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2010-03-03

PAGAMOS?

Eu ainda não percebi por que carga de água, benta ou da outra, vou ter de contribuir, sem que nada me tenha sido perguntado, para a construção de um altar. Já me bastou ter contribuído para a construção de estádios de futebol agora às moscas.Quando é que os nossos autarcas, e outras espécies de governantes, conseguem chegar à conclusão de que o dinheiro do povo não é para gastar em folclores religiosos, que só servem para apunhalar a Constituição? Quando é que o Estado se separa, definitivamente, das confissões religiosas? E não venham, por favor, com o chavão de que se trata de um chefe de estado; os chefes de estado vão a recepções, fazem discursos, promovem acordos bilaterais, mas não celebram missas. Se eu quiser uma missa (lagarto, lagarto...) pago-a; não meto a conta ao Estado.
Por outro lado, a Igreja devia ter vergonha; mas duvido que saiba o que é isso. Com os cofres a abarrotar, basta ver os milhões que caem em Fátima, ainda tem a lata de pedir à Câmara o pagamento da construção de um altar... A isto, eu chamo de parasitismo, porque não me lembro de palavrão pior. Mas parasitismo é, afinal, a verdadeira vocação das religiões em geral, e da ICAR em particular.

2010-01-09

"PONTOS CARDEAIS"

Não pude evitar... Roubei, mesmo, ao Diário de Notícias.
Mas valeu a pena.
FERNANDA CÂNCIOpor FERNANDA CÂNCIO

Na noite de 24 de Dezembro, a seguir ao telejornal da RTP1, surgiu no ecrã um dístico: "Mensagem de Natal de sua eminência reverendíssima o cardeal-patriarca de Lisboa." Seguiu-se um monólogo de 8,38 minutos no qual o dito falou sobre "o direito de ser ateu" como novidade desagradável e saudou os crentes das religiões "de deus único" apelando à sua união: "Juntos havemos de contribuir para que Deus não seja excluído do nosso mundo e da nossa história."

Ora bem. Tenho a ideia de que estas mensagens existem desde que há TV em Portugal. Ou seja, desde o tempo pré-1976 em que a Constituição não impunha a separação entre Estado e confissões religiosas e em que a Concordata assinada por Salazar equiparava padres a funcionários públicos. Mas nunca tinha reparado mesmo nelas - chama-se a isso aculturação. As caricaturas, porém, despertam-nos da letargia. E há poucas coisas mais caricatas que ver alguém a quem dão mais de oito minutos de prime time de borla (e deve ser baratinho, na noite de Natal) com o envelope de "mensagem à nação" que a lei prevê só para Presidente, primeiro-ministro e presidente do parlamento, a fazer propaganda religiosa enquanto clama "ai Jesus que os ateus me/nos querem calar".

Vou repetir: na noite de 24 a RTP passou propaganda religiosa com a dignidade de uma comunicação de alta figura do Estado. É legal? Legítimo? Aceitável? Através da direcção de programas, a RTP responde: "Ilegal não é." "Será discutível", reconhece, mas sublinha: "É costume - a maioria dos portugueses são católicos, portanto." Vejamos: a presidente do PSD fez uma mensagem vídeo de Natal. Passou onde? Nos telejornais, como notícia. Se o presidente do Benfica, que tem uns milhões de adeptos, quiser fazer uma mensagem antes de um derby, a RTP deixa? E o líder da comunidade muçulmana, pode "falar ao país"? Pois. E porquê? Porque a lei é clara: a propaganda política é proibida fora do tempo de antena, ao qual (que é proibido aos feriados) podem aceder organizações políticas, associações ambientais, desportivas, etc. - mas nunca religiosas; é exigido o pluralismo religioso na programação.

No entanto, a RTP acha, como o cardeal acha, que não há o menor perigo de alguém um dia dizer "acabou". Do alto dos privilégios a que o concubinato entre o Estado e a sua organização o (e nos) habituou, o cardeal vitimiza-se para condicionar "o inimigo" e manter a reverência. Altura então de tirar da fama o proveito. Não querendo expulsar deuses de lado algum - como expulsar o que me não existe? - , impedir seja quem for de crer no que lhe aprouver ou, como já vi escrito (o ridículo não conhece limite), "abolir o Natal", exijo dispensa de que me tentem converter ou insultar através dos meios de comunicação social do Estado. Chega de pagode: quero o país que a Constituição me garante, laico e sem eminências. Esperei 34 anos. Já pode ser?

2009-10-29

MOMENTO DE POESIA

Não podia, de forma alguma, deixar quieto este belo poema. Tinha de o roubar do Diário Ateísta.
Aqui o reproduzo, com a devida vénia, e com o meu agradecimento ao Raul Pereira :


Desde que nasce o sol até que é posto

Governa o lavrador o curvo arado,

E de anos o soldado carregado

Peleja, quer por força, quer por gosto:


Cristalino suor alaga o rosto

Do barqueiro, do remo calejado;

Do cascavel ao dente envenenado

Anda o rude algodista sempre exposto:


Trabalha o pobre desde a tenra idade;

O destro pescador lanços sacode

Para escapar da fome à atrocidade;


Todos trabalham, pois que ninguém pode

Comer sem trabalhar; somente o frade

Come, bebe, descansa e depois fode.


Antologia poética de António Lobo de Carvalho, poeta satírico vimaranense do séc. XVIII.

[via Torre dos Cães, há muito inactivo, para mal dos nossos pecados]

2009-10-14

FÁTIMA EM LAY-OFF?

Acho que a ICAR não está a acompanhar os "sinais dos tempos"...

Qualquer empresa que se preze mantém as suas actividades de forma ininterrupta ao longo do ano. Ora, a empresa "Fátima SARL" inicia a sua temporada em Maio, ainda por cima a meio do mês, e termina-a com as promoções de Outubro. Não sei porquê, faz-me lembrar as épocas taurinas, que deus me perdoe. Eu sei que a senhora também precisa de algum descanso porque durante esses cerca de cinco meses a sua actividade deve ser intensa, ele é pedidos, vulgo cunhas, ele é o conferir o cumprimento das promessas, sim, que isto de fazer promessas e não as cumprir não é para todos, só os políticos estão autorizados, ele é o cheiro a cera queimada, que sempre deve incomodar um bocadinho, aliás basta ler a Bíblia para se constatar que naquelas bandas se aprecia mais o cheiro do churrasco, e se clhar é por isso que o negócio fatímico entra em "lay-off". Mas também me parece que cinco meses é pouco, mesmo que o dinheiro seja muito, mas a verdade é que não me consta que a senhora veja um tusto do dinheiro que cai na empresa. Também é verdade que durante esses meses as condições atmosféricas sempre são mais favoráveis, o que é bom, porque as altas esferas da religião, e refiro-me à senhora e excelso marido ou, pelo menos, pai da criança, ainda não teve poder para arranjar um micro-clima para aquela região, assim do género "sol na eira e chuva no nabal". Tudo bem, o tipo é todo-poderoso, mas também acho que mesmo isso tem limites, pronto, não se pode poder tudo.

De qualquer modo, quam não aproveitou as últimas promoções de Outono, já fica a saber que só lá para Maio de 2010 é que há mais. Desta vez, com o presidente do censelho de administração e tudo, que sempre se dignou visitar a loja.

Daí que eu era capaz de propor um alargamento da época que podia, perfeitamente, começar no Equinócio da Primavera, mesmo que acabasse em Outubro, na mesma, para as pessoas não andarem à chuva, que isso de milagres não tem nada a ver com a meteorologia.

O pior é se eu proponho e os gajos aceitam.

O melhor é estar calado...

2009-03-21

ENTREVISTA COM MICHEL ONFRAY

Entrevista o filósofo e escritor Michel Onfray "A Igreja Católica sempre legitimou a violência dos Estados"

"A ideologia da Igreja é reacionária, conservadora e insuportável.Durante e após a II Guerra Mundial, ela excomungou todos os comunistas e nunca excomungou um único nazista"


Michel Onfray

A polêmica sobre a decisão do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou os médicos que realizaram o aborto no episódio da menina estuprada pelo pai ganhou repercussão internacional. Para o filósofo francês Michel o­nfray, decisão é coerente com pensamento oficial da Igreja Católica de hoje. "A ideologia da Igreja é reacionária, conservadora e insuportável. A Igreja apresenta indignações seletivas. Durante e após a II Guerra Mundial, ela excomungou todos os comunistas e nunca excomungou um único nazista", critica o­nfray.

O filósofo francês Michel o­nfray, iniciador da Universidade Popular de Caen , autor de 51 livros, traduzidos em mais de 20 línguas, e de uma coleção de 12 CDs, aposta na Filosofia como meio de vencer o lado irracional do ser humano: "Apesar do sofrimento da existência humana, que sempre existiu e existirá, é preciso viver em pé, com dignidade e não ajoelhado. O filósofo tem a obrigação de construir um movimento universal de elevação da condição humana".

Por ocasião da sua passagem por Bordeaux, para o lançamento de seu último livro, "Contra-história da Filosofia: as radicalidades existenciais" , Michel o­nfray nos concedeu uma entrevista para Marta Fantini sobre o lastimável episódio do aborto terapêutico, ocorrido em Recife.

Marta Fantini: O sofrimento de uma família, que deveria permanecer na esfera privada, acabou se tornando um evento midiático de repercursão internacional, devido a uma punição da Igreja Católica que parece sair das "entranhas da Idade Média": a excomunhão.

Michel o­nfray: A decisão parece da Idade Média, mas ela está inscrita no corpus do pensamento oficial da Igreja de hoje. Não se pode ignorá-la: a Igreja diz claramente que o aborto é proibido, que é um pecado e o clero aplica o que a Igreja professa. Na minha opinião, não há incoerência entre a excomunhão, que é insignificante, e a ideologia da Igreja, que é reacionária, conservadora e insuportável.

A Igreja apresenta indignações seletivas. Durante e após a II Guerra Mundial, ela excomungou todos os comunistas e nunca excomungou um único nazista. Hitler nunca foi excomungado assim como os ideólogos do nazismo e os membros do partido. A Igreja somente demonstra o que ela foi e é, colocando-se sempre ao lado dos fortes, dos poderosos, da colaboração. Ela não resiste. Ela não se preocupa com os pobres. Ela não demonstrou misericórdia a este ser frágil que foi violentado pelo padrasto. Ela não apoiou esta menina. Ao contrário, ela ainda a afligiu, considerando-a até culpada e responsável.

Eu li na imprensa francesa que, para o bispo de Recife, o estrupo é menos grave que o aborto. Quando alguém lhe perguntou porque o padastro não foi excomungado, ele respondeu que "dar a morte é mais grave". Dar a morte a um feto é mais grave que o estupro e a pedofilia? O feto é um ser potencialmente vivo que está programado para se tornar uma pessoa, mas não é uma pessoa. Antes que se torne um ser humano, pode-se praticar o aborto, e sobretudo, nestas condições, parece-me um ato evidente.

MF : Como explicar esta insistência em preservar a vida se, por outro lado, a Igreja sempre legitimou a violência dos Estados?

MO: Ela pretende defender a vida, mas ela não a defende. o­nde está a dignidade nesta aventura? O que se pode chamar de vida? o­nde ela se encontra? Numa manifestação biológica? Neste caso a simples ejaculação, na hora da masturbação, é um genocídio! É preciso parar com isso. O espermatozóide é matéria viva. Neste caso, ela deveria excomungar todos os homens que se masturbam, pois os espermatozóides vão terminar no fundo de um vaso sanitário e não na destinação prevista que é a fecundação do óvulo! É um delírio total esta posição da Igreja que se diz defensora da vida e, ao mesmo tempo, justifica a pena de morte no "Catecismo da Igreja Católica".

Eu até ganhei uma caixa de champanhe numa aposta com alguém que não acreditava que isso fosse possível! No "Catecismo da Igreja Católica" está escrito, explicitamente, que, em alguns casos extremos, pode-se aplicar a pena de morte. Sinto muito, é uma questão de princípio: não se defende a pena de morte quando se é cristão. E ainda querem que acreditemos que defendem a vida quando se defende, ao mesmo tempo, a pena de morte?

A Igreja defendeu a vida ao dar a bênção às bombas atômicas que explodiram em Hirocsima e Nagasaki? Ela defendeu a vida ao dar a bênção às armas que serviram para assassinar os republicanos espanhóis durante a Guerra da Espanha?. A Igreja pretende defender a vida, mas o que ela defende é o poder em vigor. Na verdade, o que fascina a Igreja é a morte. É a morte que lhe interessa.

MF: O que a imprensa francesa não citou, nos inúmeros artigos sobre este trágico evento, é que a Igreja, no Brasil, enfrenta uma queda de braço com o Estado. A República democrática brasileira se moderniza: a pesquisa sobre as células troncos foi liberada, a legalização do aborto está em discussão, a população se beneficia da distribuição gratuita de preservativos e pílulas do dia seguinte. Como explicar que esta Igreja, que não consegue acompanhar a evolução dos costumes morais e o progresso da Ciência, está se tornando cada vez mais fundamentalista?

MO : A questão não é o que ela está se tornando, o problema é que ela sempre foi e é fundamentalista. Acredito que, ultimamente, a Igreja está tentando colocar as coisas no seu eixo original. Com o recente retorno do islamismo, no mercado intelectual, ideológico e espiritual, ela diz que nem tudo está perdido para as religiões. Ela constata que, finalmente, ainda existem pessoas que acreditam em Deus e que em nome de Alá são capazes de morrer por ele, de lutar por ele, de viver por ele, que se comportam, na existência de uma vida cotidiana, de acordo com os preceitos que teriam sido ditados por ele. Penso que a Igreja está numa lógica de reconquista e que é o momento ideal de avançar seus peões. O papa Bento XVI, começou a avançá-los, por exemplo, com a reabilitação dos bispos negacionistas. Quando percebeu que esta estratégia estava provocando muito debate na imprensa internacional, ele recuou.

Acredito que há uma espécie de desejo de reconquistar a fé em escala planetária. Eu li no Le Figaro, o único jornal disponível no hotel, uma página inteira consagrada ao Papa e à carta que ele enviou aos bispos. Ele cita que o desejo de São Pedro era fazer proselitismo. O cristianismo e o número 1 dos cristãos, Bento XVI, concluem: se o Islã faz proselitismo e obtem resultados positivos, porque a Igreja Católica também não o faria? É uma maneira de reconquistar o terreno perdido, em todos os países.

É o que aconteceu na Itália. Recentemente, houve uma eleição ultra politizada, uma espécie de referendum sobre a questão do aborto, do reembolso deste tipo de intervenção, de células troncos, etc. A Igreja pediu a abstenção. Uma boa tática que se revelaria na hora da contagem dos votos, uma prova que a abstenção seria a Igreja, com um número considerável de vozes. A era de João Paulo II, da mediatização do tipo «rock star» e das viagens planetárias, terminou. O ecumenismo, da época em que se dançava com os aborígines, na Austrália, como pretexto de comunhão com o sagrado, tudo isso acabou. O único objetivo da Igreja atual é o retorno à antiga boa fé católica apostólica romana. Neste período de niilismo generalizado, ela se impõe uma posição mais rígida. A suspensão da excomunhão dos bispos negacionistas, o que se passou na Itália e no Brasil, são, para mim, sinais convergentes.

MF : Com a crise, o fundamentalismo pode piorar no seio das três grandes religiões monoteístas? A micro resistência, à qual você sempre faz alusão, não seria uma esperança como foi a Teoria da Libertação ou os Movimentos Pastorais na América Latina?

MO: As microresistências são a única solução possível. Eu penso que há cristãos que não estão de acordo com esta opção de direita à extrema direita da Igreja. Na “Golias”, uma excelente revista, publicada por católicos franceses de esquerda, pode-se encontrar artigos extremamente inteligentes. No último número, por exemplo, publicaram análises interessantes sobre o caso do bispos negacionistas. Há sempre uma categoria de católicos de esquerda com a qual se pode contar. Há sempre alguém que não aceita o inaceitável, que não se submete. Há esta esperança e há também a esperança no avanço do combate ateu.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra as obras sobre o ateísmo fazem muito sucesso. «O Tratado da Ateologia» foi best seller na Austrália, Espanha e Itália, quer dizer, se fizermos avançar o combate ateu, obteremos soluções. Evidentemente, sem repetir o erro do «ser ateu» do século XIX: anticlerical , mas fabricante de uma espécie de igreja atéia, de clero ateu. Seria o pior que poderia acontecer, ou seja, querer destruir, utilizando os mesmos métodos. É preciso avançar argumentos, debater questões como as dos tratamentos paliativos, da eutanásia… A França está com muito atraso em relação a estes assuntos. Porque a eutanásia não avança, mas sim os tratamentos paliativos? Porque o lobby cristão é potente para interferir nas decisões dos deputados e dos senadores e impedir que a lei sobre a eutanásia seja votada.

MF: Seus livros estão traduzidos em mais de vinte línguas e a venda de seus CDs atingiram 50 mil exemplares. Parece-me um número impressionante, em se tratando de conteúdo filosófico. Este sucesso seria a prova que a Filosofia preenche um vazio deixado pela religião que já não satisfaz a busca espiritual do ser humano do século XXI ?

MO: Minha proposta é sair da era religiosa e teológica para entrar na era filosófica. É preciso parar de projetar a vida em universos inexistentes para construir a sua existência. Devemos nos contentar com este mundo real, examinar o que podemos fazer de nossas existências nesta vida que é pós moderna, pós industrial, pós fascista, pós comunista e pós cristã, seguramente. O que podemos fazer num período de niilismo? Somente a Filosofia poderá trazer as respostas. Gostaria que os livros de catecismo fossem substituídos, nas escolas, por ateliers de Filosofia, gostaria que todos nós refletíssemos juntos para, pelo menos, provocar a vontade de adquirir conhecimento. Sobretudo para aqueles que ficaram às margens, pois um dia, alguém disse que a Filosofia não era para eles; que ela foi feita para a elite, para a aristocracia e quem não fizesse parte dela, não teria direito a ela.

O desejo da filosofia é o desejo da sabedoria, da necessidade de ética, de reflexão e de moral. Almejo uma Filosofia que esclareça, que simplifique sem se empobrecer. Quando me deparo, nos meus cursos da Universidade Popular de Caen, com anfiteatros lotados, com mais de mil pessoas, com transmissão em vídeo no saguão, para aqueles que não conseguiram entrar, eu constato que é possível, que a Filosofia poderá vencer o irracional.

Marta Fantini é produtora e apresentadora do programa “Le Brésil en Noir & Blanc”, na Rádio Campus Bordeaux, França.

O PAPA É CONTRA A FEITIÇARIA

Acho que pela primeira vez aplaudo o "pastor alemão". Ele quer acabar com a feitiçaria, e eu assino por baixo. Parece que é desta vez que se vai deixar de distribuir o Cristo às rodelas. Porque, na verdade, transformar páo ázimo em carne de um gajo qualquer, não é feitiçaria?

2009-03-18

SÓ ELE É QUE NÃO VÊ...


... que a contestação cresce por todo o lado

A caminho dos Camarões
Papa afirma que a sida não se combate com preservativos.

França condena declarações do Papa sobre o preservativo.


De que é que esta luminária estará à espera, para apresentar o pedido de demissão? Estará à espera de alguma encomenda de vergonha, já que ele não tem nenhuma? Ou estará convencido de que tem de apresentar o pedido de demissão ao "patrão"? Mas ele sabe perfeitamente que o "patrão" não existe. E a prova está aqui: se ele existisse, já teria mandado o Ratzinger fazer qualquer coisa de útil. Se é que o pastor alemão sabe o que é isso...

2008-12-26

AS BEATAS

As beatas

Elas envelhecem com pequenos passos
Como de cãezinhos ou de gatinhos
As beatas
Elas envelhecem tão depressa
Que confundem o amor e a água benta
Como todas as beatas
Se eu fosse diabo ao vê-las por vezes
Eu acho que me faria castrar
Se eu fosse Deus ao vê-las rezar
Eu acho que perderia a fé
Pelas beatas
Elas procissionam em pequenos passos
De pia de água benta em pia de água benta
As beatas
E patati e patata
As minhas orelhas começam a assobiar
As beatas
Vestidas de negro como o Senhor Padre
Que é demasiado bom com as criaturas
Elas beatizam-se de olhos em baixo
Como se Deus dormisse sob os seus sapatos
De beatas
No sábado à noite depois do trabalho
Vê-se o operário parisiense
Mas nada de beatas
Porque é no fundo das suas casas
Que elas se preservam dos rapazes
As beatas
Que preferem encarquilhar-se
De vésperas em vésperas, de missa em missa
Muito orgulhosas de terem conservado
O diamante que dorme entre as suas pernas
De beatas
Depois morrem em pequenos passos
Em fogo lento, em montinhos
As beatas
E enterram-se em pequenos passos
De manhãzinha num dia frio
De beatas
E no céu que não existe
Os anjos fazem depressa um paraíso para elas
Uma auréola e duas pontas de asa
E elas voam… com pequenos passos
De beatas
(Jacques Brel, 1962; tradução livre de Ricardo Alves)

Les bigotes

Elles vieillissent à petits pas
De petits chiens en petits chats
Les bigotes
Elles vieillissent d’autant plus vite
Qu’elles confondent l’amour et l’eau bénite
Comme toutes les bigotes
Si j’étais diable en les voyant parfois
Je crois que je me ferais châtrer
Si j’étais Dieu en les voyant prier
Je crois que je perdrais la foi
Par les bigotes
Elles processionnent à petits pas
De bénitier en bénitier
Les bigotes
Et patati et patata
Mes oreilles commencent à siffler
Les bigotes
Vêtues de noir comme Monsieur le Curé
Qui est trop bon avec les créatures
Elles s’embigotent les yeux baissés
Comme si Dieu dormait sous leurs chaussures
De bigotes
Le samedi soir après le turbin
On voit l’ouvrier parisien
Mais pas de bigotes
Car c’est au fond de leur maison
Qu’elles se préservent des garçons
Les bigotes
Qui préfèrent se ratatiner
De vêpres en vêpres de messe en messe
Toutes fières d’avoir pu conserver
Le diamant qui dort entre leurs f…s
De bigotes
Puis elles meurent à petits pas
A petit feu en petit tas
Les bigotes
Qui cimetièrent à petits pas
Au petit jour d’un petit froid
De bigotes
Et dans le ciel qui n’existe pas
Les anges font vite un paradis pour elles
Une auréole et deux bouts d’ailes
Et elles s’envolent… à petits pas
De bigotes
Jacques Brel (1929-1978)

2008-12-24

EXPRESSODASNOVE.PT

"A Igreja é um escândalo, uma vergonha,
uma nódoa! Não tem salvação"
Afirma o professor Armando Medeiros em exclusivo a este jornal. E pergunta: “A que propósito é que aquele sujeito, Bento não sei quantos, anda coberto de jóias e pratas? A que propósito é que o tesouro do Vaticano tem um valor incalculável?”

E o Natal no meio de tudo isto?
Queres que eu diga o que é o Natal para mim?

Quero…
Para mim é uma data de calendário com a mesma importância que o 15 de Agosto, ou outra…

Mas o Natal é a maior festa do ano e a maior festa do mundo…
Maior em que sentido?

Maior no sentido em que mobiliza mais gente…
De que maneira?

Ao nível do consumismo, por exemplo…
Para fazer o bem?

Depende...
Então, deixa-me ser eu a dizer: é a maior festa do ano porque é a que mobiliza mais gente. Para fazer o bem?

Não.
Tu falaste em consumismo...

O Natal é o maior negócio do ano…
É o maior negócio do ano. Exactamente. Para quem compram as pessoas? Para os necessitados?

Compram para as suas famílias e crianças…
E para os necessitados?

Algumas fazem-no…
Fazem-no? Como? Limpam os sótãos e dão o que não vestem…

Aliás, muitos dos que o fazem só o fazem na altura do Natal… São apenas solidários no Natal. É uma forma de aliviarem a consciência.
Por um lado, praticam caridade, ficam aliviados, mas, por outro lado, ganham uns pontos na caderneta do santo que estiver de serviço nesse dia!

Como achas que deveria ser o Natal, tendo em conta a realidade da sociedade em que vivemos?
Julgo que o Natal devia ser, na realidade açoriana, como tudo na realidade açoriana devia ser, mas não é: comedido, modesto, simples. Quem tem pouco, pouco gasta.

Mas as empresas fazem tudo para que as pessoas comprem coisas… caso contrário não conseguiriam sobreviver.
As empresas que vão para o Diabo!

As pessoas reagem aos apelos do mercado, são impulsivas…
Recebem apelos para comprarem metralhadoras para as crianças!

Exactamente.
E jogos de computador, em que só ganha quem provocar mais desastres de automóvel e quem provocar mais mortes. É isso?

É isso, sim. Mas a solução que propões é bastante irrealista…
Não vejo como poderia ser de outra maneira. Os senhores padres nas igrejas continuam a copiar, nas suas homilias, as páginas na Bíblia que falam da viúva de Caim e das Bodas de Canã…

A Igreja não devia ter um papel de moderação na festa do Natal?
A Igreja é um escândalo, uma vergonha, uma nódoa!

Porquê?
Porque assim se tornou…

Que faz a Igreja para ser uma nódoa?
Olha, por exemplo, só oficialmente chamo ao Papa “Sumo Pontífice”. Em família, chamo-lhe “mijo” de Papa! Diz-me uma coisa, Eduardo: a que propósito é que anda aquele gajo coberto de ouro, quando metade do mundo morre de fome?! E a história do rico só entrar no céu pelo buraco da agulha?!

A Igreja não distribui riquezas materiais…
A que propósito é que aquele sujeito, Bento não sei quantos,
anda coberto de jóias e pratas?! A que propósito é que o tesouro do Vaticano tem um valor incalculável?

A Igreja precisa de dinheiro para manter os templos… e para pagar os salários aos sacerdotes, que são muitos milhares por esse mundo...
A Igreja poderia melhorar o Natal começando por modificar a ideia que deu da pessoa que foi Jesus Cristo. É porque, primeiro, devia ser ensinado aquilo que eu dizia aos meus alunos: não há nada que prove, nada, coisa nenhuma, que prove que Cristo tenha sido, realmente, mais filho de Deus do que eu, ou tu! Ele até foi dado a conversas que nada tinham a ver com o filho de Deus. Disse Ele às mulheres de Jerusalém: “Não choreis, que muito mais hão-de chorar os vossos filhos!” Se isto não é uma ameaça, cheira a isso. E Ele disse também: “Quem não é por mim é contra mim!” Se isto não é intolerância, cheira a isso. Estas afirmações perdoam-se a um visionário que foi, sem dúvida, magnífico, e que transformou a face do mundo, mas são afirmações que não se perdoam a um Deus.

Ele terá dito isso enquanto homem…
Mas admite-se que o tenha dito?!

O discurso bíblico que chegou até nós foi “filtrado” pela Igreja…
Um puto de 14 anos lê o Velho Testamento e fica mais assustado do que depois de ter lido o Barba Azul! Porque o Velho Testamento fala em horrores, vinganças e caprichos…

A Bíblia espelha a cultura humana. Ainda hoje, vivemos numa sociedade de horrores…
Ora bem.

Olha para o Iraque, olha para o Médio Oriente, olha para África...
Aos nossos meninos, na catequese, ensina-se-lhes que no princípio havia um jardim onde um sujeito e uma sujeita foram expulsos por terem desobedecido ao comerem uma peça de fruta. E, depois, diz ainda a Santa Bíblia que Adão e Eva geraram Abel e Caim e que Abel gerou este e que Caim gerou aquele... mas onde está a senhora Abel? E onde está a senhora Caim? É muito esquisito, o Deus dessa Bíblia. Violento, intolerante, vomitando pragas...

É um Deus... esquizofrénico. Fala-me do teu Deus, do verdadeiro Deus…
O verdadeiro Deus, para mim... é o que encontro nas Furnas e nas Sete Cidades. Chego às Furnas e às Sete Cidades e digo: “Imaginem toda esta beleza... uma imensa extensão de cinzas e esterilidade. Isto não é revisitar a criação?...”. As Furnas são uma catedral verde, onde encontro o Deus primeiro, a força primeira…

Mas, hoje, de que forma é que se encontra esse Deus na sociedade? As pessoas não ligam muito ao Deus das Furnas e das Sete Cidades…
São-Lhe absolutamente indiferentes!

E porquê?
Porque aquilo que julgam saber de Deus vem-lhes dos padres. E os padres são uma nódoa...

Não sabem ensinar Deus.
As nódoas não ensinam. Deixam marcas de gordura.

Não vais à missa? Por que será que os padres são incapazes de se envolver mais na comunidade em que vivem? Far-lhes-á falta a livre expressão da sua vida sexual?
(Risos) Eles estão fartos de se exprimir a esse nível, pelo amor de Deus!

Será que se tornam egoístas e distantes por não serem livres afectivamente e emocionalmente?
São um poço de frustrações…

De onde virá a sua frustração?
De darem por si a fazer o que nunca quiseram fazer…

Não podem amar uma mulher, nem um homem. Não podem dar larga aos seus sentimentos...
Sejam honestos. Demitam-se. Ou seja lá o que for que fazem os padres honestos, que não estão dispostos a continuar uma fraude.

Talvez seja uma questão de educação. Os padres são educados de uma certa maneira. Ah, e as mulheres não podem ser padres…
Graças a Deus!

Talvez pudessem ser elas a salvar a Igreja!…
A Igreja não tem salvação possível. E a católica está moribunda. No fundo, que formação e que paciência e que crença há-de ter um sacerdote se o próprio Vaticano cria uma vacina chamada desobriga? Vai-se uma vez por ano, na Quaresma, fazer uma confissão e fica-se despachado para o ano todo! Mas que coisa é esta? Com a validade de um ano?! E olha que sei do que estou a falar porque vivi e ensinei um ano na Terceira e fui muito amigo do padre Edmundo Machado Oliveira, que deu o nome ao orfeão. Tínhamos longas conversas e ele confiava-me muitas vezes o seu desencanto.


EDUARDO BRUM


23 de Dezembro de 2008

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2008-11-14

E DIZ O ROTO AO NU...


Leio, no jornal de hoje, que o "Vaticano critica violação de direitos nas prisões". Leio, comovo-me, e não posso evitar uma lágrima ao canto do olho. Porque o Vaticano tomou uma atitude de extrema nobreza, ao condenar publicamente as violações aos direitos humanos. Esqueceu-se completamente de condenar a Santa Inquisição, mas um lapso acontece a qualquer um.
No "lead" da notícia, refere-se que, e passo a citar, "A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que a 10 de Dezembro completa o seu 60 aniversário, é violada
em todas as prisões do mundo, declarou ontem no Vaticano o cardeal Renato Martino" fim de citação. E a minha comoção aumenta. E arrependo-me do que escrevi acima: afinal, a Santa Inquisição já foi há mais de 60 anos...
Entretanto, na "net", os olhos saltam-me para outra notícia:

"
Igreja Católica expulsa padre casado há vinte anos e pai de cinco filhas". Bom: há qualquer coisa que não bate certo. Então o Vaticano não defende os Direitos
Humanos? Ou só defende quando convém? Para a publicidade hipócrita? É que a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz, no seu artº 16:

1 - A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2 - O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.


Bem sei que o Varticano nunca teve vergonha; mas não vale a pena exagerar. Nós já sabemos - vamos sabendo - o que a casa gasta.

2008-10-27

TAMBÉM OS HÁ ESCLARECEDORES E RACIONAIS

Frequento um portal de perguntas e respostas. Para quem estiver interessado, o portal chama-se "Yahoo! Respostas". Com mais frequência, acedo ao sector "Religião e Espiritualidade. E choca, muitas vezes, verificar não só a ignorância de muitos crentes (eles querem ser chamados de "religiosos"), mas também a sua fúria quando não conseguem uma resposta cabal a uma pergunta... mais "difícil". Porque a maior parte das vezes, verifica-se que os "religiosos" não conhecem a religião que professam. Há dias perguntei onde estava o "livre arbítrio" quando se diz "amanhã vou ao cinema, se Deus quiser". Nem um respondeu!
Felizmente que, de vez em quando, há uma lufada de ar fresco.
A pergunta, foi "Onde na Bíblia está escrito que só há salvação na Igreja Católica?"

A resposta foi dada por um crente.
Ela aqui vai, depois de obtida a devida autorização por escrito.



Bom dia.

Não há.
Salvação só em Jesus.

"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4 : 12)


A ICAR foi desviando-se da fé genuína e foi cada vez mais se distanciando da essência de Cristo.

Veja:

A igreja antes e depois do Século IV

O Vaticano não é igreja, mas sim um organismo político-religioso que arrogando certas prerrogativas se interpõe entre Deus e os Católicos, conservando-os sob sujeição; certos teólogos vêem no Vaticano “O espírito do império romano com roupagens do cristianismo”.
Em sucessivos concílios depois do século IV, os papas sancionaram muitos dogmas desconhecidos pelos Cristãos dos primeiros 500 anos e estranhos ao Novo Testamento. A Igreja primitiva desconhecia até então a Transubstanciação, o Purgatório, o Celibato, a Infalibilidade papal, o Culto à Maria, a Veneração de Imagens, o uso de água benta, velas, etc.
Viveram nos 4 primeiros séculos milhões de Cristãos, entre eles homens veneráveis conhecidos como “pais da igreja”.

Anote as datas em que viveram alguns deles:

Lino viveu no ano 65
Cleto no ano 69
Clemente no ano 95
Justino no ano 100
Santo Inácio no ano 110
Higino no ano 139
Papías no ano 140
Policarpo no ano 155
Santo Irineo viveu no ano 180
Origines no ano 220
Urbano no ano 223
São Cipriano no ano 247
São Vicente por volta do ano 310
São Silvestre no ano 314
São João Crisóstimo no ano 250
Santo Antão no ano 356
São Jerônimo, tradutor da Bíblia, viveu no ano 340
São Genaro e São Sebastião viveram no ano 384
Ambrósio no ano 397
Santo Agostinho, bispo de Hipona, viveu no ano 420.

Agora anote as datas na quais dogmas foram introduzidos na igreja

Ano 431 – a igreja começa a cultuar Maria, mãe de Jesus.
Ano 503 – decretam a existência do purgatório.
Ano 783 – iniciam a veneração de imagens.
Ano 933 – a igreja constitui a “Canonização”.
Ano 1074 – instituído o Celibato.
Ano 1190 – começam a conceder perdão e favores espirituais por dinheiro.
Ano 1208 – começaram na missa, a “levantar” a hóstia para ser adorada.
Ano 1215 – o papa Inocêncio III, por decreto, instituiu a Transubstanciação
Ano 1414 – o vinho na Ceia do Senhor começou a ser negado aos fiéis.
Ano 1476 – começam a cobrar “Missas de intenção”.
Ano 1850 – impõe o dogma sobre a Assunção de Maria.
Ano 1854 – impõe o dogma da imaculada conceição de Maria.
Ano 1870 – declaram o papa infalível.

Essas informações foram introduzidas, como se observa, depois do século IV, quando aquelas pessoas, pais da igreja, que souberam guardar a fé, já não existiam.
Verifica-se que a Igreja Católica não é legítima quando relacionada com o Novo Testamento e com a fé dos primeiros Cristãos.


Algumas alterações estranhas as Sagradas Escrituras:

Ano 304 d.C. – Os bispos começaram a ser chamados de papa.
Ano 310 d.C. – Introduzidas orações pelos mortos.
Ano 320 d.C. – Começaram a acender velas.
Ano 325 d.C. – Constantino celebra o primeiro concílio das igrejas.
Ano 375 d.C. – Adoração de “Santos” (ídolos).
Ano 381 d.C. – A Igreja Cristã recebe o nome de Católica.
Ano 394 d.C. – Culto cristão é substituído pela missa.
Ano 416 d.C. – Começaram a batizar crianças recém-nascidas.
Ano 431-432 d.C. – Instituído culto à Virgem Maria, mãe de Jesus.
Ano 503 d.C. – Começa a existir o purgatório.
Ano 593 d.C. – Foi instituída a doutrina do purgatório.
Ano 606 d.C. – Supremacia papal.
Ano 709 d.C. – Costume de beijar o pé do papa.
Ano 787-788 d.C. – Adoração e culto às imagens de escultura.
Ano 830-840 d.C. – A Igreja começa a utilizar ramos e a tal “água benta”.
Ano 933-993 d.C. – Instituída a canonização de “santos”.
Ano 1074 d.C. – Instituição do Celibato.
Ano 1090 d.C. – Introduzido o terço.
Ano 1140 d.C. – Sete Sacramentos.
Ano 1184 d.C. – Inquisição. Efetivada posteriormente.
Ano 1190 d.C – Instituída a venda de indulgências (permissão para pecar).
Ano 1200 d.C. – A Ceia do Senhor é substituída pela hóstia.
Ano 1215 d.C. – Instituída a Transubstanciação.
Ano 1216 d.C. – Instituída a Confissão.
Ano 1316 d.C. – Introduzida a Ave Maria.
Ano 1415 d.C. – O cálice que era da Santa Ceia ficou apenas para o clero.
Ano 1439 d.C. – Decretado o purgatório.
Ano 1546 d.C. – Introduzidos livros apócrifos na bíblia. (Tobias, Judith, Sabedoria, Macabeus I e II, Eclesiástico e Baruque).
Ano 1854 d.C. – Anunciada conceição imaculada da virgem Maria.
Ano 1950 d.C. – Ascenção da virgem Maria.



No ano 933, quando instituída a “canonização”, essa distinção que a igreja tem, concedida inclusive por ato de bravura, como matar protestantes e maçons. Anchieta, por exemplo, em 9 de fevereiro de 1558, na baia de Guanabara ajudou os índios a enforcarem o holandês protestante Jacques Le Balleur e afogarem seus companheiros no mar.


A TRANSUBSTANCIAÇÃO (hipotética transformação do pão e vinho no corpo e sangue de Cristo) foi proclamada pelo papa Inocêncio III, ano 1215. Os cr
  • 4 horas atrás

Fonte(s):

Nos primeiros séculos a Igreja lutou contra os concílios dos papas, mantendo as doutrinas Cristãs originais.
São Cipriano, bispo de Cartago (249-258), alertava: “não recebe opinião diferente das sagradas Escrituras, seja de quem for!” São Jerônimo (340-420) dizia o mesmo: “Se estiver escrito nas sagradas Escrituras recebemo-lo, se não estiver escrito não receberemos, o que eles apresentam como tradição a Palavra de Deus o vergasta!” (Ver Adv. Creseon, pág. 40 e In. Agg. Proph. Cap. 1 n.2)


Bíblia: “Só a Deus adorarás e só a Ele servirás”... “em espírito e em verdade”...
ICAR: as imagens tem prioridade por sere os “esteios” da igreja. No rosário há 166 contas, sendo 150 para as “Ave Maria” e apenas 16 para os “Padre Nosso”.

Bíblia: Só há um Deus e um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” e Pedro afirmou: “debaixo do céu não há outro nome, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”... (1ª Timóteo 2:5 a Atos 4:12).
ICAR: Maria, mãe de Jesus é tida como “Medianeira” e até bispos e padres se fazem mediadores e perdoadores de pecados como se fosse possível substituir Cristo. Agem como impostores.

Não se pode ser mais esclarecedor

2008-10-16

ELE NÃO SABIA...

Segundo o insuspeito Correio da Manhã, "Fátima desconhecia ferimento do Papa". E parece, a julgar pelos comentários, que há gente que se admira. Aliás, o próprio jornal considera isto notícia.
Sinceramente, não sei porquê. Como toda a gente sabe, toda a gente sabe que JP2 foi ferido. Só Fátima é que não. E aqui levanta-se a magna questão: que Fátima? A mulher da limpeza, ou os gestores do Santuário? É que se foi a mulher da limpeza, está certo, uma vez que são problemas que não devem ser tratados com esfregona, e a senhora (não a senhora de Fátima, mas a senhora Fátima. Nada de confusões) deve mas é preocupar-se com a higiene; mas se foram os gestores do Santuário, então a coisa é grave. Na altura, JP2 era o patrão daquilo, e parece-me ter havido negligência por parte dos empregados. O homem podia ter morrido...
O Portugal Diário vai mais longe, e esclarece que «foi um segredo bem guardado» o que, nas minhas contas - e eu sou bom em matemática - faz QUATRO segredos de Fátima (não, não é a mulher da limpeza), e não três.
Bom, seja como for, o Santuário, representado pelos seus gerentes, ficou muito mal na fotografia. Acho que se portou um bocado como o marido da anedota: foi o último a saber.
Depois, ainda vêm dizer que falam com Deus...
E há quem acredite, o que é mais grave.

2008-09-12

O PAPA VAI A FRANÇA


Mais concretamente, a Lourdes, a fim de, alí, rezar pela paz do mundo.
Eu acho bem. Sinceramente. Só quem não quer é que não vê que o mundo está roto, e que chove nele como na rua.
Mas a verdade é que há quem não concorde. Alguns acham que o Papa podia, simplesmente, rezar lá no Vaticano, que sempre poupava uns tostões. 
Mas não é bem assim.
Vejamos, por hipótese: você, leitor, está a cozinhar um belo “Bacalhau à Brás” e, de repente (desgraça das desgraças!) verifica que não tem salsa. Sim, que a salsa é importante no “Bacalhau à Brás”. Então, que faz? Pois bem, provavelmente, vai pedir um raminho de salsa à vizinha do 2º Esq.º. Certamente que não está à espera que a tal vizinha (aliás boa como o milho) adivinhe que você precisa de salsa, não é verdade?
Pois o B16 faz a mesma coisa. Vai a casa da vizinha, neste caso Lourdes, pedir, não o raminho de salsa, mas a paz no mundo. Sim, que a senhora, tal como a boazona do 2º Esq.º, não é obrigada a adivinhar que não há paz no mundo.
Ora essa!!!
E quanto a poupar uns tostões... não me consta que lhe custe a ganhar o dinheiro. Aliás, e se calhar, ele até vai à conta do governo francês (perdão: do contribuinte francês), que sempre fica mais barato.

2008-09-01

"GAYS" CATÓLICOS...?

O “Correio da Manhã”, na sua edição online, noticia que “para quebrar preconceitos” o líder da Juventude Socialista vai participar no I Encontro Ibérico de Gays Católicos.

Ora, como bom ateu que tento ser, entendo que toda a gente tem direito a ter uma religião - ou a não ter nenhuma. Mas não consigo entender como pode, uma pessoa (e, aqui, incluo as mulheres), professar uma religião que, manifestamente e sem o mínimo pudor, a despreza. Como pode um “gay” (eu ainda prefiro a palavra homossexual. Gay significa alegre, e eu duvido que haja alegria nessa situação. Mas já tenho ouvido e lido acerca de dramas…) como pode, pois, um homossexual professar umareligião (curiosamente, acho que qualquer religião) que o condena, aprioristicamente, às ditas “chamas do inferno” (algumas até os/as condenam à morte, liminarmente. No Irão, por exemplo, “não há homossexuais”. Pois não…)?

Com a ironia que o caso merece, acho que está na hora de os homossexuais criarem a sua própria religião. Parece que não custa muito, a julgar pela parafernália existente…

Ou então, tornem-se ateus. Pelo menos, terão solidariedade, tolerância e compreensão.

2008-01-06

AS MISSAS SALVADORAS

Desde há cerca de dois mil anos, mais coisa menos coisa, que uma sinistra entidade denominada ICAR se vem dedicando, metódica e impunemente, à lavagem cerebral de todos os que, caindo nas suas garras, delas não têm forças - ou acabam por não querer - para delas se livrar. Sem o menor retraimento, vão impingindo pombas a fecundar virgens, virgens a parir naturalmente, aparições que só alguns conseguem ver, milagres, santos às multidões - com destaque para JP2, o maior fabricante de que há memória - virgens de todas as espécies e feitios. E os cofres do Vaticano vão-se enchendo, com a graça de Deus. Só que quando tudo parece correr na paz do senhor, há-de aparecer alguém a borrar a pintura. É a chamada "areia na engrenagem". No caso concreto, são os padres abusadores de menores. Infelizmente, é uma fauna que está longe de se encontrar em vias de extinção; pelo contrário, parece que se multiplica, mais depressa que os pães da anedota. De tal modo que ainda não há muito tempo os cofres do Vaticano se viram espoliados em largas somas de dinheiro, pago em indemnizações às vítimas. E a história é de tal modo escabrosa que, há dias, o bispo de Tenerife se viu na necessidade de mandar mais um pouco de areia para os olhos (dos crentes, entenda-se), transferindo a culpa para os jovens abusados. Mas era pouco. Mesmo sendo "culpados", os jovens ainda podiam pedir chorudas indemnizações. Então, que fez o Vaticano? Determinou severos castigos para os prevaricadores? Não. Primeiro, instituiu o "Decálogo Básico Universal". Mas ainda era pouco. Vai daí, um cardeal encontrou a fórmula milagrosa: missas. Sim, é verdade. Missas pelas vítimas. Sinceramente, como não sou psicólogo não sei quais os efeitos, nas vítimas, dos abusos sexuais cometidos, ainda para mais, por aqueles que, teoricamente, têm o dever de protecção - para além de outros; não sei, mas imagino. Por isso, nunca poderei saber de que modo as missas poderão minimizar ou extinguir esses efeitos. Não poderei saber, mas posso imaginar: ZERO! Esta atitude pia e cardinalícia nem sequer me merece comentários. Fiquei de boca aberta, ainda a mantenho, e só consigo comentar com a boca fechada. Por isso, em vez de comentar, pergunto:
- Então, sempre é verdade que há padres que abusam de menores?
- Quais serão os efeitos das missas que passarão a ser rezadas?

- O que diz o bispo de Tenerife acerca do assunto? Porque, se há jovens que até provocam, eles também têm direito a missa?
- Não seria mais viável rezar missas para que a padralhada perdesse a potência sexual? Ou será que o poder de Deus não chega a tanto?
- E não se pode exterminá-los?