Apesar da minha idade, ainda há coisas que me vão deixando perplexo. Isto porque, afinal, todos os dias são apresentadas provas ou, pelo menos, indícios, de que Jeová não é assim tão poderoso como isso. Ou então, que há gente ainda mais papista que o Papa.
Vamos por partes. Vamos supor que eu estou em determinado local, onde também está um membro do Governo. Eu, numa ocasião de fúria, chamo "porco" a esse membro do Governo. Provavelmente, e porque se trata de um crime, o membro do Governo faz com que eu seja punido. Parece-me não ter lógica nenhuma que, por exemplo, o motorista ou o porteiro tratem do meu castigo. O ofendido é o membro do Governo, ele é que tem de ser ressarcido da ofensa. Mas vamos supor que o membro do Governo não fica ofendido, ou está-se borrifando para a ofensa: que legitimidade têm, o porteiro ou o motorista, para me castigarem?
Foram hipóteses. Vamos a factos: um jogador do Sampdória foi suspenso por blasfémia. Foi Jeová, que o suspendeu? Não, embora a notícia não especifique quem foi a entidade aplicadora do castigo. E a pergunta é: com que legitimidade? Por ter ofendido Deus? E quem garante que Deus se sentiu ofendido? Quem garante que Deus que, em princípio, está acima das rasteirices,terrenas, não se borrifou para o insulto, tal como o membro do Governo? Já agora: será que Deus não teria poder para castigar o ofensor? Não seria mais giro ser aplicada, logo, a justiça divina? Dir-me-ão: "Ah, e tal, ele será castigado no Juízo Final". Tudo bem, admitamos que sim. Mas será justo ser punido DUAS vezes pelo mesmo facto? Isso não é ilegal?
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