí fora. Tudo questão de cartão partidário.
Bom, mas eu dizia que Portugal iniciava o seu período de explendor financeiro. Entre outros, foram construídos o inútil Convento de Mafra e o Aqueduto.
Não sei se, nessa altura, já tinha sido inventado o "princípio dos vasos comunicantes", porque trazer água de Belas para Lisboa, atravessando o Vale de Alcântara, devia ser um bico-de-obra. D. João V resolveu o problema, mandando construir o Aqueduto.
Passear ao longo do monumento, é um exercício de fascínio, enchendo os olhos com uma vista de cortar a respiração. E mais não digo.
O que é curioso é que, perguntando aos lisboetas, não é fácil encontrar quem saiba onde se situa, exactamente, a entrada para o Aqueduto. Ou então, fui eu que tive azar... Porque quem acabou por me dar a indicação certa, foi uma mulherzinha vendedeira de fava-rica, que até tinha sotaque de Trás-os-Montes. Os lisboetas, esses, ficavam a olhar para mim, com cara de... alfacinhas. E a sua expressão era eloquente "querem ver que estes bimbos acham que nós somos obrigados a saber tudo?" Vergonha! Qualquer tripeiro sabe como se faz para subir à Torre dos Clérigos! Falta de bairrismo, é o que é.
Seja como for: da próxima vez que for a Lisboa, visite o Aqueduto das Águas Livres. Não tem que enganar: mete-se num autocarro para Campolide, pergunta onde é a Calçada dos Mestres, e... o Aqueduto aparece-lhe em toda a sua grandeza. Se estiver no Amoreiras, é um saltinho a pé.
Não tem nada que agradecer.


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