Eu sei - ou julgo saber - que em jornalismo há uma certa "liberdade", em termos linguísticos, principalmente no que a títulos diz respeito; mas há exageros que se devem evitar, principalmente quando põem em causa princípios básicos da língua portuguesa. Que diabo, não temos dinheiro, a nossa soberania é aquilo que a União Europeia deixar, Cristiano Ronaldo e José Mourinho estão ao serviço de uma equipa estrangeira de futebol, o que é que nos resta? A língua portuguesa. E mesmo essa, sabe-se lá o que lhe vai acontecer, com o Acordo Ortográfico (AO).
(Já agora: se um dos objectivos do AO era eliminar as consoantes mudas, o que anda a fazer o H em Homem, Honra, Hora, etc?)
Voltando ao título: O menino não foi transplantado. Muito menos, foi multitransplantado. Ou seja, transplantado várias vezes, coitado do menino! Porque se o foi, o articulista deveria, em prol do rigor informativo, dizer donde foi transplantado, e para onde. Porque, tanto quanto sei, vários órgãos de um menino que morreu foram (os órgãos, atenção) transplantados para o menino que, agora, saiu dos cuidados intensivos. Ou seja, o menino, este, o que está vivo, foi alvo de, ou objecto de, ou sofreu, múltiplos transplantes.
Mas não me consta que tenha sido transplantado. Claro que posso ter andado distraído... Acontece aos grandes génios, por que não haveria de me acontecer a mim?
Um comentário:
Estou bastante satisfeito com o seu bom trabalho. Você coloca as informações realmente muito útil.
branqueamento dentário
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