No presente programa eleitoral, começa a desenhar-se, finalmente, um candidato com ideias concretas para Portugal. Um candidato que será, certamente, capaz de travar a sanha engolidora de rendimentos dos portugueses mais desfavorecidos. Refiro-me, naturalmente, ao candidato Cavaco Silva.
Citando de memória, e sem preocupações de ordem cronológica, o candidato Cavaco Silva mostrou-se agastado pelo facto de o Governo ter espoliado os cidadãos de mais baixos rendimentos, deixando praticamente incólumes os que auferem rendimentos principescos. O que só foi conseguido, naturalmente, com a assinatura do presidente Cavaco Silva. Também se mostrou inconformado com os cortes salariais sofridos pelos funcionários públicos. Esses cortes faziam parte do Orçamento de Estado/2011, que o presidente Cavaco Silva assinou. Pelos vistos, o candidato Cavaco Silva não assinaria, se fosse presidente. Ultimamente, o candidato Cavaco Silva afirmou que não quer o povo iludido por quem o governa. E eu tiro-lhe o meu chapéu! É assim que se fala, e quem fala assim não é gago. Porque tenho a firme certeza de que o candidato Cavaco Silva, se fosse presidente, não deixaria o governo iludir-nos durante tanto tempo. Aliás, o candidato Cavaco Silva tem deixado mensagens bem claras de discordância com muitas medidas governamentais, que o presidente Cavaco Silva deixou passar. E eu acho que, ao ouvir estas mensagens, o presidente Cavaco Silva deve corar de vergonha. Porque o candidato Cavaco Silva é frontal e directo nas críticas e, estou convencido, não deixaria o Governo governar (-se?) durante tanto tempo. O presidente Cavaco Silva devia rever-se nas posições do candidato que, certamente, lhe vai tirar o lugar. O presidente Cavaco Silva tem muito a aprender com o candidato Cavaco Silva.
Ainda bem. Ainda bem que o presidente Cavaco Silva vai deixar o poleiro, para ser substituído, no dia 23, pelo candidato Cavaco Silva.
Mas não com o meu voto.
NOTA: Qualquer semelhança com a rábula da "Olívia costureira e Olívia patroa", magistralmente interpretada pela saudosa Ivine Silva, é mer(d)a coincidência.
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