2009-10-09

NÃO ESTÁ PROVADO...

Há dias, numa das habituais reuniões de aposentados, com os pés devidamente debaixo da mesa, como convém, e com a mesa não vazia, também como convém, um colega chamava-me a atenção para om facto curioso e que, até então, me tinha passado despercebido. Quando confrontadas com acusações de maus comportamentos, do tipo saco azul ou sobrinhos ricos na Suiça, e isto só por exemplo, as figuras, normalmente públicas, costumam argumentar que "não ficou provado". Isto quando, por um azar do caraças, ou para dar a ideia de que a justiça é igual para todos, essas figuras acabam por se sentar no banco dos réus (aliás, há que alterar esta designação. Já não há réus, há presumíveis isto ou aquilo).
Com efeito, e graças à democrática legislação portuguesa, os factos delituosos só são provados em tribunal.
Mas a verdade é que, e contrariamente ao que se propala, essas figuras públicas, ou figurões, como lhes queiram chamar, não mentem. E quando alguém lhes diz, também por exemplo, "você tinha um saco azul", ou "você é acusado de favorecer o Quim ou o Manel" e eles respondem "não ficou provado", estão a dizer a verdade. Não estão a dizer que NÃO meteram a mão ao prato, ou que não favoreceram A ou B, estão a dizer que NÃO ficou provado. O que é diferente.
O facto de não se ter produzido prova em tribunal, significa isso mesmo: não se provou.
Não significa que o acto não existiu.

Um comentário:

dor@ disse...

Aqui no Brasil ainda é pior.
Se vc, por acaso, conseguir filmes, fotos, como prova da falcatrua da qual foi testemunha, ainda é possivel ser processado por invasão de privacidade, ou uso indevido de imagem, desacato à autoridade...etc, etc.
Enfim, a prova é contra vc mesmo.
Quem tem peito pra arranjar prova de coisa alguma? Só louco.
Queimem-se as provas!
Fogo com elas!
Quem tem c..., tem medo, uai!